Nos Estados Unidos, um assunto vem provocando controvérsia. Fitas de conversas entre o então presidente Richard Nixon (1913-1964) e o evangelista Billy Graham (nascido em 1916) transcrevem uma frase de 1973 em que o evangelista se refere aos judeus como “sinagoga de Satanás”.
A conversa, liberada agora e transcrita pelo jornal USA TODAY, tem 150 horas e 30 mil páginas.
Nixon menciona o encontro que teria com a primeira-ministra Golda Meir. Graham, então, menciona uma referência a Apocalipse 3.9, que fala daqueles que se dizem judeus mas são mentirosos e que pertencem à sinagoga de Satanás”.
Na mesma conversa, Graham menciona a oposição judaica a uma campanha evangélica unificada e diz que os judeus estão no encalço da igreja.
Noutra gravação, liberada em 2002, Billy Graham concorda com Nixon (com quem, cria, o Senhor estava) e diz: “Eles não sabem o que eu realmente sinto sobre o que eles estão fazendo a este país”. Naquela ocasião, o porta-voz do evangelista, A. Larry Ross, disse que o pregador nunca foi antissemita e que a frase deveria ser vista no seu contexto. O próprio Billy Graham pediu desculpas se cometeu alguma ofensa. Agora, aos 90 anos, o evangelista não dá mais declarações, embora tenha enviado uma mensagem recente à Convenção Batista do Sul, reunida em Louisville.
Em 1973, Billy Graham chamou o religioso judeu Marc Tanenbaum de o mais brilhante dos rabinos. Em 1977, o American Jewish Committee (Comissão Judaico-Americana) condecorou Billy Graham, por seu trabalho em favor do diálogo entre protestantes e judeus.
A reação na comunidade judaica à revelação das conversas foi forte. Abraham Foxman, diretor da Anti-Defamation League (Liga de Antidifamação), disse: “embora nunca tenha apresentado estas idéias em público, o rev. Graham descaradamente se juntava ao presidente na boataria clássica contra dos judeus”.
Lyndon Johnson, Richard Nixon, Brilly Graham e Spiro Agnew
MEU COMENTÁRIO — Estamos, uma vez mais, diante de uma tempestade em copo de água. A mesma reação surgiu por ocasião do filme de Mel Gibson sobre Jesus Cristo. Gibson foi acusado de antissemitismo por ter tido que Jesus foi morto pelos judeus.