Marcos 1.21-28: VIVENDO COM AUTORIDADE

VIVENDO COM AUTORIDADE
Marcos 1.21-28
2004

O MODO DE JESUS
O modo como Jesus ensinava era diferente do modo como os mestres da lei ensinavam:

1. Sua autoridade vinha do seu relacionamento com o Pai.
Esta autoridade não provinha só da sua divindade, de que abriu mão, mas dos tempos de oração que passava com Ele. Numa pesquisa rápida, observei Jesus sendo descrito como estando a orar 20 vezes (Mateus 14.23; Mateus 15.36; Mateus 26.27; Mateus 26.39-42; Marcos 1.35; Marcos 6.46; Marcos 8.6; Marcos 14.23; Marcos 14.35, 39; Lucas 3.21; Lucas 5.16; Lucas 6.12; Lucas 9.16, 18, 28, 14.29; Lucas 11.1; Lucas 22.17-19; Lucas 22.41-44; João 6.11; João 6.23; João 11.41; João 17.1).

2. Sua autoridade vinha da fonte a partir da qual ensinava.
O evangelista Marcos nos diz que Ele estava ensinando na sinagoga. O “culto” numa sinagoga, naquele tempo dirigida por um leigo, consistia de orações (geralmente tiradas do Antigo Testamento), leitura em voz alta do Antigo Testamento e uma exposição (sermão) do texto anteriormente lido.
Jesus era a Palavra encarnada. Assim mesmo, lia a Palavra escrita.

3. Sua autoridade vinha do seu amor pelas pessoas, amor que lhe fazia confrontar o mal.
Quando viu (na verdade, ouviu) o sofrimento daquelo possesso, Jesus se pôs em ação. Ele não o fez em busca de publicidade, porque, nesse momento, Ele não a queria (como o demonstra o episódio da cura do homem enfermo da pele).
Seu amor o levou a perdoar Seus inimigos e a morrer por eles. Ele não amava apenas os amigos. Ele mesmo ensinou que o amor apenas pelos amigos é amor de fariseu, é amor sem autoridade (Mateus 5.20)
Seus milagres foram realizados por causa do Seu amor. Todos os milagres de Jesus foram celebrados depois que sentiu compaixão pelos que sofrem, não como uma estratégia de alcance. Quando curou um cego, diz o evangelista Mateus, Ele o fez movido compaixão (Mateus 20.34). Ele multiplicou peixes e pães para alimentar uma multidão porque teve compaixão dos famintos (Marcos 8.2). Quando trouxe de volta à vida o f ilho de uma viúva, Ele o fez porque ficou movido de compaixão (Lucas 7.13).
Seus ensinos foram proferidos por causa do Seu amor. Todo o seu ministério foi construído sobre um tripé: ensino, cura e pregação. Ele ensinava a todos, mesmo aqueles que talvez não pudessem lhe dar retorno… Ele não ensinava os seus discípulos apenas porque queria que eles continuassem a proclamação das boas notícias do Reino mas porque queria que aprendessem a viver. Seu amor não era instrumental.

4. Sua autoridade vinha da coerência entre sua fala e sua vida.
Jesus nunca se contradisse. Podemos conferir sua fala com sua fala, sua vida com a sua vida, sua fala com a sua vida, e não encontraremos contradição.
Neste sentido também Ele é a Palavra que se encarna.

Em decorrência disto, Jesus tinha autoridade para dizer às pessoas como viverem. E esta não era uma autoridade auto-imposta, mas reconhecida pelos que conviviam com Ele.
Por que tinha autoridade, foi reconhecido como santo de Deus até pelo representante do poder do Mal. “Santo de Deus” é aquele que reflete a luz de Deus. Quem vê um santo vê o Deus do santo.
Por causa de Sua santidade, as notícias se espalhavam a seu respeito. Ele não fazia marketing de si mesmo; aliás, detestava-o. No entanto, o que Ele fazia mudava as pessoas, e as pessoas não conseguiam se calar.

O NOSSO MODO
Diante disto, não temos como não nos perguntar:
. Temos ensinado nossos familiares, nossos amigos, a como viver? Têm eles recebido os nossos ensinos, ou os têm considerado como mentirosos, por falta de conexão com a vida vivida?
. Temos confrontado os poderes do mal, ou nos calado, acomodado, recuado?
. Como temos sido reconhecidos? Nossos serviços profissionais ainda são buscados pelo compromissos que firmamos e cumprimos? Somos vistos como santos? Que notícias têm-se espalhado a nosso respeito?
Não tenho como não particularizar.
. Tenho eu ensinado aos que me cercam?
.  Como sou reconhecido?
. Que notícias se espalham a meu?

1. Se queremos ter autoridade, como Jesus tinha, precisamos reservar tempo para a oração. E nós o fazemos quando reconhecemos que a oração é importante (para Jesus, era) e quando nos organizamos para “produzir” o tempo para ela (Jesus o fez: quanto mais era apertado pelas pessoas, mais achava tempo para se afastar delas, para orar e, então, abençoá-las).
Precisamos superar nosso deficit (pessoal) de oração.

2. Se queremos ter autoridade, precisamos derivar nossos ensinos da Palavra de Deus, não das palavras deste mundo, nem de nossas próprias palavras. O conhecimento intelectual, amealhado com estudo e inteligência, é indispensável, mas não substitui, antes deve apenas complementá-lo, o conhecimento contido na Palavra de Deus. O conhecimento intelectual tem o poder extraordinário de mudar as coisas, não as pessoas. O conhecimento espiritual (a partir da Bíblia) muda as pessoas, que mudam as coisas.
Precisamos superar nosso deficit (pessoal) de compromisso com a Palavra de Deus.

3. Se queremos ter autoridade, precisamos amar de verdade as pessoas, nem para que isto tenhamos que confrontar os poderes do mal.
Precisamos nos incomodar com o sofrimento do outro, e não apenas com o nosso próprio sofrimento.
Precisamos amar aos que conhecemos e também aos que não conhecemos. Precisamos amar os que gostam de nós e os que não gostam de nós.
Precisamos nos envolver em ações transformadoras por amor, não para demonstrar amor, não para “faturar” em cima do amor.
Precisamos superar nosso deficit (pessoal) de compaixão.

4. Se queremos ter autoridade, precisamos ser coerentes com aquilo que pregamos e ensinamos. Neste sentido, nossa palavra precisa se encarnar em nossas vidas. Ou nossa vida reflete Deus, ou não é santa.
Precisamos superar nosso deficit (pessoal) de coerência.

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