Se houver no plano internacional
um tempo em que as armas repousem
inúteis.
Se também no plano pessoal
meu coração tiver descansado
de tantas batalhas: as necessárias
e as fúteis.
Se diante do presépio tão surreal
que mistura gente com animal
todo falante
eu tiver uma atitude de humildade tal
como se nada, nada mesmo, dependesse
dos joelhos que se vergam
por um instante.
Se minha alma se elevar ao sideral
para um canto que me soe como divinal
louvor.
Se meus olhos virem como igual
aquele que na esquina e no chão gelado
de mim não espera palavras
mas amor.
Se meus múltiplos desejos de “feliz natal”
forem inspirados de modo real
por Jesus Cristo
e eu receba cada gesto facial
e ofereça todo sorriso trocado
mesmo expressos na superfície
como um compromisso
Se o Salvador por um momento
se parecer como o que é:
meu Senhor companheiro amigo.
Se todo o verbo que eu disser
for uma afirmação de fé
que por um dia habite comigo
terá valido a pena mais este Natal
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
2006