Jeremias 29.1-23: A RELEVÂNCIA DA FÉ PARA A POLÍTICA

A RELEVÂNCIA DA FÉ PARA A POLÍTICA

Jeremias 29.1-23

2005


1. Deus ainda age e ainda fala, não importa contexto político em que vivamos.
Aquele tempo era de traição, corrupção política e corrupção religiosa, formando um quadro dantesco de desolação, mas Deus é chamado de "Senhor dos exércitos" (versos 4, 8, 17 e 21).
A nação estava dividida: uma parte estava na terra e outra estava no exílio, como cativos.
Deus agia e falava por meio de profetas íntegros, embora houvesse os falsos, que não falavam a palavra de Deus, mas oráculos de marketing. Esses profetas de si mesmo e dos governantes da hora são descritos assim: "Porque eles não deram atenção às minhas palavras', declara o Senhor, 'palavras que lhes enviei pelos meus servos, os profetas. E vocês também não deram atenção!', diz o Senhor" (verso 19).
Uma prova de Sua fala é a carta que inspirou o profeta a escrever aos exilados. A fé em Deus é relevante para o indivíduo, para a cidade, para o país, para o mundo.

2. O Deus que age a fala espera que continuemos agindo, seja qual for o nosso contexto.
O profeta sugere: "Construam casas e habitem nelas; plantem jardins e comam de seus frutos" (verso 5).
A ação de Deus não exclui a nossa responsabilidade. Precisamos trabalhar, não cruzar os braços.
Nossa responsabilidade inclui analisar adequadamente a conjuntura, por meios de conversas e leituras. Jeremias o fez: resistir ao poder babilônico seria apenas aumentar os horrores da destruição.

3. O Deus que age a fala espera que desenvolvamos a atitude da esperança.
O profeta recomenda, desafiadoramente: "Casem-se e tenham filhos e filhas; escolham mulheres para casar-se com seus filhos e dêem as suas filhas em casamento, para que também tenham filhos e filhas. Multipliquem-se e não diminuam" (verso 6).
Esperança é definida, não como algo vago, mas como algo fundado no caráter de Deus; não é algo vazio, mas é uma visão daquilo que vai fazer, embora não o vejamos ainda. (A Babilônia estava no poder, mas Deus é soberano). Deus tem a última palavra, não o poderoso de plantão, esteja ele no condomínio, na cidade ou no país, seja ele bom ou ruim.
Não nos deixemos perturbar pelas vozes do niilismo. O profeta é claro: "Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: 'Não deixem que os profetas e adivinhos que há no meio de vocês os enganem. Não dêem atenção aos sonhos que vocês os encorajam a terem" (verso 8).
Deus tem planos de paz para o nosso país. Ouçamos: "Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro" (verso 11).
Que não sejamos obstáculos à paz, mas seus promotores.

4. O Deus que age e fala nos desafia a buscar o bem estar do povo.
Pela pena de Jeremias, Ele nos chama: "Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela" (verso 7).  "Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração" (versos 12-13).


. Saibamos que o bem do país é o nosso bem. Quanto pior, pior.
. Intercedamos pelo nosso país. A religião de Israel não era suficiente para livrá-lo do cativeiro. Até hoje é assim. Deus nos ouve quando intercedemos pelo nosso país. Oração não é busca das bênçãos de Deus, mas busca de Deus mesmo. Afinal, religião tem a ver com experiência pessoal.
. Exijamos dos outros, inclusive dos políticos, o que praticamos em todas as nossas relações.
. Busquemos a Deus. A insufuciencia do estrutural. A co-suficiência do espiritual.