Segundo a organização Portas Abertas, Maher Ahmad El-Mo’otahssem Bellah El-Gohary, que se converteu ao cristianismo, tenta obter uma nova identidade que demonstre sua nova afiliação religiosa. Os promotores pediram sua condenação à morte.
Transcrevo, a seguir, a informação de Portas Abertas:
Na última audiência de um cristão egípcio que queria se converter oficialmente ao cristianismo, os advogados da oposição o acusaram de apostasia, e pediram pena de à morte.
Mais de 20 advogados islâmicos foram à audiência no caso de Maher Ahmad El-Mo’otahssem Bellah El-Gohary. Ele tentou obter um novo documento de identidade que demonstrasse sua nova afiliação religiosa como cristão (saiba mais). Dois advogados conduziram a acusação: Ahmed Dia El-Din e Abdel Al-Migid El-Anani.
“[El-Din] começou a falar que o Alcorão estava em uma posição mais elevada do que a Bíblia. As pessoas podem subir de religião, não descer, então, ninguém pode deixar o islã, que é a mais elevada de todas”, disse Said Fayez, um dos advogados de El-Gohary.
Memorandos apresentados pelos advogados de oposição afirmam que casos como o de El-Gohary são parte de um ataque norte-americano contra o islã e o Egito, que o cristianismo é uma religião inferior, e que os coptas protegem e defendem os convertidos a seu próprio risco.
“Nós recebemos 150 páginas falando sobre religião. Não estamos em posição de falar sobre isso, estamos falando somente sobre a lei”, disse Fayez.
El-Gohary não estava presente na audiência, pois isso colocaria sua vida em grande risco. Ele planejava obter as procurações que autorizassem o advogado Nabil Ghobreyal a agir em seu lugar no tribunal, mas os funcionários do cartório xingaram e bateram nele.
O juiz Hamdy Yasin foi forçado a adiar o caso até 28 de março, porque El-Gohary não conseguiu os papéis necessários para a procuração.
“Estou em uma posição que não me permite fazer nada”, diz El-Gohary. “Eu tenho que ir ao tribunal, apesar do risco. Creio que Deus irá me proteger. É uma decisão muito difícil, mas tenho que ir.”
“Nossos direitos como cristãos no Egito são menores do que os direitos de um animal. Somos desprovidos de nossos direitos civis e sociais, de nossa herança, e somos abandonados para ser mortos por fundamentalistas. Ninguém se preocupa em investigar ou agir por nós.”
El-Gohary, 56, foi atacado na rua, e, tanto ele quanto a filha de catorze anos continuam recebendo ameaças de morte pelo telefone e pelo celular. Ao mesmo tempo, recebe mensagens de encorajamento, vindas de outros ex-muçulmanos que têm medo de tomar a mesma atitude que ele.
“Todos os dias recebo ligações de pessoas que se converteram, mas mantêm em segredo. Eles me perguntam sobre o que está acontecendo, porque afeta o futuro deles também”, diz El-Gohary.
O perigo que ele e sua família correm demonstra que provavelmente ele deixará o Egito, mas não até o caso ser encerrado.
O advogado Ghobreyal declara: “Ele não vai embora sem ir ao tribunal, ele não quer sair enquanto não estiver terminado. A conversão é um direito dele.”
El-Gohary disse que sente a responsabilidade de testemunhar sobre Deus e Jesus: “Eu tenho que fazer o que faço pelo bem dos convertidos e para a Glória de Deus”, afirma. (Tradução de Deborah Stafussi)
Enquanto isto, nas terras da liberdade de cultos, o que fazemos?
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