COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL
Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR
Mateus 8.18-34 — O CUIDADO COM A “FAMA”
Vamos prosseguir na temática dos últimos dias. Cristo enfrentou o mesmo
problema que hoje muitos pregadores famosos enfrentam: o perigo de se
deixarem levar pelo bafejo da fama. Pelo fato de causarem impacto às multidões
com suas mensagens, começam eles a ser seguidos por um sem número de
ouvintes de “carteirinha”, como se diz, ou acólitos mesmo. No mundo secular,
isto se tornou tão imperioso que eles se organizam em fã-clube, que junta a
chamada “tietagem” feminina e masculina em torno dos seus ídolos ou heróis.
Hoje, há pastores fazendo mais ou menos o mesmo, principalmente os da TV,
pois movimentam toda uma equipe de marketing bem sofisticado para manter
e ampliar o seu número de aficcionados e “fã…náticos” seguidores.
Jesus, no primeiro versículo de nossa leitura de hoje, nos ensina o caminho
inverso a este. O autêntico mensageiro da Palavra de Deus não se deve deixar
levar pela atração da fama e da celebridade. Não deve pretender ganhar o
“Oscar” do ano, aparecer na capa das principais revistas, ser personagem “vip”
nos noticiários e jornais. Ele poderia ter-se projetado em seu tempo, deixandose
levar pelo doce embalo da calçada da fama, tal o atropelo que causava com
sua passagem pelas cidades, mas ele mostra exatamente o caminho contrário:
“Vendo Jesus uma multidão ao redor
de si, deu ordem de partir para o outro lado
do mar.” Mt 8.18
O Senhor Jesus sabia que aquela corrida e acolhimento eram efêmeros e
fugazes. “Fogo de palha”, como se diz. Não havia verdadeira conversão, mas,
sim, o sentimento agradável de verem nele quem os alimentava de pão e poderia
livrá-los do domínio romano. Por isso, deixou-os! Partiu! Foi para o outro
lado.
É isto que os pregadores de hoje devem fazer. Quando notarem que as
multidões estão vindo a ele por causa de suas palavras bonitas e inteligentes,
mudem o rumo de suas mensagens, para que essas pessoas entendam a sua
essência (espiritual) e não apenas a sua forma atraente (eloqüência).
Senhor,
que a cada domingo, em minha
igreja, eu veja a presença de um
servo teu, que prega segundo a
tua vontade.