Livros recém-lançados (março, 12)

“Uma pessoa vale que pelo diz,
diz pelo que pensa,
pensa pelo que lê”.

(Escrito a giz num quadro verde,
numa reunião de adolescentes na então
Igreja Batista da Tijuca, no Rio de Janeiro,
quando eu tinha 14 anos)

BÍBLIA

Título: Joel: o profeta do pentecostes
Autor: LOPES, Hernandes Dias
Edição:  Hagnos (São Paulo)
Síntese: Comentário ao livro do profeta Joel.
Avaliação: ♦ ♦ ♦
Crítica: O comentário tem o mérito de ser um dos poucos em português sobre este profeta menor. Além disto, o autor desenvolve bem sua interpretação, mas depende demais de fontes secundárias, que são poucas.
Um trecho: “O jejum é uma experiência pessoal e íntima. Há momentos, porém, que ele se torna aberto, declarado e coletivo. Joel conclama o povo todo a jejujar nesse processo de volta a Deus” (p. 68)

HISTÓRIA

Título: Homens de um livro só: o fundamentalismo no islã, no cristianismo e no pensamento moderno
Autor: AZEVEDO, Mateus Soares
Edição:  Nova Era (Rio de Janeiro)
Síntese: Um estudo sobre os fundamentalismos, tanto religiosos quanto científicos e filosóficos. O autor defende o que chama de perenialismo, valorizando todas as religiões e criticando os secularismos, sobretudo a psicanálise.
Avaliação: ♦ ♦ ♦
Crítica: O livro é bastante instigante, embora muito irregular, tanto na forma (os capítulos são desiguais), quanto no conteúdo, sobretudo por sua defesa do islamismo.
Um trecho: “O caos intelectual, espiritual e moral no qual está imerso o mundo contemporâneo engendra desenraizamento, descentramento e fragmentação. (…) A resposta mais profunda e mais duradoura a esses desafios incubados pela mentalidade dos homens de um livro só são as espiritualidades milenares e tradicionais” (p. 122).

TEOLOGIA

Título: A neurose da religião: o desastre do extremismo religioso
Autor: HOVESTOL, Tom
Edição:  Hagnos (São Paulo)
Síntese: Um estudo sobre os fariseus, ao tempo do Novo Testamento, com aplicações para o cristianismo contemporâneo.
Crítica: O título português é completamente infeliz. Pensei tratar-se de uma livro de psicologia da religião. O título original é “Extreme righteousness” (algo como “justiça extrema” ou “retidão extrema”). A despeito disto, o livro é excelente e contemporâneo. Afinal, como disse Bossuet, cada um de nós tem um fariseu escondido dentro da gente.
Avaliação: ♦ ♦ ♦ ♦ ♦