QUEM PRODUZ O MAL?
(Is 45.7)
Pregado na IB Itacuruçá, em 28.11.1999 (manhã))
1. O PROBLEMA
Diante de nossa perplexidade diante do mal, deparamo-nos com a afirmação bíblica de que Deus criou o mal.
[TEXTO BÍBLICO IBB — Isaías 45 (seleção)]
1 Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão; eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.
3 Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome. Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me conheças.
6 Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas. Destilai vós, céus, dessas alturas a justiça, e chovam-na as nuvens; abra-se a terra, e produza a salvação e ao mesmo tempo faça nascer a justiça; eu, o Senhor, as criei.
9 Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou dirá a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? e à mulher: Que dás tu à luz? Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos.
11 Eu é que fiz a terra, e nela criei o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todo o seu exército dei as minhas ordens. Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos exércitos.
18 Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.
19 Não falei em segredo, nalgum lugar tenebroso da terra; não disse à descendência de Jacó: Buscai-me no caos; eu, o Senhor, falo a justiça, e proclamo o que é reto.
2. PRIMEIRA RESPOSTA: O TEXTO E SEU CONTEXTO
A regra essencial para se entender um texto é este: o seu contexto (o que vem antes e depois no texto) tem que ser lido com igual cuidado.
Toda vez que se defrontar com um texto difícil, leia em torno do texto. Muitas respostas poderão ser encontradas.
2.1. Síntese do texto
Este texto se aplica a um contexto específico. O povo de Israel estava vivendo no cativeiro, mas especificamente na Pérsia, de que Ciro era o rei.
Deus, pela boca de Isaías, o chama de Messias do povo de Israel, enviado para libertar Israel. Deus age de modo estranho, para salvar seu povo. Deus iria usar Ciro, mesmo que o rei não tivesse ciência disto. Nesta passagem, o Senhor mostra que está no comando da história.
Especificamente no v. 7, Ele se apresenta como aquele que forma a luz e cria as trevas. Ciro e seu povo seguiam ao filósofo Zoroastro, que ensinava o dualismo. O deus da Luz tinha um inimigo: o deus das Trevas. É por que Iavé diz que criou tanto a luz quanto as trevas. Em outras palavras, Ele criou tudo.
Na segunda parte do verso, Deus vai mais além. Há várias versões e uma só afirmação: eu faço a felicidade e crio a desgraça; eu faço a prosperidade e crio o desastre (NIV); eu formo a felicidade e crio a tristeza (CEV); eu gero bem-estar e formo a calamidade (NASB); eu faço a paz e criou o mal (IBB-MMan, ASV, JPS, etc.).
2.2. Síntese do contexto
Podemos encerrar a primeira resposta, com a seguinte síntese: o povo de Israel (e nós também) precisava aprender de uma vez por todas que Deus está no controle da história. A história não é uma nau desgarrada, nem um avião sem piloto.
Assim, tudo o que existe, seja bom ou seja ruim, acontece pela permissão de Deus.
E atenção: Ele cria o mal, mas não o mal do pecado; o mal que Ele cria é o mal da conseqüência do pecado.
O mal de o povo estar no exílio foi indiretamente feito por Deus e diretamente realizado pelo homem com sua desobediência.
3. SEGUNDA RESPOSTA: A FONTE DO MAL
O tema pede que nos aprofundemos um pouco mais, especialmente diante da pervasividade do mal. Possivelmente hoje mesmo cada um de nós aqui tenha visto uma manifestação do mal. Ele está em todos os lugares.
3.1. Deus como fonte do mal
Em certo sentido, Deus é a fonte do mal.
. Ele é o Senhor de todas as coisas. O mal acontece no território dEle, que é o cosmo e a história. Quando o mal acontece, Deus está sabendo e permitindo que ele aconteça.
. Ele permite o mal, para que se alcance o bem. No caso do convívio de Israel com os povos vizinhos, o mal sobre esses povos era bem para Israel e, a partir daí, bem para toda a humanidade. A morte de Jesus Cristo foi um mal, necessário para a salvação da humanidade.
. Ele permite o mal, para que o homem permaneça livre. Ele não intervém porque o homem é livre e senhor do seu próprio destino, inclusive o destino da desobediência e suas conseqüências.
. Ele permite o mal, para nos ensinar. Deus não nos manda o mal para nos ensinar, mas permite que nos sobrevenha com fins pedagógicos.
3.2. O homem como fonte do mal
Em certo sentido, o homem é a fonte do mal.
. O mal é uma produção humana que afronta o projeto de Deus. No caso do povo de Israel, Deus é o criador do mal no sentido de que colocou os valores a serem vividos e o povo não os seguiu. Ao não os seguir, fez mal a si mesmo. Neste sentido, a origem primeira do mal é o próprio Deus, mas a responsabilidade por ele cabe ao homem.
. O mal é uma conseqüência da decisão humana de recusar voluntariamente a Deus (a natureza decaída ou carecida da graça de Deus – Rm 3.23) e os seus caminhos.
. O mal está arraigado na natureza humana, no plano pessoal e no plano estrutural. Este mal só pode ser desarraigado pela conversão individual e estrutural. O indivíduo corrompe a sociedade, que corrompe o indivíduo.
. O mal é o resultado do erro, como, por exemplo, erro de criação (como num processo político para erradicar uma etnia — no caso, judaica –, a exemplo do nazismo), erro de decisão (como a de uma empresa que decide demitir a maioria dos empregados em nome da sua sobrevivência), erro de operação (como numa cirurgia, em que os médicos falham involuntariamente) e erro de avaliação (como numa ultrapassagem imprudente, que pode provocar a morte do culpado e do inocente). Todos estes erros trazem conseqüências para os que erraram (e seriam justas) e para os que não erraram (e seriam injustas).
. Nós temos que conviver com mal, com o nosso próprio mal, que nos atinge e atinge os outros.
4. TERCEIRA RESPOSTA: O CONSOLO DE DEUS
Diante da realidade pervasiva do mal, nossas atitudes devem ser:
. Ver se nós mesmos, direta ou indiretamente, não provocamos o mal.
. Buscar entender racionalmente (pela Bíblia e pelo pensamento) as facetas do mal. Reconhecer que não podemos entender tudo. Não há problema em perguntar; o equivocado é contender (disputar no tribunal) com Deus, pois somos cacos entre cacos de barro (Is 45.9). Não podemos entender sempre porque Deus permite que algumas manifestações do mal nos alcancem.
. Orar para que Deus nos livre do mal. Jesus pediu que o mal de Getsemani lhe fosse impedido. Paulo orou para o mal, provocado por espinho, lhe fosse retirado. Eles não foram libertos do mal, mas venceram o mal; Jesus, pela ressurreição; Paulo, pela presença da graça em sua vida.
. Buscar o bem, não o mal. Buscai o bem, e não o mal, para que vivais, e assim o Senhor dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabeleceu o juízo na porta (Am 5.14-15).
. Transformar o mal em bem. Este é um dos sentidos de Rm 8.28: Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam Deus.
. Acreditar que o mal não nos pode derrotar. Nossa história terá, como a de Jó, um final feliz. Na vida dele e na nossa, Deus é o Senhor. Eis como termina a história de Jó (41.11-15).
Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro.
E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.
Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quézia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
Depois disto viveu Jó 140 anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração. Então morreu Jó, velho e cheio de dias.
Não sabemos o que Deus fará conosco. Pode ser que ele faça como fez a Jó. Pode ser que faça diferente. Não importa. O importante é crermos nele como Jó cria (19.23-27): Oxalá que as minhas palavras fossem escritas! Oxalá que fossem gravadas num livro! Que, com pena de ferro, e com chumbo, fossem para sempre esculpidas na rocha! Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida esta minha pele, então fora da minha carne verei a Deus; vê-lo-ei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, e não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim!
QUEM PRODUZ O MAL?
Isaías 45.7:
Pregado na Igreja Batista Itacuruçá, em 28.11.1999 (manhã)
1. O PROBLEMA
Diante de nossa perplexidade diante do mal, deparamo-nos com a afirmação bíblica de que Deus criou o mal.
[TEXTO BÍBLICO IBB — Isaías 45 (seleção)]
1 Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão; eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.
3 Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu nome. Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me conheças.
6 Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas. Destilai vós, céus, dessas alturas a justiça, e chovam-na as nuvens; abra-se a terra, e produza a salvação e ao mesmo tempo faça nascer a justiça; eu, o Senhor, as criei.
9 Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou dirá a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? e à mulher: Que dás tu à luz? Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos.
11 Eu é que fiz a terra, e nela criei o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todo o seu exército dei as minhas ordens. Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos exércitos.
18 Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.
19 Não falei em segredo, nalgum lugar tenebroso da terra; não disse à descendência de Jacó: Buscai-me no caos; eu, o Senhor, falo a justiça, e proclamo o que é reto.
2. PRIMEIRA RESPOSTA: O TEXTO E SEU CONTEXTO
A regra essencial para se entender um texto é este: o seu contexto (o que vem antes e depois no texto) tem que ser lido com igual cuidado.
Toda vez que se defrontar com um texto difícil, leia em torno do texto. Muitas respostas poderão ser encontradas.
2.1. Síntese do texto
Este texto se aplica a um contexto específico. O povo de Israel estava vivendo no cativeiro, mas especificamente na Pérsia, de que Ciro era o rei.
Deus, pela boca de Isaías, o chama de Messias do povo de Israel, enviado para libertar Israel. Deus age de modo estranho, para salvar seu povo. Deus iria usar Ciro, mesmo que o rei não tivesse ciência disto. Nesta passagem, o Senhor mostra que está no comando da história.
Especificamente no v. 7, Ele se apresenta como aquele que forma a luz e cria as trevas. Ciro e seu povo seguiam ao filósofo Zoroastro, que ensinava o dualismo. O deus da Luz tinha um inimigo: o deus das Trevas. É por que Iavé diz que criou tanto a luz quanto as trevas. Em outras palavras, Ele criou tudo.
Na segunda parte do verso, Deus vai mais além. Há várias versões e uma só afirmação: eu faço a felicidade e crio a desgraça; eu faço a prosperidade e crio o desastre (NIV); eu formo a felicidade e crio a tristeza (CEV); eu gero bem-estar e formo a calamidade (NASB); eu faço a paz e criou o mal (IBB-MMan, ASV, JPS, etc.).
2.2. Síntese do contexto
Podemos encerrar a primeira resposta, com a seguinte síntese: o povo de Israel (e nós também) precisava aprender de uma vez por todas que Deus está no controle da história. A história não é uma nau desgarrada, nem um avião sem piloto.
Assim, tudo o que existe, seja bom ou seja ruim, acontece pela permissão de Deus.
E atenção: Ele cria o mal, mas não o mal do pecado; o mal que Ele cria é o mal da conseqüência do pecado.
O mal de o povo estar no exílio foi indiretamente feito por Deus e diretamente realizado pelo homem com sua desobediência.
3. SEGUNDA RESPOSTA: A FONTE DO MAL
O tema pede que nos aprofundemos um pouco mais, especialmente diante da pervasividade do mal. Possivelmente hoje mesmo cada um de nós aqui tenha visto uma manifestação do mal. Ele está em todos os lugares.
3.1. Deus como fonte do mal
Em certo sentido, Deus é a fonte do mal.
. Ele é o Senhor de todas as coisas. O mal acontece no território dEle, que é o cosmo e a história. Quando o mal acontece, Deus está sabendo e permitindo que ele aconteça.
. Ele permite o mal, para que se alcance o bem. No caso do convívio de Israel com os povos vizinhos, o mal sobre esses povos era bem para Israel e, a partir daí, bem para toda a humanidade. A morte de Jesus Cristo foi um mal, necessário para a salvação da humanidade.
. Ele permite o mal, para que o homem permaneça livre. Ele não intervém porque o homem é livre e senhor do seu próprio destino, inclusive o destino da desobediência e suas conseqüências.
. Ele permite o mal, para nos ensinar. Deus não nos manda o mal para nos ensinar, mas permite que nos sobrevenha com fins pedagógicos.
3.2. O homem como fonte do mal
Em certo sentido, o homem é a fonte do mal.
. O mal é uma produção humana que afronta o projeto de Deus. No caso do povo de Israel, Deus é o criador do mal no sentido de que colocou os valores a serem vividos e o povo não os seguiu. Ao não os seguir, fez mal a si mesmo. Neste sentido, a origem primeira do mal é o próprio Deus, mas a responsabilidade por ele cabe ao homem.
. O mal é uma conseqüência da decisão humana de recusar voluntariamente a Deus (a natureza decaída ou carecida da graça de Deus – Rm 3.23) e os seus caminhos.
. O mal está arraigado na natureza humana, no plano pessoal e no plano estrutural. Este mal só pode ser desarraigado pela conversão individual e estrutural. O indivíduo corrompe a sociedade, que corrompe o indivíduo.
. O mal é o resultado do erro, como, por exemplo, erro de criação (como num processo político para erradicar uma etnia — no caso, judaica –, a exemplo do nazismo), erro de decisão (como a de uma empresa que decide demitir a maioria dos empregados em nome da sua sobrevivência), erro de operação (como numa cirurgia, em que os médicos falham involuntariamente) e erro de avaliação (como numa ultrapassagem imprudente, que pode provocar a morte do culpado e do inocente). Todos estes erros trazem conseqüências para os que erraram (e seriam justas) e para os que não erraram (e seriam injustas).
. Nós temos que conviver com mal, com o nosso próprio mal, que nos atinge e atinge os outros.
4. TERCEIRA RESPOSTA: O CONSOLO DE DEUS
Diante da realidade pervasiva do mal, nossas atitudes devem ser:
. Ver se nós mesmos, direta ou indiretamente, não provocamos o mal.
. Buscar entender racionalmente (pela Bíblia e pelo pensamento) as facetas do mal. Reconhecer que não podemos entender tudo. Não há problema em perguntar; o equivocado é contender (disputar no tribunal) com Deus, pois somos cacos entre cacos de barro (Is 45.9). Não podemos entender sempre porque Deus permite que algumas manifestações do mal nos alcancem.
. Orar para que Deus nos livre do mal. Jesus pediu que o mal de Getsemani lhe fosse impedido. Paulo orou para o mal, provocado por espinho, lhe fosse retirado. Eles não foram libertos do mal, mas venceram o mal; Jesus, pela ressurreição; Paulo, pela presença da graça em sua vida.
. Buscar o bem, não o mal. Buscai o bem, e não o mal, para que vivais, e assim o Senhor dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabeleceu o juízo na porta (Am 5.14-15).
. Transformar o mal em bem. Este é um dos sentidos de Rm 8.28: Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam Deus.
. Acreditar que o mal não nos pode derrotar. Nossa história terá, como a de Jó, um final feliz. Na vida dele e na nossa, Deus é o Senhor. Eis como termina a história de Jó (41.11-15).
Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro.
E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.
Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quézia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
Depois disto viveu Jó 140 anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração. Então morreu Jó, velho e cheio de dias.
Não sabemos o que Deus fará conosco. Pode ser que ele faça como fez a Jó. Pode ser que faça diferente. Não importa. O importante é crermos nele como Jó cria (19.23-27): Oxalá que as minhas palavras fossem escritas! Oxalá que fossem gravadas num livro! Que, com pena de ferro, e com chumbo, fossem para sempre esculpidas na rocha! Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida esta minha pele, então fora da minha carne verei a Deus; vê-lo-ei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, e não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim!
5. CONCLUSÃO