João 07.37: PARA QUE RIOS DE ÁGUAS VIVAS FLUAM DE NÓS

PARA QUE RIOS DE ÁGUA VIVAS FLUAM DE NÓS
(João 07.37)

No último e mais importante dia [o oitavo, que foi acrescentado ao instruído em Levítico 23] da festa [das Cabanas ou dos Tabernáculos], Jesus levantou-se [no templo] e disse [fazendo uma convocação, como era de praxe] em alta voz [para ser ouvido em meio ao burburinho]:
— Se alguém tem sede, venha a mim e beba.  (38) Quem crer em mim, como diz a Escritura
[em muitas passagens do Antigo Testamento, como Isaías 44.3 — “Pois derramarei água na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espírito sobre sua prole,e minha bênção sobre seus descendentes”] do seu interior fluirão rios de água viva. 
(39) Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem. Até então [
João escreve depois de Atos 2, quando o ministério do Espírito Santo foi “formalmente” estabelecido, embora ativo desde a fundação do mundo] o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado”.

Aprendemos com a atitude (verso 37a ) e com a fala (verso 38) de Jesus.

A VOZ
Com a atitude de Jesus, aprendemos que há uma voz no mundo e é a voz de Jesus.
É uma voz alta, mas também uma voz abafada e silenciada.

. A voz de Jesus é uma voz alta, porque é uma voz cheia de ternura e de coragem.
. A voz de Jesus é uma voz alta, porque proferida em meio aos soluços quando olha para o mundo (como fez em relação a Jerusalém — Lucas 19.41 — “Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela”).
. A voz de Jesus é uma voz alta porque dirigida às necessidades humanas e não dá para sussurrar diante delas.
. A voz de Jesus é uma voz alta ouvida por todos quantos colocam os seus ouvidos nas páginas dos Evangelhos e escutam o que dizem sobre o caminho da salvação e seguem por ele.

. Ao mesmo tempo, a voz de Jesus é uma voz abafada (a voz é falada, mas o som é quase inaudível), externamente, pela oposição, pela perseguição e, internamente, pela omissão dos cristãos.
(Quanto à oposição, temos que nos posicionar, apologeticamente, o que demanda pesquisa, coragem, inteligência, estratégia e argumentação.
Quanto à perseguição, temos que orar pelos perseguidos.
Quanto à omissão, temos que pedir perdão a Deus e mudar de estilo. Nunca nos esqueçamos que, para o mundo, a voz de Jesus é a voz dos cristãos. O que o mundo está ouvindo? O que os seus vizinhos estão ouvindo? Gritos, murros e desrespeitos dentro da sua casa? O que os vizinhos estão ouvindo nos corredores? O que os seus amigos estão ouvindo no trabalho, na escola, na rua? Essa é a voz de Jesus que estão ouvindo, não aquela que você acha que está dizendo. Não abafe a voz de Jesus. Não substitua a voz de Jesus pela sua).

. Também a voz de Jesus é uma voz silenciada (a voz é falada, mas não é ouvida), externamente, pela prioridade dada a outras necessidades e pela indiferença dos que não estão nem aí para a voz de Jesus, e, internamente, pelo ritual dos cristãos (ritual de significado perdido),  pelo mau testemunho dos cristãos (no plano moral — sem coerência — e no plano espiritual — sem plenitude).
(Quanto aos que não priorizam ouvir a Jesus e lhe ficam indiferentes, devemos orar por eles e viver Jesus para eles.
Quanto a nós, se vivemos uma religião apenas de ritual, nada significando para nós, temos que pedir perdão e pedir a Deus que nos ajude a encontrar alegria em nossas expressões de fé. Se temos dado mau testemunho, temos que pedir perdão — e não ficar buscando atenuantes que “expliquem” nossas atitudes indignas; se nossas vidas não estampam no exterior a presença do Espírito Santo em nosso interior, temos que nos arrepender, pedir perdão e começar uma nova jornada de fé e testemunho)

A PROMESSA
Como lemos na Bíblia, Jesus oferece água da vida, aquela que mata a sede de uma vez e para sempre.  (João 4.9-14 — “A mulher samaritana lhe perguntou: “Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber? (…) Jesus lhe respondeu: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva”. Disse a mulher: “O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva? (…) Jesus respondeu: “Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna“, que é o mesmo que dizer “Quem bebe desta água, do seu interior fluirão rios de água viva”).

Quem deixa que esta água, vinda da Fonte, que é Jesus, entre no interior da sua vida verá esta água correndo para fora da sua vida por transbordamento.

A promessa é de salvação, entendida como vida futura (eterna, junto com Cristo definitivamente) e vida presente com qualidade. Pensar e viver a vida eterna apenas como algo para o futuro é empobrece-la. A vida transbordante é para agora também.
Vida transbordante é uma vida plena de alegria no Espírito Santo. É isto possível? Quando Jesus estava no Getsêmani e pediu para que o cálice não fosse bebido, estava vivendo a alegria no Espírito Santo, por exemplo? Não, mas estava cheio do Espírito Santo. Foi esta plenitude que o guiou pelo Getsêmani até o Gólgota. Estava alegria quando se sentiu abandonado na cruz? Não, mas estava cheio do Espírito Santo, que o capacitou a ir até o fim e dizer que tudo estava consumado. Nem sempre estamos alegres no Espírito, porque temos dramas, pessoais e de outros, mas devemos estar sempre cheios do Espírito, para ultrapassarmos estes momentos.

A RESPOSTA
Podemos dizer que há dois tipos de pessoas no mundo.

O primeiro é constituído daqueles que ainda não beberam desta água.
Para beber desta água, é preciso, primeiro, reconhecer a sede e, então, tomar da água.
Reconheça sua sede, sede da água viva, que Jesus dá. Reconheça sua sede de salvação.
Beba da água de Jesus.

O segundo tipo é formado por aqueles que ouvem o oferecimento de Jesus, de água viva, e bebem desta água.

No entanto, eu quero me deter no tipo de pessoas que ainda não beberam da água da vida.
Peço licença para contar uma história pessoal, muito simples.

Na minha casa tem um aquecedor a gás de água, que alimenta dois chuveiros.
Há algum tempo, o aquecedor deu defeito e eu chamei um técnico. Ele veio, consertou e deixou uma instrução: o botão do acendedor automático não devia ser acionada, porque não funcionava. Durante anos usamos o aquecedor, riscando fósforos. Milhares de palitos foram queimados para acender o aquecedor.
Algum tempo depois, o aquecedor ´pifou outra vez, vazando muita água. Chamei um técnico, da mesma empresa. Ele condenou o aquecedor e recomendou sua troca. Sugeriu, contudo, que fosse chamado um bombeiro para ver a mangueira interna, que talvez resolvesse, mas não acreditava que isto aconteceria.
Chamei um bombeiro. Em alguns minutos, ele trocou a mangueira. Ao me chamar para mostrar o serviço, usou o acendedor automático, condenado, desusado, que funcionar naturalmente, para minha surpresa.
Fiquei pensando no tempo que não usei o acendedor automático, que estava perfeito, mas que não funcionava porque fora desativado indevidamente. Quanto dinheiro gasto a toa. Quanto desconforto. Quanto tempo perdido.
E o botão estava ali.

Volto a Jesus ficando de pé e falando em alta voz.
— Se alguém tem sede, venha a mim e beba (João 7.37b).

Ouço (ouça também) o mesmo Jesus falando em alta voz:

— Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo. (…) Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede (João 6.32-35)

— Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida (Apocalipse 21.6)

— Vem! E todo aquele que ouvir diga: “Vem!” Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida (Apocalipse 22.17).

Se você se saciar de água ou comida, ficará com sede até beber mais água ou com fome até comer outra vez.
Se você se saciar de dinheiro, ficará com sede e precisará de mais dinheiro.
Se você se saciar de fama, ficará com sede e precisará de mais fama, para não cair no anonimato.
Se você se saciar de sexo, ficará com sede e precisará de mais sexo.
Se você se saciar de poder, ficará com sede e precisará de mais poder.
Se você se saciar de lazer, ficará com sede e precisará de mais divertimento.
Se você se saciar de álcool, ficará com sede e precisará de mais álcool.
Se você se saciar de droga, ficará com sede e precisará de mais droga.
Se você se saciar de sucesso, ficará com sede e precisará de mais sucesso.

Se você se saciar de Jesus, ficará completo e transbordará.
Transbordará porque terá uma ligação permanente com a Fonte.
Transbordará porque saberá que é amado por Deus, recebendo o que pede ou não recebendo o que pede.
Transbordará porque tem certeza que está a caminho de uma vida realmente eterna, cheia de alegria plena, vitalidade plena, adrenalina plena.

A REALIDADE
O segundo tipo de pessoas (o primeiro sendo o que não bebeu ainda) é constituído por aqueles que já beberam da água da Fonte de Deus. Para estes há uma mega-promessa:
Ouçamos a voz alta de Jesus:
— Quem crer em mim, como diz a Escritura,  do seu interior fluirão rios de água viva.

Eu lhe convido a olhar para sua vida: do seu interior fluem rios de água viva? Não posso calar esta pergunta dentro de mim também.

Deus olhou para o seu povo, pelos olhares do profeta Jeremias, e concluiu: “O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva, e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água” (Jeremias 2.13).
Jeremias gritou, em sua oração: “Oh Senhor, Esperança de Israel, todos os que te abandonarem sofrerão vergonha; aqueles que se desviarem de ti terão os seus nomes escritos no pó, pois abandonaram o Senhor, a fonte de água viva” (Jeremias 7.13).

Quem cavar cisternas rachadas não tem água para beber ou cozinhar ou lavar.
As regiões secas, sem sistema de distribuição encanada de água, precisam de poços (ou cisternas) que retêm água para ser tirada na hora oportuna. Se as paredes destas cisternas são rachadas, as águas se vão.
Há regiões onde cisternas não são necessárias porque têm fontes de onde correm água permanentemente. O máximo que se precisa fazer é canalizar essas águas até uma bica ou mesmo um tanque.
O profeta se serve desta realidade, para fazer a sua comparação. Deus é a fonte de água viva, mas muitas vezes é abandonado. A água desta fonte se perde no solo e nas valas. Enquanto isto, longe de Deus as pessoas cavam cisternas, muitas vezes às pressas, tamanha é a sede, incapazes de armazenar água.
Sei muito pouco sobre cisternas. Convivi muito pouco com elas na infância e na adolescência, o que deu para entender o que o profeta Jeremias está dizendo.
Desde cedo, em casa tinha água encanada na cozinha e no banheiro, como acontece hoje com 91,3% da população brasileira. Só notamos que é uma tremenda maravilha ter água encanada dentro de casa quando ela falta ou quando escasseia por alguma razão.
Aconteceu comigo recentemente. A água da pia da cozinha estava muito fraca. Achei que era uma coisa séria porque a caixa de água do prédio havia sido lavada. Imaginei que o cano estivesse entupido. Lavar louças demorava muito. Então, chamei um bombeiro, indicado por um amigo. Ele veio, desenroscou uma telinha embutida da torneira como uma espécie de filtro, mostrou como estava sujo, pediu uma escova, limpou, lavou, colocou no lugar e a água voltou a jorrar com plenitude.
Fiquei envergonhado e satisfeito. Satisfeito porque o problema foi resolvido. Envergonhado porque eu mesmo poderia ter resolvido o problema.
Antes de sair, o bombeiro me lembrou que eu precisava fazer aquela limpeza de vez em quando.

Passada a vergonha, fiquei pensando em como impedimos que a água da Fonte divina chegue às pias das nossas vidas. No meu prédio, a caixa de água estava lá em cima, cheia. Havia comunhão entre minha casa e a caixa de água. O problema é que havia muita sujeira na tela. A fonte divina jorra água para dentro de mim, permanentemente. No entanto, eu posso controlar a quantidade de água que vem, colocando uma tela e esta tela pode ficar entupida.
O que tem impedido a chegada de água, mais água, mais água, às nossas vidas? O que está entupindo a passagem de água?

Cada um de nós pode se descrever e notar o que está restringindo o acesso de água. Entra água, mas tão pouca que não dá para lavar o que é necessário.

Pode ser que o restritor de água seja formado por uma camada de pecados acumulados, antigos ou recentes. Nós sabemos quando pecamos porque o Espírito Santo que habita em nós nos diz. Inventamos um monte de álibis mas sabemos que pecamos. Enquanto este pecado não for lavado, não vai entrar água na nossa vida. Se entrar, é uma água fraquinha, que não parece vinda do trono de Deus.
O pecado tem um poder sedutor. Vamos bebendo sua água e achando ruim a água da Fonte de Deus. Podemos até achar — pelo poder da sedução — que a água do pecado tem o mesmo sabor da água que vem de Deus. Gostamos de nos enganar. E como é bom saber que os rios de Deus lavam nosso restritores!
Façamos isto antes que o pecado nos leve a fechar o registro por completo, impedindo que até os pingos de água entrem em nossa vida, antes que o cano apodreça ou seja desviado para o chão.

Pode ser que o restritor seja uma enfermidade, física ou emocional, que precisa ser tratada. Sabemos que temos um problema e deixamos para depois a solução. Tentamos fazer sozinho, mas precisamos de ajuda. Enquanto isto, a água que vem da graça de Deus é comprimida, chega a contagotas e precisamos de uma cachoeira. E como é saber que os rios de Deus lavam nossos restritores!
Vamos lavar a parte interna da torneira para que a graça flua para dentro de nós?
Chega de água fraquinha!

Pode ser que o restritor seja formada por memórias tristes e amargas. A água da alegria fica sem força ao passar por ele. A água da esperança fica turva ao passar por ele. A água da comunhão fica sem graça ao passar por ela. O restritor está cheio de amargura, de pessimismo e de desconfiança. E a vida segue cheia de altos e baixos, com mais baixos que altos, embora o tanque de Deus esteja cheio de alegria, esperança e comunhão. E como é bom saber que os rios de Deus lavam nosso restritores!
Vamos lavar nossos filtros para que a graça nos chegue cristalina?
Chega de água fraquinha!

Pode ser que neste momento o restritor seja uma situação fora de controle, um drama ou uma tragédia, silenciosos ou em voz alta, situação que tira até a vontade de beber água. A água está no cano pronta para entrar. Deixe a água de Deus entrar, para inundar sua dor, percorrer de novo a sua vida.

Retomo algumas afirmações necessárias:
Você crê em Jesus. Se ainda não crê, uma nova história pode começar hoje na sua vida, se receber Jesus como Senhor e Salvador. (Tenho dito isto muitas vezes. Numa delas, uma senhora, de uma outra confissão religiosa, disse a uma interlocutora, ao me ouvirem: “Eu já recebi a Jesus. Todos já recebemos a Jesus”. Tenho que dizer que seria ótimo se isto fosse verdade, mas nem todos já receberam a Jesus como Senhor e Salvador. Por isto, ofereço um resumo do que é receber a Jesus como Senhor e Salvador.
Receber a Jesus como Senhor e Salvador é aceitar que Ele é o Salvador do mundo, em função do que fez na cruz, ao perdoar os pecados de todos os que confessam a Ele os seus pecados. Isto significa a suficiência da cruz e a insuficiência da auto-suficiência, da bondade humana, das obras humanas, incapazes de salvar. Isto significa o reconhecimento de você é pecador e está perdido sem Jesus. O perdão é uma obra única, o que implica dizer que não há reencarnação. A vida de cada um de nós é única; a obra de Cristo é única. Única e suficiente. Não é preciso mais nada. Nada pode acrescentar à graça salvadora de Jesus.
Receber a Jesus como Senhor e Salvador é aceitar a Bíblia como única regra para a vida. Todos os outros autores são apenas comentaristas e todos os seus comentários não podem negar ou acrescentar algo à Bíblia. As doutrinas de um cristão são as doutrinas da Bíblia.
Receber a Jesus como Senhor e Salvador implica em compromisso absoluto com Ele. A ética de um cristão é a ética da Bíblia, não a de alguém, pois mais interessante que seja.
Receber a Jesus como Senhor e Salvador implica em desejar ser guiado pelo Espírito Santo. Isto põe o cristão numa caminhada permanente até a perfeição, que virá pela habitação deste mesmo Espírito no seu coração.

Para quem recebe a Jesus como Senhor e Salvador há uma promessa, promessa de vida transbordante, vida transbordante que não é ausência de problemas.
Em qualquer situação, a água continua a jorrar da Fonte de Deus.
Mantenha o cano ligado à Fonte. Limpe o registro de entrada de água da Fonte.
Mantenha sua sede.
De que você tem sede?
Tem ido á Fonte de água viva?
Tem limpado periodicamente o filtro de água?
O registro está aberto?
Está entrando água?
Tem bebida da água de Deus? Tem gostado do sabor da água de Deus?

Tem entrado água com força para o interior da sua vida?
Se tem, beba desta água.
Se não tem, beba desta água.

Se não tem entrado água com força para o interior de sua vida, veja o que está acontecendo.
O pecado está entupindo a passagem de água?
Confesse o seu pecado a Jesus, que é fiel e justo para perdoar você e purifica-lo (1João 1.9). Esta garantia não anula a séria advertência: “Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados” (Hebreus 10.26). Esta advertência não anula o convite: “Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e tendo os nossos corpos lavados com água pura” (Hebreus 10.22).

A doença, física ou emocional, tem drenado toda a água que entra na sua vida?
Ouça a orientação bíblica: “uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha (…), e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus” (Hebreus 12.1-2).

As memórias têm tornado amarga toda água que entra na sua vida?
Escute e medite na proposta bíblica, pela mão do apóstolo Paulo: “esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Filipenses 3.13b-14).

NA HORA DA FESTA

1
Volto ao inicio da presença de Jesus na festa dos tabernáculos.
Segundo o relato evangélico, “no último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz” (verso 37).
Começo com uma obvia afirmação: Jesus pôde dizer o que disse ao que estavam na festa porque Ele estava na festa. Jesus pôde transformar água em vinha numa festa de casamento porque foi convidado para a festa e estava lá (João 2). Jesus ministrou aos corações de Lázaro, Marta e Maria porque estava na festa que prepararam (João 12). Jesus lavou os pés dos discípulos numa festa porque estava na festa (João 13.5). Jesus disse numa festa que veio chamar pecadores ao arrependimento porque estava na festa (Lucas 5.27-39). Jesus ensinou a um fariseu como devia viver porque foi convidado para ir a uma festa na sua casa e foi (Lucas 11.37-54). Jesus perdoou os pecados de uma mulher que estava numa festa porque ele também estava na festa (Lucas 26.6-13).
O que fazemos em nossas festas que não podemos convidar Jesus para estar nelas?
Jesus está na nossa festa?
Se não está, por que não O convidamos?
Se está, deixamos Jesus falar?
Quando Ele fala, nós O ouvimos?

Lembremo-nos que se, Jesus estiver em nossa festa, nossa festa será de fato uma festa.
Quando Ele está na festa, ele nos diz:
— Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
Temos sede?
De que?
Onde estamos indo beber?
Temos bebido de Jesus?

2
Se temos bebido, como está o armazenamento da água, para que não nos falte?
Então, eu me lembro da outra experiência “hidráulica” que tive. Um filtro de água lá em casa, usado para gelar a água, estava com problemas decorrentes do tempo de uso. Fomos dando um jeito. Até que um dia, cheguei a área onde ficava e a área estava toda alagada e o recipiente de água, vazio. Uma mangueira interna deve ter-se rompido e jogou para fora toda a água.
Não preciso entender muito do assunto para saber que faltou manutenção ao equipamento. A mangueira resseca e fura.
Não é diferente conosco. A água da Fonte de Deus entra por uma mangueira conectada no céu, mas eu preciso fazer a manutenção dela, se não vai se romper.
Esta manutenção se faz com a leitura da Palavra de Deus e da oração ao Deus da Palavra. Esta manutenção se faz por meio do envolvimento num ministério através da igreja. Esta manutenção se fez pela comunhão com Cristo por meio da comunhão uns com os outros.
Como é triste ver água de Deus sendo desperdiçada!
Quantos, de fato, mesmo dentro de uma igreja, se importam com a Palavra de Deus quando é publicamente lida e explicada?
Quantos, de fato, mesmo dentro de uma igreja, se importam com as palavras de Jesus Cristo?
Jesus está dizendo que quem crer nEle fluirão rios de água viva do seu interior (verso 38). Repito a natureza da promessa: Quem deixa que a água, vinda da Fonte, que é Jesus, entre no seu interior terá uma vida transbordante e verá esta água correndo para fora da sua vida por transbordamento.

3
Lendo com mais cuidado o texto, vemos que esta é uma promessa para o futuro. Leiamos o verso 39:
Jesus “estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem. Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado”.
Sim, para os primeiros ouvintes, a promessa era para futuro. Para nós, no entanto, a promessa é para o presente. O Espírito Santo, eis o que lemos em Atos, soprou sobre os cristãos e desde então sopra, para que do nosso interior aquela água que entrou com força jorre para fora com força.
Se entra água em nós e não sai, é porque ainda não recebemos o Espírito Santo de Deus.
O problema é que todos aqueles que receberam a Jesus como Senhor e Salvador também já receberam o Espírito Santo porque a conversão para a salvação é uma obra do Espírito Santo. Foi Ele quem nos convenceu do nosso erro e nos levou ao arrependimento.
Não temos esta desculpa, portanto, para que a água de Deus não flua de dentro de nós (para fora, com o perdão para o pleonasmo, aqui necessário).
Ouso mais: se não está fluindo água de nós, é porque não entrou. Se entrou, entrou fraquinha porque a mangueira estava furada ou a torneira estava entupida.
Este é o teste prático: se a água de Deus entra em nós, tem que sair.
O teste cada um pode fazer: tem jorrado a água de Deus para fora de nós, abençoando pessoas, alcançando pessoas, salvando pessoas, confortando pessoas. Temos anunciado Jesus como Senhor e Salvador? Temos exalado o perfume de Cristo?

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

REPRODUÇÃO — Autorizamos a reprodução deste conteúdo com a condição que se seja citada a fonte nos seguintes termos:  Reproduzido do site “Prazer da Palavra”, de Israel Belo de Azevedo, que pode ser ser acessado em www.prazerdapalavra.com.br.