Romanos 8.31-39: QUE DIREMOS, POIS?

QUE DIREMOS, POIS?

Romanos 8.31-39

Romanos 8 é um dos mais extraordinários capítulos do Novo Testamento. É para todo cristão saber de cor.
O apóstolo Paulo faz esta pergunta sete vezes nesta epístola (Romanos 3.5, 4.1, 6.1, 7.7, 8.31, 9.14, 9.30).

1
Que diremos diante da verdade segundo a qual todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus?
Diremos que continuaremos amando a Deus, para que confiemos que Ele fará que todos os fatos de nossa vida concorram para o nosso bem. Afinal, Ele nos deu Jesus Cristo para nos salvar.
Esta é a nossa certeza, derivada da promessa bíblica: que todas as coisas da nossa vida, tanto as duras quanto as felizes, serão transformadas em servas de nosso bem, como ocorreu com José (que disse aos seus irmãos, que o tinham vendido como escravo: “Não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus” — (Gênesis 45.8).
Todas as coisas cooperam para nos fazer com que nosso coração, despertado pelo Espírito Santo nele, alcance mais da graça, da glória e da presença de Deus.

2
Que diremos diante da verdade do amor de Deus, que nos conhece desde a eternidade, nos predestina para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo, nos chama, nos justifica e nos glorifica, que é a ordem como Deus vê as coisas, ou nos conhece, nos chama, nos justifica, nos glorifica e nos predestina para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo, que é a ordem na história humana?

Eis um excelente esquema para entender o assunto:

ORDEM DIVINA DA SALVAÇÃO
Deus nos conhece
Deus nos predestina para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo
Deus nos chama
Deus nos justifica
Deus nos nos glorifica

ORDEM HUMANA DA SALVAÇÃO
Deus nos conhece
Deus nos chama
Deus nos justifica
Deus nos nos glorifica
Deus nos predestina para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo
(Cf. SCHALKWIJK, Francisco Leonardo. Confissão de um peregrino: para entender a eleição e o livre-arbítrio. Viçosa: Ultimato, 2002.)

Diremos que continuaremos amando a Deus, porque o nosso amor é a nossa resposta ao Seu amor. Ele nos amou primeiro (1João 4.19) e amou a todo o mundo (João 3.16). No entanto, os beneficiários desta promessa são as pessoas que amam a Deus. O primeiro e grande mandamento é que amemos a Deus (Deuteronômio 30.6), sabendo que o que Ele nos preparou vai além do que podemos ver, ouvir e imaginar (1Coríntios 9.2). “Deus é poderoso para fazer acrescentar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, transbordeis em toda boa obra” (2Coríntios 9.8). “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera (Efésios 3.20). “Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (1Timóteo 1.12). Deus é “poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos” (judas 24).

Será que Deus só ama a quem o ama?
Sim: o amor salvador é aqueles que o desejam.

3
Que diremos diante da verdade que nenhuma acusação, condenação ou execução nos separa do amor de Cristo?
Diremos que continuaremos afirmando que, uma vez que Deus é por nós, ninguém triunfará no seu intento contra nós, pois nada, nem mesmo a morte, nos pode privar do amor de Deus.

Diante da acusação: uma vez que Deus é por nós, quem nos acusará? “Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acus]dor de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite” (Apocalipse 12.10).

Diante da condenação: uma vez que Deus é por nós, quem nos condenará? “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1). “Se o coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas” (1João 3.20).

Diante da execução: uma vez que Deus é por nós, quem nos separará do amor de Cristo?

Também oraremos para que a nossa visão acerca do que Deus faz não fique restrita ao curso prazo de nossos desejos, mas na justa distância de nossas necessidades. Afinal, trabalha para satisfazer nossas necessidades, não nossos desejos.

4
Que diremos diante da verdade que Jesus nos torna mais que vencedores?
Diremos que desejamos ser tornados iguais a Cristo, que experimentou a fraqueza (da cruz) para ter o poder (da ressurreição).
Para alcançar a beleza, o triufo e a glória de Romanos 8, sabemos que precisamos experimentar a luta e as dores dos capítulos 6 e 7. Não queremos o Pentecoste antes do Calvário, porque sabemos que a plenitude do Espírito só é possível após termos experimentado a a cruz de morte. Nossos sofrimentos devem ser vistos como uma prova de nossa união com Cristo e não um motivo para duvidarmos do seu amor.
A esperança do crente não é que escapará da angústia, do perigo, da fome ou da morte; Deus não promete que o sofrimento não vai nos afligir, mas que não vai nos separar do amor de Cristo. A promessa é que Todo Poderoso fará com que cada uma destas agonias se torne em instrumento de sua misericórdia para conosco. Nossa esperança está firmada no amor de Deus, sob Quem está toda a criação.

“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu  venci o mundo” (João 16.33).
“Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno” (1João 2.14).
“Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1João 4.4).
“Todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (João 5.4).

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