Salmo 73: MESMO QUE EU NÃO ENTENDA

MESMO QUE EU NÃO ENTENDA
Salmo 73

Pregado na Igreja Batista Itacuruçá, em 14.1.2007 (noite)

Li o Salmo 73.
Leia o Salmo 73.
Leia o Salmo 73, se anda cheio de perguntas perplexas, do tipo “por que isto está acontecendo comigo”. Asafe não oferece a resposta, mas faz um desabafo, que eu ou você poderíamos ter escrito. Inspirado por Deus, o poeta aponta caminhos, que devem ser os nossos também, diante do triunfo dos perversos, inclusive que maquinam o mal contra nós.
Ao ler o Salmo 73, vivi-o para mim e compartilho com você o que aprendi.
O que você deve fazer em função do que vê e sente e sofre.

1. Proteste contra a maldade.
Proteste contra a maldade pessoal. Se foi traído, não aceite: proteste, grite, indigne-se. Se seus direitos estão sendo espoliados, berre, pule, procure justiça, procure a Justiça. Foi prejudicado no emprego, proteste, mesmo que com prudência para evitar erros maiores.
Proteste contra a maldade universal. Não faça de conta que ela não existe. Não entregue o problema a Deus, sem antes protestar, posicionar-se, colocar-se ao lado de Deus nem que seja para fazer perguntas que lhe soem incômodas.

2. Cuide para se manter íntegro diante da maldade.
Não imite, nem no plano do desejo, o comportamento dos maus, tornando-o seu também.
A todo instante, mesmo que cheio de dúvidas, olhe para os padrões de Deus.
Tome cuidado para não se tornar amargo, como se dissesse: “sou íntegro, mas não vale a pena”.
Tome cuidado para não desejar (invejar) o que o outro tem. Pare de olhar para o que o outro tem, para não o cobiçar. Pare de ouvir os aplausos que o outro recebe, para não os querer para si.
Não se deixe contaminar. Não beba da água desta gente. Não entre no propinoduto.
Vigie para não escorregar. Fique no quase. Se escorregar, peça perdão e se deixe levantar por Deus.

3. Fique perto de Deus.
Mesmo que não entenda o que Deus está fazendo ou deixando os homens fazerem (com você ou com o mundo), fique perto dEle (verso 28). Mesmo que esteja revoltado com Ele contra Ele, fique perto dEle.
Dê um tempo para Deus mostrar Quem Ele é. Ele não precisa deste tempo, mas talvez você precise. Ele resolve algumas coisas, ficando ao seu lado. Ele não resolve outras coisas, mas continua do seu lado. Se você ficar ao seu lado, vai entender. Esta foi a experiência do poeta: “Quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios” (versos 16-17). Esta experiência pode
Creia que Deus é bom (verso 1). Lembre-se da sua vida; da vida dos outros, para se recordar da bondade de Deus. Mesmo que não esteja sentindo que Deus é bom, não esteja vendo que Deus é bom, creia que Deus é bom.
Cante mesmo que esteja triste.
Ore mesmo que não acredite que Deus vai intervir
Venha à igreja mesmo que lhe pareça sem sentido.
Afirme que Deus é bom, mesmo que não esteja vendo esta bondade em ação.

4. Espere ser honrado.
Cremos que os puros de coração são alvos da bondade de Deus. Só que as vezes nosso esquema parece não funcionar.
Deus conhece o nosso esquema mental, em que os ímpios precisam ser castigados e os justos, premiados. Ele nos garante, então, que nos recompensará.
Penso em quatro recompensas:

A primeira recompensa é ver as coisas como Deus as vê. No santuário, no culto, na adoração, na comunhão com Deus, vemos as coisas como Ele as vê. Ele vê o ímpio se arrebentando, e nós também. Nosso senso moral sai, assim, fortalecido.

A segunda recompensa é ser conduzido pelo conselho de Deus. É como Deus nos tomasse pelas mãos para nos mostrar o que ainda não vimos.

A terceira recompensa é ser honrado por Deus. A imaginação do poeta vai longe: “depois me receberás com honras” (verso 24).

A quarta recompensa é Deus mesmo; é a sensação da presença de Deus. No santuário, fruímos da presença de Deus. Que prazer.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO