Apocalipse 16.15
É provável que, se perguntássemos às pessoas, aquilo que mais as incomoda, receberíamos como resposta a seguinte afirmativa: “O que mais me incomoda é não poder planejar a minha vida, de tal modo que eu possa controlar o seu processo”.
Todos, na vida, estamos sujeitos a surpresas. A surpresa faz parte da condição humana. Não podemos levar uma vida totalmente previsível. É claro que as surpresas desagradáveis não nos incomodam, tão que nem as colocamos no rol das surpresas. Ninguém se importa de receber uma herança que nem sequer sabia ter direito, mas todos se aborrecem em ter que transferir parte de sua eventual poupança para a conta de um hospital.
O cristão é feliz, portanto, porque (e quando) assume a sua fragilidade. Os séculos 19 e 20 se esqueceram da fragilidade humana, imaginando poder construir uma sociedade nova a partir da educação e da ciência. É bem verdade que a tecnologia nos tem permitido viver no melhor dos mundos possíveis, atenuando nossas fragilidades, o que tem gerado muito otimismo, mas não superado essas mesmas fragilidades. Continuamos tão frágeis quanto há dez mil anos.
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