COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL
Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR
Mateus 9.1-13 — O PERDÃO SEM CURA
Este texto de Mateus nos leva a uma cogitação bem interessante de um
aspecto que talvez uma leitura apressada dos versículos não nos deixe perceber:
“E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito,
Jesus, pois, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Tem ânimo,
filho; perdoados são os teus pecados.” Mt 9.2
Sim, a simples leitura pode levar-nos a cogitar o seguinte:
1) Jesus ia apenas “perdoar” os pecados do paralítico, fazendo-o voltar
para casa na mesma cama em que os seus companheiros o trouxeram, apenas
com o sentimento interior de uma alma renovada e pura pelo perdão recebido?…
2) Será que ele considerava suficiente para o rapaz o perdão somente?…
3) Será que foi “uma sorte” do paralítico estarem ali os escribas, pois só
após a murmuração deles é que o Senhor Jesus resolveu curá-lo também?…
Isto porque, aparentemente, se não tivesse percebido a animosidade das
autoridades religiosas de Jerusalém que ali estavam, vigiando-o e agora,
contrafeitos com a sua palavra de perdão, ele não teria curado o rapaz, cessando
aí a sua ação. A cogitação é válida pois a narrativa do evangelista nos conduz
racionalmente a ela. No entanto, podemos caminhar um pouco mais em busca
de uma conclusão mais racional sobre o fato:
Primeiro: Jesus tem a qualidade divina da onisciência. Ele devia saber que,
para aquele rapaz, apenas o perdão seria suficiente. Ele viveria feliz e alegre,
mesmo que continuasse paralítico;
Segundo: Jesus tem a qualidade divina da presciência. Ele sabia que os
escribas iriam murmurar e que ali estaria uma oportunidade de mostrar de
maneira mais contundente ainda para eles o seu poder.
Terceiro: Jesus tem a qualidade divina da onipotência. Ele sabia que, à sua
palavra, pecados são perdoados e paralíticos levantam-se e andam.
Senhor,
que a minha fé seja de tal ordem
que o sentimento de bem-estar
sob tua presença me leve a ser feliz,
mesmo que diante de problemas.