Juízes 6: O COMPROMISSO DA MISSÃO

O COMPROMISSO DA MISSÃO
Juízes 6

Pregado na Igreja Batista Itacuruçá, em 25.4.99, noite

1. INTRODUÇÃO

2. A ORAÇÃO COMO A CHAVE DA PORTA PARA DEUS
Como no tempo dos juízes do antigo Israel, nossos pecados nos levam a viver em fendas, grutas e escarpas, embora o propósito de Deus seja que vivamos em nossas próprias casas, com todo o conforto. Os midianitas obrigavam os israelitas a viver miseravelmente (v. 2).
Nossos pecados fazem com que nossos esforços sejam inúteis. Todo o trabalho agrícola dos israelitas era destruído pelos midianitas (vv. 3-6a).
A mudança começa quando clamamos ao Senhor. Antes disso, ela não atua porque respeita nossa vontade (v. 6b, 7). Deus promete livramento quando seu povo clama. A oração, portanto, é a chave que abre a porta da história para que Deus faça parte dela. Há pessoas que não oram porque esperam uma libertação que não pediram. Nós temos que pedir a Deus para atuar em nossas vidas. A intervenção dEle não é automática.

3. A ORAÇÃO COMO FIM DA INCERTEZA ACERCA DA ATUAÇÃO DE DEUS
Convivemos todos com um problema: a incerteza quanto à fala, presença e orientação de Deus. Diante da vida que seu povo levava, por escolha própria, Gideão perguntava pelo que Deus tinha feito. Ele mesmo tinha se esquecido que o pecado do seu povo o levara àquela triste situação.

3.1. Pondo Deus à prova  (v. 17-22, 36 e 39)
Há dois modos de se resolver o problema. Um modo é pôr Deus à prova. Gideão o fez. Deus se submeteu ao seu teste por duas vezes (vv. 17-22, 36-40).
Podemos pôr Deus à prova hoje? No Antigo Testamento, este procedimento era muito comum. Não encontramos este tipo de prática no Novo Testamento. Aliás, quem o fez é o diabo quando tentou a Jesus (Lc 4.1-13). No Antigo Testamento Deus aceita este tipo de prova, porque sua revelação estava num processo inicial. A partir de Jesus Cristo, no entanto, a Revelação se tornou completa. Nós hoje sabemos que Deus faz o que promete. Para que submetê-lo a um teste?
Se você é uma criança espiritual, pode ser que Deus concorde em participar dessa gincana

3.2. Pondo-nos nós mesmos à prova
O outro é nós mesmos nos pormos à prova, aceitando que somos responsáveis por nossa condição e nos dispondo a mudar.

Aprendemos então que Deus vem ao nosso encontro (v. 8). Nosso clamor não fica sem resposta. Ele nos conclama a não ter medo das lutas e nos promete a liberdade solicitada (vv. 8-10).
Aprendemos então que Deus espera algo de nós (v. 14). Deus pediu a Gideão para ser o agente da libertação do seu povo. Nós temos que fazer a nossa parte. Queremos que Deus faça milagres, mas talvez esperemos que Deus literalmente mande o seu cajado para fazer as coisas (v. 21).
Aprendemos que Deus espera o tempo que for necessário para nos apresentarmos a Ele. Ele esperou pacientemente que o cabrito fosse tomado, preparado e posto sobre o altar (vv. 18-20). Ele sabia que Gideão iria fazer o que fez; por isso, Ele esperou. Quanto tempo? Às vezes, Deus não nos espera porque conhece que não  temos a intenção de fazer o que prometemos. Há coisas no Reino de Deus que exigem tempo de maturação; outras podem ser feitas a partir de agora.
Aprendemos que Deus usa aqueles que estão preocupados com o seu povo, com sua igreja.Gideão estava (v. 13). Deus não chama os desinteressados, aqueles para quem “tanto faz como tanto fez”.
Aprendemos que Deus nos usa independentemente de nossas condições pessoais (v. 15). Isaías e Jeremais, por exemplo, fizeram idênticas ponderações a Deus, acerca de sua incompetência. As ponderações dEle não são as nossas. O que Ele quer é nossa disposição. Nossas desculpas (sou pobre, não sou instruído, etc.) não nos autorizam a fugir da missão que Deus nos delega.
Aprendemos que Deus capacita quando chama (v. 34). Deus coloca uma capa (reveste) sobre aqueles a quem chama para o seu  trabalho. Essa é uma experiência atual de todos aqueles que se põem a seu serviço.
Aprendemos que o trabalho para Deus deve ser feito com inteligência. Gideão evitou o confronto, que perderia, e trabalhou à noite, quando ninguém notaria (v. 27).
Aprendemos que o trabalho para Deus impõe riscos (vv. 29-31) e exige pessoas dedicadas (como o demonstra todo o capitulo 7).
Aprendamos com Gideão. Ele prometeu algo próprio de sua cultura: um altar coma farofada de cabrito (vv. 18-20). Sua religião não era a do “venha a mim o teu reino, mas não a tua vontade”. Deus aceita o que lhe oferecemos, não que Ele precise, mas porque nossa dádiva demonstra um tipo de relacionamento que temos com Ele: relacionamento não egoísta.

3.3. Deus faz o que Ele quer fazer
Deus fez mais do que Gideão esperava. Colocada a oferta sobre o altar, Gideão iria atear fogo, como mandava o ritual. Eis que Deus faz algo incrível: Ele mesmo pôs fogo no cabrito (v. 21).
A oração tinha estabelecido um novo tipo de relacionamento entre Gideão e Deus. Gideão fez o que lhe cabia. Deus faz o que queria fazer. Com prazer, tomou para si uma tarefa que era de Gideão. É assim que Deus faz também conosco. Depois que começamos com Ele um relacionamento, tudo pode acontecer…

4. CONCLUSÃO
Não esperemos que Deus mesmo tenha que recordar aquilo que fez por nós (v. 8-10). Quando não somos recordados disso, corremos o risco de esquecermos ao próprio Deus e seguir outros desafios, que não os postos por Deus.
É por isto que na igreja, domingo após domingo, seja nas reuniões dos seus grupos por interesse, seja no púlpito, somos recordados do óbvio.
Quando oramos, a primeira missão que Deus nos dá esta: demolir os altares de Baal em nossas vidas. Esses altares podem pertencer à própria religião ou mesmo a nossas famílias. No entanto, se queremos que Deus viva por nós, precisamos destruí-los. Ore a Deus para Ele lhe mostre quais são esses altares. Às vezes, pensamos, conscientemente ou não, que os altares de Baal são altares de Deus.
Quando oramos, a segunda missão que Deus nos dá é esta: construir um altar para Deus em nossas vidas. Um altar onde possamos colocar nossas próprias para Ele recolher com seu cajado. Ore a Deus pedindo que aceita a oferta que você coloca diante dEle. É esta oferta sua própria vida?

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