COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL
Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR
Mateus 5.1-16 — UMA INTRODUÇÃO MARCANTE
Hoje e durante toda esta semana, estaremos estudando três dos principais
capítulos do Evangelho de Mateus. Sim, para a maioria dos comentaristas, os
capítulos 5, 6 e 7 deste evangelho, contendo o sermão que sintetiza o ministério
terreno de Jesus Cristo, são como que o portão principal que dá acesso ao
melhor entendimento da vida e obra do Filho de Deus. Para alguns, é um
discurso preliminar de apresentação daquilo que ele pregará e viverá, algo como
o lançamento em campanha eleitoral por parte dos candidatos quando falam
sobre sua plataforma política.
Seu ministério em início estava suscitando admiração e afluência. Vinham
de longe para ouvi-lo ou para serem beneficiados por seus milagres. Como a
dominação romana era algo aviltante para o povo de Israel, o surgimento de
qualquer profeta, especialmente se trazia consigo algo que denotasse poder
sobrenatural, o caso de Cristo, se transformava num fato a ser devidamente
investigado para a renovação das esperanças de libertação e autenticidade do
povo hebreu.
Assim, quando deixou a região da Judéia e dirigiu-se para a Galiléia, as
pessoas começaram a correr ao seu encontro, querendo tirar dele o melhor
proveito. Cristo percebe o engano que estava movendo o povo e resolve fazer
um sermão que é como uma palavra de advertência e de esclarecimento àquele
povo. Cristo não os queria iludidos. Desde o início, ele os queria conscientes
do reino que viera implantar na terra, não um reino material ou de poderio
bélico, mas, sim, um reino espiritual, diferente de tudo aquilo que os hebreus
imaginavam e esperavam desde os tempos da queda de Israel e de Judá. Daí a
sua palavra tão clara no sentido de que o galardão dos seus seguidores não
seria dimensionado em termos terrenos, mas celestiais:
“Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso
galardão nos céus; porque assim perseguiram aos
profetas que foram antes de vós.” Mt 5.12
Sim, aquele povo buscava a Jesus muito mais pelo “pão que perece” e não
pelo pão que permanece para sempre, o pão espiritual, que conduz o crente à
vida eterna com ele na glória.
Senhor,
que eu tenha por prioridade em
minha vida a preocupação com as
coisas espirituais, aquelas que dão
sustento à minha vida cristã.