2Coríntios 13.13; Efésios 6.23-24: O DEUS QUE NOS COMPLETA

O DEUS QUE NOS COMPLETA
2Coríntios 13.13; Efésios 6.23-24

(Da série BÊNÇÃOS APOSTÓLICAS, 5)

Pregado na IB Itacuruçá, em 3.10.1999 – noite

1. INTRODUÇÃO

2. A BÊNÇÃO DE DEUS SOBRE NÓS É UMA AÇÃO DA TRINDADE DIVINA.
2.1. A Trindade divina é um [pedindo desculpas aos juniores pela expressão tão estranha] insondável mistério. A Trindade divina é o resultado da união de três pessoas para o projeto de plenificar o ser humano. No entanto, se nada soubermos sobre este mistério (e nada sabemos mesmo!), basta-nos tão somente saber que podemos sentir os frutos da atuação desta Trindade.

2.2. Nossas necessidades podem ser pensadas como trinitárias também (três em uma). Precisamos de graça, amor e comunhão. No plano físico, nossas necessidades básicas são: segurança, alimento e casa. Essas necessidades correspondem no plano espiritual à salvação, ao cuidado e à comunidade. A salvação é pela graça de Jesus; o cuidado vem do amor de Deus; a comunidade vem da comunhão do Espírito Santo.
Logo, além de graça, amor e paz, de que mais precisa uma pessoa?

3. A BÊNÇÃO DA GRAÇA É UM DOM DE JESUS PARA NÓS

3.1. A condição essencial para recebermos a graça é amar sinceramente a Jesus. A graça é, assim, paradoxal: ela é gratuita, mas para quem ama. Quem não ama não sabe receber amor. Concedê-la a quem não a quer seria o mesmo que dar pérola aos porcos… (Mt 7.6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.)

3.2. A graça quer dizer que já fomos aceitos por Deus, embora não o merecêssemos (Ef 6.24). “A graça nos convida ao trono onde encontramos Aquele que nos ajuda em tempo de necessidade” (Charles Stanley).

3.3. A graça é uma extravagância de Jesus, extravagância do seu amor, como a extravagância de uma pessoa apaixonada que oferece um presente ao amado. Às vezes, os presentes são ridículos, e só não são ridículos (como naquela música de uma das baianas… porque o amor não é ridículo….)
A gratuidade desta graça está também no fato de que não é esperada, não é merecida, não é sequer imaginada. Graça é fragrância; é o cheiro de Jesus para nós.
Esta graça nos aponta para o poder de Jesus, poder para nos aperfeiçoar; para a beleza de Jesus, beleza que podemos contemplar e nos espelhar; para o cuidado de Jesus, cuidado para conosco.

4. A BÊNÇÃO DO AMOR É UM DOM DE DEUS PARA NÓS.

4.1. A prova maior deste amor é esta: Deus nos deu seu próprio (e único!) Filho para nos reconciliar com Ele e uns com os outros (Jo 3.16; 1Jo  4.7-19). A iniciativa de nos amar é de Deus. Esta é uma das características essenciais do ser divino. Nós, no máximo retribuímos; nunca tomamos a iniciativa do amor puro, aquele que não busca a recompensa.

4.2. Deus é amor, mas o amor não é Deus. Só o amor de Deus é que nos oferece a sustentação para a vida que Ele mesmo criou.

4.3. O amor, para com Ele e para com os outros, é a porta de acesso a Ele (I Jo 4.8: 8 — Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.) Aliás, só em I João há 105 versículos e 40 contêm a palavra “amor”, talvez por saber de nossa capacidade… teórica… de amar.

4.4. Deus expressa seu amor para conosco (segundo Charles Stanley),
. criando-nos
. dando-nos liberdade para escolher (até mesmo contra Ele mesmo)
. colocando-nos em família
. enviando-nos o Espírito Santo para habitar conosco
. provendo condições para nosso bem e sua glória
. chamando-nos para amá-lo.

4.5. Parodiando, com Billy Graham, o apóstolo Paulo, você pode se imaginar um
grande evangelista,
fiel dizimista
brilhante corista
competente regente
belíssimo organista,
mas se não tiver amor, você não é nada!.

5. A BÊNÇÃO DA COMUNHÃO É UM DOM DO ESPÍRITO PARA NÓS

5.1. Comunhão é partilha de algo com alguém (generosidade). O Espírito Santo partilha sua divindade conosco.

5.2. Nós formamos a igreja do Espírito, que é diferente da igreja da carne. A igreja do Espírito não tem nada a ver com a igreja do eu, mas tudo a ver com a igreja do nós.

5.3. A igreja do Espírito é aquela que não o apaga, com a falta de comunhão, com o desvio da “panela”, que é natural, mas não espiritual. Só o Espírito Santo nos pode fazer a igreja-comunidade, contra a igreja das individualidades

5.4. O Espírito habita em nós; Ele se faz comunhão conosco. Sua comunhão nos santifica.
A comunhão dEle com o Pai nos permite ter comunhão com o Pai também, já que ele interpreta diante do Pai as nossas petições.
O Espírito Santo participara de nossas vidas.

6. VIVENDO A BÊNÇÃO

6.1. O “sejam” da bênção significa que a graça, o amor e a comunhão se implantem nós, se revelem em nós. Essas qualidades sejam metas de nossas vidas.

6.2. O que é viver com:
graça —  ser gracioso não colocar exigência (lei) sobre (para) os outros, segundo o exemplo de Jesus, cujo fardo é leve (Mt 11.30).
amor — ser amoroso é não esperar reciprocidade, seguindo o exemplo de Deus, que sabia que não seria correspondido (seu filho seria morto), mas amou assim mesmo.
comunhão — viver em comunhão é se completar no outro.

DOXOLOGIA 5
(2 Coríntios 13.13, Ef 6.23,24)

Que o amor do eterno Pai e Sustentador da vida,
amor que excede toda a nossa humana compreensão,
por nos permitir desfrutar sua presença vívida,
ao nos envolver em completa reconciliação;

Que a graça do Senhor Jesus, mestre de nossa vida,
graça que nos basta na mais dura situação
desde que cravou na cruz para sempre nossa dívida
para nos dar certeza de seu cuidado e atenção;

Que a comunhão do Espírito Santo, a força da vida,
comunhão que nos integra à família de Deus,
família dos que crêem agora e se verão nos céus,

estejam sempre sobre nós que, em busca da vida,
fruímos a prometida paz, que não se corrompe
porque tecida pela Trindade que em nós irrompe.