CONFIAR, OU NÃO CONFIAR? (Adalberto Alves de Sousa)

CONFIAR, OU NÃO CONFIAR?
Por Adalberto Alves de Sousa
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“Maldito o homem que confia no homem” – Jr 17.5a

A cena é corriqueira: um irmão, decepcionado, relata um episódio em que outro irmão deixou de honrar compromisso assumido, mesmo tendo empenhado a palavra. Ao concluir sua história, ele ouve: “É, irmão, bem que a Bíblia nos adverte: ‘Maldito o homem que confia no homem’”.
Será que a aplicação do texto bíblico está correta para o caso acima? Certamente que não. Primeiro, porque essa declaração é apenas o início de um texto mais amplo, que diz: “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!”. Segundo, porque, se continuarmos a leitura, o verso 7 nos mostrará claramente que o contexto é de salvação da alma: “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”. Observe a oposição “aparta o seu coração do Senhor” x “cuja esperança é o Senhor”. Essas duas expressões definem no texto o “maldito” (“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” – Mt 25.41b) e o “bendito” (“Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos está  preparado desde a fundação do mundo” – Mt 25.34b).
Quando lemos um texto é fundamental identificar o contexto em que ele se insere.