Um jovem soldado que finalmente estava voltando para casa, depois de ter lutado numa guerra muito sangrenta, ligou para seus pais e lhes disse:
— Mãe, Pai, estou voltando para casa, mas, quero lhes pedir um favor. Tenho um amigo que eu gostaria de trazer comigo.
O pai respondeu:
— Claro, filho, nos adoraríamos conhecê-lo!
— Mas, há algo que vocês precisam saber: ele foi terrivelmente ferido na guerra; pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. Ele não tem nenhum lugar para ir e, por isso, quero que ele venha morar conosco.
— Puxa, filho, não é facil cuidar de uma pessoa com tantas dificuldades assim… mas, traga-o com você, nós vamos ajudá-lo a encontrar um lugar para ele.
— Não, mãe, não, pai, eu quero que ele venha morar conosco.
— Filho, nós não podemos assumir um compromisso tão grande como este. Ele não seria feliz morando aqui conosco. E nós perderíamos um pouco da nossa privacidade. Vamos encontrar um lugar em que possam cuidar bem dele.
— Está certo, papai, o senhor tem razão!
Alguns dias depois, no entanto, eles receberam um outro telefonema, agora da polícia, com a seguinte notícia: o filho deles havia cometido suicídio, num hotelzinho de beira de estrada numa cidade vizinha, bem próxima da deles.
Quando foram fazer o reconhecimento do corpo, descobriram, pelas condições encontradas, que o “amigo” do qual o rapaz falara aos seus pais era ele mesmo, que havia sido gravemente ferido na guerra. Na carta que deixou, havia uma despedida e uma informação que escondera o fato de que “amigo” era ele mesmo, por ter ficado com medo de não ser aceito por sua família.