Desafios à fé cristã, 1: o desafio das ciências

DESAFIOS À FÉ CRISTÃ, 1: O DESAFIO DAS CIÊNCIAS

As ciências estão nas primeiras páginas dos jornais, como o indicam alguns fatos brasileiros transcorridos no primeiro semestre de 2007.
O governo federal, por recomendação do Ministério da Saúde, decidiu quebrar a patente de medicamentos associados ao tratamento dos portadores de HIV, para que pudesse baixar os preços destes medicamentos. Foi justo o que o governo fez? Não terá conseqüências negativas a curto prazo? Essas são respostas que não cabem apenas ao governo ou à indústria farmacêutica, mas a todos nós, mas a opinião requer estudo.
O Supremo Tribunal Federal reuniu um grupo de pessoas para uma discussão pública sobre questões éticas relacionadas à pesquisa com células embrionárias. Os ministros queriam saber: quando a vida começa? Quem foram os debatedores? Todos os 22 participantes eram biocientistas. Nenhum era teólogo.
O ministro da Saúde do governo federal brasileiro, José Gomes Temporão, tem procurado fertilizar um debate sobre o aborto no contexto das políticas de saúde pública. Deve ser alterada a lei brasileira, considerada bastante restritiva, para liberalizá-la, como fez Portugal, apesar dos esforços contrário da Igreja Católica Romana naquele país? O debate vai acontecer ou, pelo menos, precisa acontecer, e os cristãos, de quais denominações, não podemos ficar de fora.

DESAFIOS QUE REQUEREM DEBATES
Esses assuntos são sérios demais para serem deixados com cientistas ou com políticos, por mais sérios que eles sejam.
Os cristãos, particularmente os teólogos, tomados aqui como todos aqueles que buscam refletir sobre a revelação de Deus, foram expulsos ou talvez se tenham auto-exilado, em nome, quem sabe, do respeito à especificidade dos campos de suas pesquisas e reflexões. Quem age assim se esquece que o mundo não pode ser explicado apenas cientificamente, nem muito menos apenas teologicamente.

Há um desafio ainda mais dramático, porque parece representar uma ameaça menos dramática. Eu me refiro à entronização (deificação, dirão alguns) das ciências, tidas como capazes de oferecer todas as respostas, não só aquelas tidas como próprias de seu objeto e que podem redundar em técnicas e tecnologias, mas como capazes também de oferecer sentido à vida, com respostas até então consideradas como pertencentes aos domínios da filosofia ou da fé.
Desde Auguste Comte (1798-1857), o risco ronda a civilização e não dá sinais que nos vai abandonar, embora sob diferentes mantos. Comte via a história do pensamento humano como estando num progresso, em que o último estágio seria a supremacia do conhecimento científico, depois dos períodos teológico e metafísico. A partir daí, acabou-se por cunhar a busca de uma ciência positiva, sem lugar para a subjetividade do pesquisar, cuja meta seria buscar uma neutralidade para a ciência. Ciência e verdade são, ou deviam ser, sinônimas. Todo conhecimento que não passa pelo crivo do rigor científico deve ser banido para o bem estar geral da humanidade.
Apesar de ser um mito, desmontado tantas vezes, a idéia de um conhecimento objetivo, para além das condicionamentes individuais e das determinações sociais, persiste indestruida (as idéias jamais são destruídas!), tornando-se uma ideologia, tomada aqui como um conjunto de valores que dirigem as escolhas de uma pessoa.
O máximo desta proposta é a máxima proposta pelo brilhante biólogo e divulgador de ciência de Oxford, Richard Dawkins. Para ele, “desde que estimuladas a pensar e desde que disponha das mulheres informações, as pessoas terão a coragem de jogar fora os cobertores do conforto celestial e viver de modo intelectualmente pleno e emocionalmente livre”. DAWKINS, Richard. How dare you call me a fundamentalist. Disponível em <http://richarddawkins.net/article,1071,How-dare-you-call-me-a-fundamentalist,Richard-Dawkins-The-Times-Online>.
Em meados do século 20, o filósofo britânico Bertrand Russell disse a mesma coisa, mas era um filósofo. No final do século 20 e ainda no século 21, o escritor José Saramago tem dito a mesma coisa, mas é um escritor. Dawkins, não, é um cientista, que faz da defesa do ateísmo o propósito de sua vida. Segundo os valores de nossa civilização, ciência rima com razão; religião rima com ignorância. A ciência é capaz de nos fazer felizes, enquanto a religião nos ilude. A idéia está com todas as letras em DAWKINS, Richard. God delusion. London: Bantam, 2006.
Deste modo, como tem pretensões científicas e para-científicas (isto é, pretensões próprias da ciência e pretensões até então tidas como próprias para a filosofia e para a teologia), a ciência precisa estar nas agendas de preocupações de todos quantos queremos uma humanidade melhor, no corpo, na mente e no coração, para o que contribuem seus produtos, seus serviços e também seus ensinos.

AS BOAS CIÊNCIAS
Os cristãos, sejam cientistas ou teólogos, sejam cidadãos de outras áreas de pesquisa ou atuação, devem-se interessar pela vida, as suas e as dos outros, porque as ciências estão mudando o mundo e esta transformação é tão profunda em seus resultados e significados que esta tarefa não pode ser deixada tão somente aos cuidados dos cientistas. A consulta promovida pelo Supremo é uma prova disto.
As ciências vêm-se aprimorando e ninguém de nós imagina que isto seja ruim.
Não acha a ciência ruim a mulher que tem sua visão regularizada, embora tenha catarata, que em algumas décadas deixava cegas quem as contraísse por faltarem recursos médicos para a sua erradicação.
Não acha a ciência ruim o homem que, fisicamente incapacitado, pode voltar a andar com uma prótese invisível implantada em sua perna ou a se locomover com o apoio de uma cadeira de rodas que lhe dá de volta o direito de ir e vir ou retomar os movimentos perdidos por alguma manifestação de esclerose graças a seções de terapia genética.
Não acha a ciência ruim o casal que, não podendo ter filhos, pode lançar mãos dos recursos da reprodução assistida a fim de ganhar um bebê.
Não acha a ciência ruim a mãe que pode conversar com seu filho radicado em outro continente por meio de um telefone ou de um computador, podendo trocar som e imagem com ele.
Não acha ruim a ciência o missionário, o empresário ou o turista que pode visitar em tempo curso lugares muito distantes graças à tecnologia da aviação.
As ciências têm o potencial de produzir melhoria na qualidade de vida das pessoas, mas as ciências não estão sozinhas nesta tarefa. As artes, as filosofias e as religiões também cumprem o mesmo papel. Ninguém fez mais pela causa da igualdade racial no mundo do que Martin Luther King Jr. (1929-1968), com sua proposta de uma revolução não violenta. Acabo de ler dois livros dele, um dos quais contém uma seleção de seus sermões. Os livros são: KING JR., Martin Luther. Não podemos esperar. São Paulo: Senzala, 1968; KING JR., Martin Luther. Um apelo à consciência. Editado por Clayborne Carson e Kris Shepard. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. Quando lia os livros, eu me lembrei de uma viagem que fiz aos Estados Unidos, onde pude ver o quanto o país era diferente daquele descrito e combatido pelo pastor batista de Alabama nos anos 50 e 60, e que é pintado no filme “Missimpi em Chamas”. Suas palavras, caladas por um tiro de rifle, ainda hoje são tocantes e contribuíram sem nenhuma dúvida para um mundo melhor. Sua obra trêmula como uma flâmula de esperança para todos os que fazem de sua vida uma missão pela vida, particularmente para aqueles que têm como meta de suas vidas imitarem o Deus que disse que viveu para trazer vida com transbordância.
Na verdade, as artes, as filosofias e as religiões têm o condão de produzirem vida e de produzirem morte. O mesmo se aplica às ciências. O avião que nos leva para distâncias dificilmente alcançáveis ou conduz remédios ou comidas que salvam e alimentam vidas em lugares longínquos é o mesmo que  conduz bombas que destroem e matam.
A história do casal de pesquisadores Louis e Mary Fieser, de Harvard, ilustra bem essas possibilidades antitéticas. Estudantes de química do mundo inteiro já se assentaram sobre as páginas do seu manual de química orgânica avançada. Entre suas pesquisas está o desenvolvimento da vitamina K-1, de grande utilidade no tratamento da hemofilia, e da cortisona, esse importante antiinflamatório. (Esta semana estive com dois amigos que só estão vivos por causa das doses regulares de cortisona que absorvem. Se eu lhe perguntasse, diriam que a ciência é ruim?). Suas pesquisas salvaram milhões de vidas.
Louis Fieser também trabalhou em outra pesquisa, igualmente em Harvard. Ele e sua equipe desenvolveram um gel, a partir da mistura de gasolina com NAftanato de alumínio e PALMitato de alumínio, formando o Napalm. O uso deste produto com fósforo fazia com que o material atingido, fosse o corpo de uma criança ou uma casa de camponês, não se extinguisse. Jogadas por bombardeiros, milhares de toneladas incineraram cem mil pessoas e destruíram milhares de casas no Japão e no Vietnam. A fórmula de Fieser “queimou vivos homens, mulheres e crianças numa escala de horror”.  MCGRATH, Alister. Dawkins’ God; genes, memes, ant the meaning of life. London: Blackwell, 2007, p. 115-117. Eis como o cientista comentou sua invenção: “Não tenho o direito de julgar a moralidade do napalm exatamente porque eu o inventei”. Quando à empresa que o produziu e vendeu (a Dow Chemical Co.), o juízo do inventor foi: “Se o governo lhe pediu para fazer um contrato e ela era a mais competente para executá-lo, era sua obrigação fazê-lo”.  The Man Who Invented Napalm. Disponível em <http://www.vcdh.virginia.edu/PVCC/mbase/docs/napalm.html>
Foi bem diferente a reação de Santos Dumont, ao ver seu engenho, o avião, utilizado como máquinas de matar nas guerras. Em 1926, o inventor brasileiro chegou a apelar à Liga das Nações (mãe da Organização das Nações Unidas — ONU) para que se impedisse a utilização de aviões como armas de guerra. Um dos seus momentos de tristeza mais profunda, que o levaram à depressão e depois ao suicídio, em 1932, foi o uso de aviões no conflito chamado constitucionalista, em que São Paulo se levantou contra Getúlio Vargas.

UMA ÉTICA PARA A CIÊNCIA
As ciências, portanto, podem ser, ao mesmo tempo, generosas e perigosas para o ser humano. Dizendo melhor: o problema da ciência é a aplicação que fazem dela, especialmente quando é feita sem reflexão, que nem sempre o cientista está preparado para fazer.
Por isto, precisamos saudar Ian Wilmut, o “pai” da já falecida Doly, uma ovelha clonada a partir de células adultas em 1996. Para ele, a clonagem foi demonstrada como possível, inclusive de órgãos humanos e até de seres humanos. Cabe à sociedade decidir se estes clones serão feitos, porque eles podem ser feitos.
Por isto, devemos saudar os centros de pesquisa que, ao redor do mundo, inclusive no Brasil, têm comitês de ética para avaliar a moralidade dos trabalhos que desenvolvem.
Este é um desafio que precisamos enfrentar, cientistas e cidadãos. Não é bizantina, mas essencial a questão sobre o início da vida. Tem a ver não apenas com pesquisas biomédicas, mas também com o tema do aborto, que é uma questão de saúde pública, mas também um dilema ético, uma vez que o princípio imutável, porque divinamente oferecido, é “não matarás”.

Saudamos as ciências.
Saudamos as ciências, que, quando praticadas em seus termos e com honestidade, são ferramentas confiáveis com que contamos para compreender o mundo. Mais que isto: as ciências, especialmente quando desembocam em artefatos tecnológicos, tornam melhores as nossas vidas.
Não precisamos, portanto, temer a boa ciência, que é boa, quando se atém a sua tarefa, é coisa humana, mas coisa humana boa.
A ciência é boa porque, ao estudar a natureza, desvenda “mistérios” que não eram mistérios, deixando-os para o seu campo, o campo da expressão religiosa. Com a ciência, nossa religião é menos supersticiosa. Nossa religião não pode depender, porque não depende mesmo, da ignorância. Daniel nos diz que a ciência se multiplicará (Daniel 12.4), mas não diz que isto seja necessariamente ruim.
A ciência é boa porque, ao estudar o que ainda não sabemos, nos lança para além dos nossos limites. Somos feitos com o gene da eternidade, mas as vezes nos contentamos com a mediocridade. A ciência nos empurra para além, seja para o centro da terra, seja para a fronteira das galáxias.
A ciência é boa porque, ao nos desvendar os segredos da terra, nos ajuda na tarefa de governar a terra, missão que nos foi entregue por Deus (Gênesis 1.15). Embora tenha sido o conhecimento científico que nos tenha levado a comprometer a própria vida na terra, é o mesmo conhecimento científico que nos alerta para os riscos que corremos se não cuidarmos dela.
A ciência é boa porque nos ajuda na satisfação de algumas de nossas necessidades essenciais, como proteção e segurança, por exemplo, oferecendo-nos mais possibilidades de viver com mais intensidade a nossa humanidade.
A ciência é boa porque nos ajuda na recuperação de nossa imagem/semelhança de Deus, manchada pela queda, mas suavizada com o pincel (“paintbrush” ou “photoshop”) das ciências.
A ciência é boa porque é um dom de Deus. Deus atribuiu ao ser humano, não só a tarefa de cuidar da terra, mas a habilidade de cumprir sua missão. Gosto de ler sobre a dupla Bezalel e Aoliabe, porque eles simbolizam o que Deus faz com o ser humano em geral: “Disse então Moisés aos israelitas: `O Senhor escolheu Bezalel, filho de Uri, neto de Hur, da tribo de Judá, e o encheu do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística, para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, para talhar e lapidar pedras e entalhar madeira para todo tipo de obra artesanal. E concedeu tanto a ele como a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, a habilidade de ensinar os outros. A todos esses deu capacidade para realizar todo tipo de obra como artesãos, projetistas, bordadores de linho fino e de fios de tecidos azul, roxo e vermelho, e como tecelões. Eram capazes de projetar e executar qualquer trabalho artesanal'” (Êxodo 35.30-35).
Gosto também de ler a capacitação que Daniel e seus três colegas recebeu: “A esses quatro jovens Deus deu sabedoria e inteligência para conhecerem todos os aspectos da cultura e da ciência. E Daniel, além disso, sabia interpretar todo tipo de visões e sonhos” (Daniel 1.17).
Deus gosta de ciência. Foi Ele quem a inventou.
Ele fez ciência quando inventou o mundo.
Ele fez ciência quando criou o homem.
Ele fez ciência quando ensinou os homens a inventar.
Ele fez ciência quando fez a planta do barco com que Noé salvaria a humanidade.
Também devemos gostar de ciência. E por gostarmos dela precisamos saber que não podemos deixar a ciência apenas com os cientistas.
Quando a ciência planeja construir uma nova Babel, que é a ciência que usurpa Deus ou o homem, cabe-nos dispersá-la.

Este caminho tem alguns passos, que precisamos dar.

1. Precisamos amar a ciência, que requer anos de dedicação. A ciência é um instrumento colocado por Deus nas mãos de homens e mulheres, para abençoar mulheres e homens. Por isto, como cidadãos, precisamos exigir que nossos governos invistam cada vez mais na educação e na ciência. Sem pesquisa um país não avança.
Há pouca discussão no Brasil.

2. Precisamos educar a ciência, para que ela não pesquise, corrompidamente, apenas o que dá dinheiro, mas o que torna melhores as vidas também dos pobres. Uma boa ciência não pode ficar divorciada das necessidades do povo.
Além disso, um cientista precisa pensar nas conseqüências de seus atos. A resposta de Fieser (“Não tenho o direito de julgar a moralidade do napalm exatamente porque eu o inventei”) é insuficiente porque irresponsável. A preocupação de Santos Dumont, embora exagerada, foi mais digna.

Precisamos de cientistas cristãos que levem a Bíblia para o laboratório.
Precisamos de cientistas cristãos que venham para a arena da discussão pública.

A ciência importa. Os cientistas importam.\
Eles estão mudando a face do mundo. O que eles fazem é importante demais para decidirem sozinhos.
Os que atuam em pesquisa em instituições públicas e privadas procurem entrar nos comitês de ética para aprender juntos e debater juntos.

Sonho com uma rede de cientistas cristãos, nos mais variados campos, que interajam para falar de suas descobertas e de seus dilemas.

3. Precisamos apurar nossa acurácia intelectual, nos campos das artes, das filosofias, das teologias e das ciências. Isto se aplica a todo ser humano, mas deve nos alcançar de modo especial como missão. Que os preconceitos contra a religião sejam mesmo preconceitos, não observações cruas de nuas realidades. Não nos esqueçamos, portanto, que “o cristianismo está compromissado com uma constante revisão de suas idéias à luz de seus ancoradouros na Bíblia e na tradição, sempre perguntando se uma interpretação contemporânea de uma doutrina é adequada ou aceitável”. MCGRATH, Alister. Dawkins’ God; genes, memes, ant the meaning of life. London: Blackwell, 2007, p. 13.
Para que revisemos nossos conceitos e revisemos os conceitos dos outros, com humildade, honestidade e coragem,

3.1. precisamos conhecer Deus e conhecer os homens.
Não se pode divorciar o estudo científico da fé estudada e vivenciada. Cientista e aprendiz de cientista, não importa se nas ciências sociais ou nas naturais, mantenha sua vida científica junto com a devocional e a ministerial. Ponha seus tubos de ensaio sobre as páginas da Bíblia.
Os benefícios desta integração são diretos e indiretos. Menciono um indireto, a título de curiosidade.
Muita gente, ao redor do mundo, usa o Post-It, um marcador de papel em que se pode escrever e que pode ser colocado numa folha sem danificá-la. Foi inventado por acaso em 1970. Um homem chamado Spencer Silver trabalhava nos laboratórios da 3M para desenvolver um adesivo forte. Ele criou o novo adesivo, que foi reprovado porque era muito fraco e sua empresa nunca o produziu. Ele colava nos objetos, mas se desgrudava com muita facilidade. O inventor, porém, nunca o descartou. Num domingo, quatro anos depois, outro cientista da 3M, de nome Arthur Fry, estava cantando no coro da sua igreja. Ele marcava os hinos, mas os marcadores caiam do hinário. Ele se lembrou do adesivo de Silver, usando-o para cobrir seus marcadores. Foi um sucesso. Como o adesivo era fraco, os marcadores ficavam firmes no lugar sem danificar as páginas marcadas. A companhia começou a distribuir o Post-it, que se tornou um sucesso mundial de vendas, dez anos depois do “fracasso” de Silver.
Precisamos de cientistas cristãos que venham para a arena da discussão pública. Precisamos de cientistas cristãos que, atuando em pesquisa em instituições públicas e privadas, que procurem entrar nos comitês de ética para aprender juntos e debater juntos. Quero repetir que a ciência importa. Os cientistas importam. Os cientistas e as ciências mudando constantemente a face do mundo. O que eles fazem é importante demais para decidirem sozinhos.
É por isto que sonho com uma rede de cientistas cristãos, nos mais variados campos, que interajam para falar de suas descobertas e de seus dilemas.

3.2. precisamos amar o conhecimento e amar os homens.
Isto requer estudo duro e atualização constante. A recomendação paulina permanece válida: “Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, (…) se não tiver amor, nada serei” (1Coríntios 13.2). O lema de todos os cientistas cristãos precisa ser este: conheço, mas amo.
Cientista e aprendiz de cientista, não importa seu campo de estudo e pesquisa, ame a Deus, conhecendo-o, porque o conhecimento dEle é o princípio da boa pesquisa; ame o homem, conhecendo seu corpo, sua cultura, sua terra, porque você foi criada para conhecer.
Só vale a pena a vida de quem ama.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

[CONTINUA]