Dinheiro, consumo e felicidade
Um estudo da Universidade Estadual de San Francisco (EUA) sugere que a experiência do ato de comprar, e não a posse material daquilo que se compra, leva a uma maior felicidade, tanto para o comprador, quanto para as pessoas à sua volta. Uma compra que produz uma experiência, seja a compra de uma refeição ou de ingressos para um teatro, resulta em um aumento de bem-estar porque ela satisfaz necessidades de ordem elevada, especificamente a necessidade por conexões sociais e a vitalidade, um sentimento de se estar vivo.
Ryan Howell, professor de psicologia da Universidade onde feita a pesquisa, disse que as “descobertas dão suporte a uma extensão da teoria das necessidades básicas, que estabelece que as compras que aumentam a satisfação de necessidades psicológicas irão produzir um maior bem-estar. As pessoas continuam a acreditar que mais dinheiro as fará mais felizes, mesmo que 35 anos de pesquisas venha mostrando o oposto. Talvez essa crença se mantenha porque o dinheiro está fazendo algumas pessoas felizes por algum tempo, pelo menos quando elas gastam o dinheiro em experiências de vida.”
Durante a pesquisa, os participantes precisavam escrever reflexões e responder a algumas perguntas sobre suas compras recentes. Os participantes indicaram que as chamadas “compras experienciais” representavam uma forma melhor de gastar o dinheiro e maior felicidade para eles próprios e para os outros à sua volta. Os resultados também indicam que a experiência produz felicidade independentemente do valor gasto ou da renda do consumidor.
A conclusão é que não é o dinheiro, mas o “experimentar algo” que traz felicidade, por gerar uma memória capital. Como diz Howell, “nós não tendemos a ficar entediados com memórias felizes como ficamos com objetos materiais.”