Lucas 22.25-31:PENEIRADOS COMO TRIGO

PENEIRADOS COMO TRIGO
Lucas 22.25-31

2004

1. INTRODUÇÃO
Quando lemos o livro de Jó, ficamos assustados com o diálogo que o inicia.
Muito tempo depois, Jesus instruiu seus discípulos, confirmando que este tipo de diálogo não foi exclusivo para Jó, mas que ocorre com todos os que procuram levar Deus a sério em suas vidas.
Os seguidores mais próximos de Jesus, já no final dos seus dias na terra, conversavam entre si sobre quem mereceria mais honras no futuro a ser brevemente inaugurado, como imaginavam. Enquanto a agonia do Mestre se aproximava, os discípulos disputavam por glórias
A parte final do texto (versos 29-32) nos ajuda a entender a natureza da vida fiel a Deus.

2. NÓS, MODERNOS, EXPERIMENTAMOS A REALIDADE DO MAL, MAS TEMOS DIFICULDADE EM ADMITIR A AÇÃO INTENCIONAL DE sATANÁS CONTRA NÓS.
Tendemos a atribuir os males maiores e menores a causas naturais (sociais e individuais). No entanto, Jesus nos informa que, em determinado momento, Satanás pediu que os seus discípulos fossem peneirados (verso 31).
Precisamos ser peneirados. Ser peneirado não é a única fase da vida, mas é uma fase necessária da vida. Afinal, “somente os que conseguem bendizer a fornalha podem chegar a compreender o ouro”. (Calvin Miller)
Jesus diz que Satanás nos peneira. E como ele o faz?
Ele usa os eventos da vida, que nos alcançam a todos. Pode ser uma doença, uma faceta do nosso temperamento, um desejo que nutirmos.
Ele ronda em busca de uma brecha. Ele fez isto com o próprio Jesus (Lucas 22.28) Nunca encontrou. Encontra em nós, especialmente quando, por exemplo, deixamos que um problema nos paralise, concordamos que um temperamente nos controle e permitimos que um desejo nos escravize.

2. Apesar da existência do mal, Deus nos garante a vitória.
Deus tem um propósito para cada um de nós.
Ele nos designa designa-nos um reino, em que julgaremos o mundo.
Este reino é feito de lutas normais, lutas gigantescas (tribulações, que o próprio Jesus experimentou), de pequenas vitórias (na história humana) e da vitória final (no tempo da nova humanidade). Então, comeremos e beberemos fartamente.
Por isto, um dos métodos de Satanás é nos fazer esquecer a promessa de nosso triunfo sobre ele.

3. DEUS CONDUZ NOSSA VIDA PARA A REALIZAÇÃO DO SEU DESEJO.
Apesar da ação de Satanás, Deus faz a sua parte para que o desejo divino para nós se concretize. Quando na adversidade, os discípulos foram alvo da intercessão de Jesus (Lucas 22.32).

3.1. Ele ora por nós.
Ao se despedir dos seus discípulos, Jesus fez-lhes uma promessa, válida para nós hoje também (João 14.16-17).
Ele estava de volta para Sua casa eterna e pediu ao Pai que nos tirasse do mundo, como O estava tirando, mas que os guardasse (preservasse) do Maligno (João 17.15). Para voltar, teve que morrer na cruz, completando a sua obra aqui. Seu ministério, no entanto, prossegue a partir do céu. Enquanto estava aqui, Ele ensinava, curava, pregava e orava. Agora, Ele ensina (por meio da Palavra de Deus), Ele cura (quando responde a uma oração), Ele prega (principalmente por meio da Igreja) e, sobretudo, Ele ora (Romanos 8.34).

3.2. Ele ora com a autoridade de Quem entregou Sua própria vida por aqueles por quem ora.
Um sacerdote ora por aqueles que lhe pedem. Isto é o máximo que ele pode fazer. Jesus, no entanto, intercede para sempre por eles (Hebreus 7.24-27).

3.3. Com autoridade, Ele ora por nós para que nossa fé não desfaleça.
Ele pede para que nossa fé não fique eclipsada, de tal modo que olhemos para ela e não a vejamos. Sua luz está encoberta.
Ele não pede, portanto, para que não percamos a nossa salvação. Sua oração não é pela preservação da fé salvadora, mas a fé confiante, porque uma fé salvadora transformada em fé-sem-confiança serve para o futuro, mas não serve para o presente.

4. ALÉM DE ORAR, JESUS ESPERA UMA ATITUDE E UM COMPROMISSO DE NOSSA PARTE.
Deus não impede o ataque de Satanás, mas não permite a vitória dele sobre aqueles que são filhos de Deus. Se Ele o impedisse, não seríamos livres. Se não fôssemos livres, não seríamos imagem e semelhança de Deus.
Isto se aplica às experiências trágicas em que, pelo pecado, deixamos que Satanás nos peneire, muitas vezes ditando nossas palavras e nossos comportamentos. Nesses casos, quando atacados e atingidos por Satanás, não somos atingidos pela força de Satanás, mas pela nossa fraqueza. Temos toda a advertência da palavra de Deus e se nos deixamos peneirar
Jesus espera que nos arrependamos e voltemos ao estado anterior à queda, agora mais capacitados.
Isto se aplica às experiências trágicas que nos acossam sem que lhe tenhamos emprestado qualquer contribuição. Contra a nossa vontade, somos peneirados por Satanás: ficamos doentes (física ou emocionalmente), perdemos uma pessoa querida, somos injustiçados, uma relação afetiva se rompe, um emprego se vai… Jesus espera que nos deixemos moer.
Uma dessas lições deve gerar em nós um compromisso: o de procurar fortalecer os outros.
Por mais que sejamos tentados por Satanás a viver sozinhos a nossa fé, ela é para ser vivida na comunidade, para que seja fortalecida e fortaleça.  Quando nos empenhamos em fortalecer o outro, somos fortalecidos.

5. CONCLUSÃO
Nós precisamos ser atacados para sermos fortalecidos.

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