XAVIER
Do meu irmão Xavier também me despedirei
agora que seu corpo foi pela morte calado
por sua vida ao Deus que é bom celebrarei
embora não possa ver seu rosto de sorrisos timbrado.
O que nesta hora de silêncios direi,
senão que seu ritual de espera foi um brado,
não de revolta, porque sempre o guardarei
como ato de um coração ao Pai todo consagrado?
A mim, mesmo com o que aprendi, ainda perguntarei
se conservarei a mesma convicção ardente
de ser amado pelo Pai tão verdadeiramente.
Agora no meu coração eu lhe escreverei
esta lápide como meu próprio mote:
“Xavier vida que soube ser exemplo na morte.
É assim como ele que quero preparado me ver”.
(Em gratidão pela amizade do pastor Manoel XAVIER dos Santos Filho, falecido aos 52 anos idade. Eu o conheci em 1974, tendo sido depois seu aluno. Mais tarde, ele foi meu mentor. Em sua doença, de 18 meses, conheci melhor sua eposa, para quem escrevi um soneto-homensagem, que pode ser lido no meu blog PRAZER DE LER.)