A GLÓRIA DO SENHOR
Êxodo 33,34,40
1. INTRODUÇÃO
O pedido de Moisés (ter presença de Deus) é o desejo de todos nós.
Não temos como viver se Deus não estiver conosco.
O pedido de Moisés (ver glória de Deus) é o sonho de muitos de nós.
A manifestação espetacular (clara, eloqüente) de Deus está na agenda da maioria de nós.
A coragem de Moises (ser separado para Deus) é o propósito de poucos de nós.
Este pedido e este sonho, para ser atendido e realizado, demandam consagração de nossas vidas a Deus.
2. PARA TERMOS A PRESENÇA DE DEUS
2.1. Precisamos desejar intensamente a presença de Deus.
Então Moisés lhe declarou:
— Se não fores conosco, não nos envies. Como se saberá que eu e o teu povo podemos contar com o teu favor, se não nos acompanhares? Que mais poderá distinguir a mim e a teu povo de todos os demais povos da face da terra?
(Êxodo 33.15-16)
Você se basta a si mesmo, com sua coragem, seu talento, sua habilidade, sua ousadia?
Você tem pedido a Deus para ir com você, nas suas decisões, nos seus projetos?
2.2. Precisamos viver de modo que agrade a Deus.
O Senhor disse a Moisés:
— Farei o que me pede, porque tenho me agradado de você e o conheço pelo nome.
(Êxodo 33.17)
Você tem coragem de dizer: “Sonda-me”?
Se Deus olhar para você, o que vai achar? Quando olhar para o seu prédio, vai achar quantos justos? Quando olhar para sua casa, vai encontrar quantos justos? Quando olhar para a nossa igreja, vai ver quantos justos?
2.3. Precisamos ir onde Deus está.
E prosseguiu o Senhor:
— Há aqui um lugar perto de mim, onde você ficará, em cima de uma rocha.
(Êxodo 33.21)
Deus estava no monte. Na revelação progressiva, Deus se manifestava prioritariamente no monte. Hoje não há lugares prioritários. Há a sua palavra indicando onde pode ser encontrado. Há o Espírito Santo que habita dentro de nós, quando deixamos.
A propósito, por que Israel ficou tanto tempo no deserto? O deserto ficava ao sopé do monte, e o povo precisava estar perto de Deus, para ser educado e cuidado.
3. PARA VERMOS A GLÓRIA DE DEUS
3.1 Precisamos saber que a Deus não se vê.
E [Deus] acrescentou:
— Você não poderá ver a minha face, porque ninguém poderá me ver e continuar vivo.
(Êxodo 33.20)
Há o Deus do culto, a quem se canta/ora de olhos fechados, mas que pode não ser o Deus da Bíblia. Há o Deus do show, a quem se canta/ora com extravagância, mas que pode não ser o Deus da Bíblia.
Há o Deus das ordens-de-culto bem organizadas, mas Deus pode não estar nessas páginas.
Há o Deus da oração falsamente íntima (do tipo “Paizinho”), mas Deus pode não estar nessas preces.
Há o Deus dos crentes rancorosos, para os quais só uma forma de celebrar a Deus, aquela que aprenderam com os seus pais, mas Deus pode não estar na carranca destes adoradores.
Totalmente outro, totalmente diferente das nossas concepções, dos nossos comodismos, dos nossos legalismos.
Totalmente outro, totalmente avesso ao nosso cinismo, ao nosso libertinismo, à nossa graça que não exige santidade.
Totalmente outro, totalmente longe de nossas manipulações.
3.2 Precisamos subir o monte.
Esteja pronto pela manhã para subir ao monte Sinai. E lá mesmo, no alto do monte, apresente-se a mim.
(Êxodo 34.2)
Deus se revelou misericordioso a Abraão no alto de um monte. O Cordeiro Jesus foi imolado num monte. Jesus subia aos montes para orar.
Subir o monte simboliza a disposição para fazermos o que Deus pede que façamos. Moisés teve que subir ao monte para se encontrar com Deus. E ele o fez porque sabia que valia a pena o esforço.
Subir o monte significa a disposição para nos apresentarmos a Deus.
Subir o alto do monte representa a nossa entrega. Não ficaremos na primeira volta, não desistiremos no primeiro obstáculo, não desmaiaremos ao primeiro perigo.
3.3. Precisamos adorar a Deus.
Então o Senhor desceu na nuvem, permaneceu ali com ele e proclamou o seu nome: o Senhor. E passou diante de Moisés, proclamando:
— Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os filhos e os netos pelo pecado de seus pais, até a terceira e a quarta gerações.
Imediatamente Moisés prostrou-se, rosto em terra, e o adorou, dizendo:
— Senhor, se de fato me aceitas com agrado, que o Senhor nos acompanhe. Mesmo sendo esse um povo obstinado, perdoa a nossa maldade e o nosso pecado e faze de nós a tua herança.
(Êxodo 34.5-9)
Adora quem reconhece que Deus é soberano e bom sempre.
Adora quem tem prazer em prestar culto a Deus.
Adora quem tem coragem de olhar para sua própria vida, reconhecer os seus pecados (pecados específicos, não genéricos), admitir que não pode viver no pecado, arrepender-se dos seus pecados, confessar os seus pecados e desejar uma vida não dominada pelo pecado, chame-se este pecado de temperamento, cultura ou modernidade.
4 O QUE ACONTECE QUANDO VEMOS A GLÓRIA DE DEUS
4.1. Pomos a presença de Deus acima de todo os outros desejos.
Moisés ficou ali com o Senhor 40 dias e 40 noites, sem comer pão e sem beber água. E escreveu nas tábuas as palavras da aliança: os Dez Mandamentos.
(Êxodo 34.28)
Queremos a glória de Deus, mas não queremos abrir mão de nossa própria glória, de nossos próprios desejos, de nosso próprio jeito de fazer as coisas.
O projeto de Moisés era o projeto de Deus: legar os Dez Mandamentos ao povo. Sol após 40 dias de experienciar a presença do Senhor, Moisés arriscou talhar os Dez Mandamentos.
4.2. Resplandecemos, mesmo sem o saber.
Ao descer do monte Sinai com as duas tábuas da aliança nas mãos, Moisés não sabia que o seu rosto resplandecia por ter conversado com o Senhor.
Quando Arão e todos os israelitas viram Moisés com o rosto resplandecente, tiveram medo de aproximar-se dele.
(Êxodo 34.30)
Moisés não fez nada para resplandecer. Por ter estado com o Senhor, resplandeceu. As pessoas viram que ele esteve com o Senhor. Ele voltou diferente.
Dizemos que, por termos Cristo como Senhor, somos diferentes. De fato, somos, não por nossa causa, mas por causa de Jesus. Uma percepção errada da salvação, no entanto, tem-nos feito mal. Há mais vaidade em nós do que diferença.
4.3. Falamos a palavra de Deus.
Depois, todos os israelitas se aproximaram, e ele lhes transmitiu todos os mandamentos que o Senhor lhe tinha dado no monte Sinai.
(Êxodo 34.32)
Moisés estava intoxicado da Palavra de Deus. E nós também o estamos, ou estamos intoxicados com os valores da cultura de que somos parte?
Falamos demais a partir de nós mesmos, quando devíamos falar a partir da Palavra de Deus. A Palavra de Deus tem autoridade; a nossa, não.
5. A CORAGEM DE QUE PRECISAMOS
5.1. Precisamos rogar e esperar a presença e a glória de Deus.
Se me vês com agrado, revela-me os teus propósitos, para que eu te conheça e continue sendo aceito por ti. Lembra-te de que esta nação é o teu povo.
(Êxodo 33.12)
Confesso que esta é a minha principal oração: que Deus me revele os seus propósitos, que Ele se dê a conhecer a mim cada vez pelo método que Ele quiser usar, que eu sempre me lembro que pertenço a Ele.
Você pode fazer esta mesma confissão?
5.2. Precisamos ficar (a) sós.
Ninguém poderá ir com você nem ficar em lugar algum do monte; nem mesmo ovelhas e bois deverão pastar diante do monte.
(Êxodo 34.3)
Precisamos ficar a sós com o nosso Senhor para que O conheçamos. Precisamos ter a coragem de ficar a sós com o Senhor. Na cultura do ruído, precisamos da quietude. Na sociedade dos grupos (“tribos” urbanas), precisamos da solitude.
Precisamos ter a coragem de ficar sós, com o Senhor. O grupo pode pressionar numa direção, que ficaremos com o Senhor. Na palavra de Deus a Moisés no monte, há uma recomendação que não pode ser transigida: Acautele se para não fazer acordo com aqueles que vivem na terra para a qual você está indo, pois eles se tornariam uma armadilha. (…) Acautele se para não fazer acordo com aqueles que já vivem na terra; pois quando eles se prostituírem, seguindo os seus deuses e lhes oferecerem sacrifícios, convidarão você e poderão leva lo a comer dos seus sacrifícios. (Êxodo 34.12).
Muitos cristãos têm feito aliança (compromisso) com os ímpios e caído na armadilha de comer nas mãos deles.
5.3. Precisamos deixar que Ele nos oriente.
Nossas vidas estão muito antropocentradas, quando deviam ser mais teocentradas.
Vou dar uma prova:
Quantos de nós estamos dispostos a abençoar os que nos perseguem?
Pois é precisamente isto que a Bíblia nos pede: abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis (Romanos 12.14).
6. CONCLUSÃO