PÁSCOA (Oswaldo Jacob)

A palavra páscoa vem do hebraico pesah, que significa “passar por cima” no sentido de ‘poupar’ (Ex 12.13,27). O cordeiro pascal foi imolado por determinação de Jeová como juízo a Faraó e para a libertação dos israelitas do poder egípcio. Todos os primogênitos do Egito foram mortos e poupados os do povo de Israel. Cada cordeiro imolado, sacrifício passageiro, aponta  para o Cordeiro de Deus, Aquele que se deu por nós na cruz eternamente,  que  tira o pecado do mundo (João 1.29). É maravilhoso o sentido da páscoa, o sentido da libertação. Paulo testemunha aos Gálatas: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou (de uma vez para sempre)” (5.1). Páscoa significa sacrifício vicário, substituto. É a realidade da vida de Cristo por nossa vida. O Senhor Jesus satisfez plenamente a justiça de Deus. Cristo morreu e ressuscitou para a nossa justificação, para nos tornar justos diante de Deus Pai (Rm 5.1,2). Páscoa é o evangelho de Cristo em carne e osso, pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (João 1.14).
 
Páscoa nos remete à reconciliação com Deus e com o próximo. Paulo  ensina que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo e nos deu o ministério da reconciliação” (2 Co 5.18-20). A realidade da páscoa é vertical e horizontal. Comunhão com Deus e com o próximo. É a formação da nova comunidade por meio de Cristo (Col 2.10-15; Ef 2.19-22). A comunidade da aceitação, do perdão e da festa. Corpo de Cristo e comunidade terapêutica. Sabemos que o cordeiro que o pai do filho pródigo preparou é o cordeiro da reconciliação, da volta do filho perdido, morto em seus delitos e pecados (Lc 15.22-24; Ef 2.1-3). O nosso coração deve estar sempre cheio de louvor a Deus Pai pela obra de Cristo, nosso Cordeiro pascal (1 Co 5.7). O sacrifício de Cristo por nós na cruz nos conduz ao serviço abnegado e amoroso em favor do próximo.
 
O cântico da páscoa é o cântico da vitória de Cristo Jesus sobre morte e a nossa garantia de que nada, absolutamente nada, nos poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38,39). A cada dia somos desafiados a pregar o evangelho que revela o incomparável amor de Deus em Cristo Jesus, Salvador e Senhor nosso. Por esta razão, o apóstolo Paulo declara: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê, primeiro do judeu, depois do grego” (Rm 1.16). Só prega o evangelho com palavra e vida aquele que tem convicção da tão grande salvação ofertada por Deus em Cristo Jesus. Aquele que possui a vida eterna garantida pela salvação operada por Cristo. Deus nos amou e deu o Seu Filho para morrer numa cruz por nós (João 3.16).
 
Páscoa é a certeza da esperança garantida perfeitamente pelo Cordeiro de Deus. Somos o povo da esperança concretizada antes dos tempos eternos em Cristo, Aquele que sem Ele nada do que foi feito se fez (João 1.3). O apóstolo testemunha que nEle, em Cristo Jesus, estava a vida e esta vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam (João 1.4,5). A festa da páscoa é a festa da ordem sobre o caos; da vida sobre a morte; da alegria sobre a tristeza profunda; a harmonia sobre a desarmonia; da esperança sobre a desesperança; do descanso sobre o esforço carnal; da fé sobre a incredulidade; da satisfação sobre a insatisfação; da suficiência de Cristo sobre a insuficiência da religião; da luz sobre as trevas; e do céu sobre o inferno. Portanto, devemos viver a páscoa todos os dias.
 
Páscoa é alegria em Deus pela revelação, ministério, sofrimento, morte, ressurreição, ascensão e a convicção profunda do retorno de Cristo, que acontecerá com grande poder e grande glória. Rendamos graças a Deus pelo Verbo que deu a Sua vida voluntariamente por nós, derramando o Seu precioso sangue na cruz do Calvário. Esta verdade nos conduz ao serviço amoroso, pois o “Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28). Podemos confiar nAquele que é sempre Fiel e não pode negar-se a Si mesmo (2 Tm 2.13). O nosso amor a Cristo e ao próximo deve nos levar às raias da morte. Paulo tinha esta certeza quando testemunhou aos pastores de Éfeso: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). Aqui vemos claramente uma vida vivida sob a verdade da páscoa, que experimentou verdadeiramente a sua crucificação, morte e ressurreição com Cristo Jesus (Rm 6.4-6).
 

Anúncio

Anúncio

Inscreva-se

Artigos Relacionados

EU NÃO ENTENDO… (Oswaldo Jacob)

Politicagem entre pastores. Pastores que não se falam.  Pastores que falam...

PASTORES DESASSISTIDOS (Oswaldo Jacob)

Conversava com um pastor amigo que havia deixado a...

JUBILADO E JUBILOSO (Oswaldo Jacob)

Já me deparei com algum pastor jubilado ou aposentado...

CONSTRUINDO SOBRE OS ESCOMBROS DOS OUTROS (Oswaldo Jacob)

O ser humano em sua natureza adâmica é especialista...

ANSIEDADE (Oswaldo Jacob)

Um substantivo que denota preocupação, apreensão, medo, expectativa insegura,...

Você pode gostar...

Oferta!

A Jornada da Bíblia: Guia para Leitura e Compreensão

Uma introdução à Bíblia, apresentada livro por livro. A obra é ideal para quem quer ter uma visão geral das Escrituras Sagradas e também para quem está mergulhado numa leitura sistemática da Palavra de Deus.

Cada introdução inclui: tempo de leitura para cada livro, indicações bibliográficas para aprofundamento, discussão dos textos eventualmente difíceis, entre outros aspectos.

Trata-se de uma segunda edição, revista e atualizada, a partir das interações entre o autor e seus leitores.

R$ 36,78

Comentário Bíblico de Prazer da Palavra, fascículo 37 — Ageu

R$ 12,90

Comentário Bíblico Prazer da Palavra - Malaquias, Fascículo 39

Comentário ao livro bíblico do profeta Malaquias, o último do Antigo Testamento na sequência do cânon. O livro traz as mensagem do profeta que viveu ao tempo da reconstrução de Judá após o período do exílio. Duas passagens são tomadas de um modo que não lhes faz justiça: o convite ao dízimo nasce da mentira que os não dizimistas pregavam; o divórcio é uma metáfora e não se refere propriamente ao divórcio na vida conjugal.
R$ 12,90
Oferta!

Comentário Bíblico Prazer da Palavra, fascículo 1 — Gênesis

A "Bíblia de Estudo Prazer da Palavra", publicada exclusivamente no formato digital, pretende servir de guia para os leitores interessados em entender o texto que tem diante de si. Ela não é uma Bíblia de Estudo exaustiva, porque não comenta o que está claro nos capítulos, nem tira lições para a vida. A tarefa fica para o leitor. Seu objetivo é oferecer informações que permitam ao leitor estabelecer as conexões que iluminem o sentido das histórias e instruções que as Sagradas Escrituras recolhem. Cada nota considera as perguntas que o leitor faz ao texto, para entendê-lo e aplicá-lo. É publicada em fascículos numerados conforme a sua disposição no cânon. Assim, por exemplo, o livro de Gênesis é o fascículo 1, o de Salmos é o 19, Malaquias é o 39, Mateus é o 40, Efésios é o 49 e Apocalipse é o 66. Trata-se de um trabalho preparado com reverente estudo, em temor e tremor. O fascículo 1 trata do livro de Gênesis.
R$ 17,91