BOM DIA: 0 futuro do Livro

Por vezes, todos os que leem a Bíblia como o livro maior de suas vidas, com o desejo que o seja para todos, se deixam perturbar pela sombra da irrelevância que paira sobre ela.
É como se uma profecia estivesse se cumprindo: "Mais um século e não haverá sequer uma Bíblia na face da terra".
No entanto, há coisas que não conferem com o sombrio vaticínio. Só no Brasil, uma única editora imprimiu e vendeu 100 milhões de Bíblias em algumas décadas. Estive na gráfica desta publicadora, com máquinas capazes de imprimir todo grosso Livro em apenas três minutos. A casa só tem um problema: dar conta da demanda, continuadamente aquecida.
De novo, como uma espada de Dâmocles, a frase ameaça: "Mais um século e não haverá sequer uma Bíblia na face da terra".
A frase é atribuída a Voltaire, no século 18, mas não encontrei a fonte. Voltaireana ou não, é frase antiga.
Buscar a fonte de uma frase é prática do bom rigor científico. Acionar as regras da ciência para falar da Bíblia pode parecer um paradoxo, mas não é. O uso da tecnologia para produzir Biblias bonitas e precisas é outra prova que ciência e religião podem e devem andar de mãos dadas para o bem da humanidade.
Quando a humanidade lê a Bíblia, a esperança é uma possibilidade. Quando mais se lê a Bíblia, mas civilização se tem. Quando mais se leva a sério a Biblia, mais vida há.
(Depois de visitar a gráfica da Sociedade Bíblica do Brasil, em Barueri, região metropolitana de São Paulo.)

ISRAEL BELO DE AZEVEDO