Mateus 2.13-15 — UMA FUGA QUE É VITÓRIA

COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL

Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR

Mateus 2.13-15 — UMA FUGA QUE É VITÓRIA

Na estratégia militar existe um capítulo chamado “movimentos retrógrados”.
Os comandos militares exercitam com muita cautela essas táticas, pois,
militarmente falando, em princípio, todo movimento de tropas para a retaguarda
pode ser visto como o mais trágico evento que um comandante de tropa receia,
que é a fuga, a deserção, a debandada de seus homens.

No entanto, a matéria existe nos compêndios militares, pois tais movimentos
podem ser vistos como estratégicos, ou seja, uma retirada de homens deste ou
daquele ponto para servir de ponte para um ataque ou contra-ataque mortal ao
inimigo, mais adiante. Foi mais ou menos isto que a providência divina fez
quando aconselhou ao pai de Jesus Cristo:

“Levanta-te, toma o menino e sua mãe,
foge para o Egito, e ali fica até que eu to fale.”
Mt 2.13b

Sim, a fuga de agora era a estratégia divina para vencer a Herodes mais
tarde. Tirando a família de Cristo do centro dos acontecimentos na Judéia, o
Senhor a preservava para que, depois de passado o perigo representado pela
sanha assassina do rei, pudessem, José e Maria, com Jesus infante, voltar para
Nazaré, exercer ele a sua profissão, e, como toda boa família judia, educar o
menino e preparar-se para a chegada dos demais filhos.

Não foi, assim, uma fuga derrotista mas, sim, uma fuga de vitória. Os
magos deixam a cena do nascimento de Cristo, mas o Senhor continua a
conduzir a história da vida de seu Filho. Humanamente, ela corria perigo.
Herodes, alertado pelos magos do oriente de que um possível concorrente à
sua realeza havia nascido, vai tentar encontrá-lo, por certo, para tirar-lhe a
vida. Mas, José, mais uma vez, com sua discrição e sem alarde, vai cumprir a
vontade de Deus em sua vida e na vida de Jesus e, com isto, salvá-lo.

Temos que ver o exemplo deste José como uma lição para nós. Precisamos
ouvir a voz de Deus em nossa vida, de forma que os nossos passos sejam
conduzidos por ele, mesmo que seja “fugindo para o Egito”.
 

Senhor,
faze-me receptivo à tua voz.
Que a minha vontade
se submeta sempre à tua vontade
para o meu viver.

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