História da Ressurreição

Eu gosto da cruz.
Eu gosto da tumba.
Eu gosto da nuvem.
Não gosto da cruz que me tira o fôlego.
Não gosto da tumba que sufoca a minha vida.
Não gosto da nuvem que não segura o meu corpo.
Eu gosto daquela cruz no Gólgota
porque nela Jesus esticou os seus braços (para me amar),
retesou seus pés (para sustentar o peso do meu pecado)
abriu seus lábios para perdoar seus algozes
e me dizer que não preciso ser algoz de mim mesmo,
ao me perdoar de modo absoluto, belo, completo e definitivo.
Eu gosto da cruz por sua eficácia.
Eu gosto da tumba por razão diferente:
a sua ineficiência em deter o corpo do Cristo descido da cruz.
A força que fez (para manter o meu Salvador),
o desejo que teve (de segurar o meu Emanuel),
o cuidado que mostrou (em reter a história do meu Redentor),
tudo se rompeu diante da força do desejo do Pai
de cuidar dos vales que habito e dos montes que percorro.
Eu gosto das nuvens.
Todas são como aquelas que levaram Jesus Cristo
para a sua morada final,
como aquelas que me conduzirão
para a minha última morada.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO