NO REINO DE DEUS, COMO AS CRIANÇAS
(Mateus 18, 19 e 21)
1. Temos uma tarefa na igreja em relação às crianças, segundo o ensino de Jesus Cristo.
1.1. Precisamos, como igreja, receber as crianças (Mateus 19.13). Nunca rechaçá-las, sob qualquer pretexto. Elas são diferentes de nós, no interesse, na retenção, nos movimentos. Elas estão em formação: por isto, Jesus é tão duro contra quem lhes servir de tropeço, ao lembrar que uma marca (feita numa criança) vai ficar para sempre.
1.2. Precisamos, como igreja, colocá-las no colo (Marcos 9.36), cuidando delas.
1.3. Precisamos, como igreja, abençoar as crianças (Mateus 19.15 — Jesus lhes impôs as mãos, como se tendo as mesmas necessidades espirituais do que as adultas). Como elas não dão retorno (na política, não votam; na igreja, “só dão trabalho e despesa”), Jesus nos pede para cuidarmos delas como se estivéssemos cuidando dEle (a quem amamos, servimos e adoramos).
2. Para entrarmos no Reino de Deus (isto é, sermos salvos), precisamos nos tornar crianças.
2.1. Precisamos nascer de novo como crianças recém-nascidas (a exemplo do que Jesus ensinou a Nicodemos — João 3). Jesus toma o nascimento biológico como uma metáfora para indicar que, para entrarmos no Seu Reino, precisamos ser gerados outra vez. Nascer, na verdade, não é um verbo que nós conjugamos; na verdade, somos nascidos. É o Espírito Santo que nos nasce. Só precisamos desejar nascer. Quando nascemos de novo temos um novo corpo moral e espiritual; ficamos com a cara do Pai. Nascemos de novo quando recebemos a Jesus como Senhor e Salvador. Onde Jesus estava, ali estavam as crianças, sem medo de serem consideradas como seus discípulos.
2.2. Precisamos ser humildes como crianças inocentes (Mateus 18.4 — “Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus”).
Jesus usou a humildade das crianças para demonstrar a humildade necessária para se entrar no Reino dos céus. Alguém dirá que as crianças também se gabam. Sim, elas se gabam porque também são pecadoras; elas se gabam imitando seus pais ou pessoas próximas.
No entanto — e é isto que Jesus quis que reconhecemos — a humildade das crianças não advém de uma declaração que façam, mas de sua própria condição de fragilidade. As crianças são naturalmente fracas. Reconheçam-no ou não: elas são frágeis. Não são capazes de sair, por si mesmas, de situações difíceis. Não são capazes de produzir seu próprio pão. A condição humana está perto da criança; não aprendeu ainda a pôr a mascara da perfeição. (Quando aprende, deixa de ser criança; perde a inocência).
Como são naturalmente fracas, as crianças se deixam alimentar. Por isto, pedem e esperam.
Como são naturalmente fracas, as crianças se deixam ensinar. É por isto que perguntam tanto… Adultos querem ensinar; crianças se deixam ensinar. Crianças são naturalmente alunas. Elas não sabem ainda o que é a vida; por isto, se deixam ensinar. Como as crianças, deixemo-nos ensinar por Jesus Cristo (por meio da igreja). O processo é claro: quem nasceu de novo precisa aprender. E precisamos continuar aprendendo com Jesus. Há muitos mestres a nos ensinar; ouçamos a todos, mas comparemos estes ensinos com os de Jesus. São os dEles que nos fazem felizes.
2.3. Precisamos louvar, como as crianças (Mateus 21.16– “Sim, vocês nunca leram: `Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos suscitaste louvor’”?). Jesus cita o Salmo 8, que diz
“Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza”.
Com as crianças aprendemos:
. O louvor não é uma técnica; antes, é a linguagem do Espírito Santo que flui através de nós. Este é o perfeito louvor, que não exclui o treino, mas o treino é secundário (primária é a atitude, própria de quem deixa o Espírito Santo fluir na sua vida.). O louvor é o poema de Deus se expressando por nosso intermédio; apenas declamamos o poema que o Espírito Santo compõe.
. O louvor nasce da dependência de Deus. As crianças (especialmente as de peito) relaxam quando são alimentadas. Devemos cantar como elas cantam, como os pássaros, que cantam quando são alimentados. Quando relaxam as crianças (ou cantam os pássaros), estão se alegrando na dependência de Deus.
. O louvor, por isto mesmo, é sempre uma ação de graças. Não louvamos para ensinar a Deus ou ao crente, louvamos para agradecer a Deus. Não louvamos para pedir algo a Deus; louvamos para dar graças a Deus. Não louvamos para ser abençoados; louvamos porque somos abençoados e, abençoados, reconhecemos que foi Deus quem fez e, reconhecendo, cantamos.
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