02/09/09 DISCIPLINA 1 A ABERTURA DO CORAÇÃO Faz bem, a nós e aos outros, abrir nossos corações para os outros O DESEJO Quero ser um ministro da graça de Jesus. PARA MEDITAR 2Coríntios 6.11-13, 7.2a PARA MEMORIZAR “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se”. (Filipenses 2.5-6 — NVI) PARA PENSAR “Se queremos, de fato, evitar todas as recusas e todas as rejeições, nunca criaremos um ambiente onde possamos crescer mais fortes e profundos no amor. Deus tornou-se humano para fazer com que pudéssemos como que tocar o amor divino. É isso mesmo a encarnação. E a encarnação não aconteceu só há muito tempo, mas continua a acontecer para aqueles que acreditam que Deus lhes porá no caminho os amigos de que precisam. Mas a escolha é nossa”. (HENRI NOUWEN, 1995 NOUWEN, Henri. Mosaicos do presente. São Paulo: Paulinas, 1998, p. 128.) PARA VIGIAR NÃO permitirei que o legalismo e a amargura sejam as vozes íntimas a predominar em meus relacionamentos. PARA ALCANÇAR Alargarei o meu coração. A DECISÃO É NOSSA Veja a seguinte descrição que de uma família real, para ver se ela se aproxima da história de alguma que você conheça. O casal, presente e atencioso para com todos, teve três filhos. O do meio se casou primeiro. Quando solteiro, ligava todos os dias para casa. Casado, fazia o mesmo. Quando se mudaram para mais perto, não tem um dia que não se vêem e nem um final de semana que almoçam juntos. São ativos na mesma igreja. A mais velha se casou depois. Foi morar mais ou menos perto, mas escolheu outra igreja, da qual pouco participam. Dão importância aos amigos mais que aos pais, para quem ligam, com pouca grudação. O mais novo se casou por último. Preferiu morar bem longe e, depois, mudou até de Estado. O casal simplesmente não liga os pais dele. Raramente vai a igreja, a mesma dos pais dele. Nunca tomam a iniciativa de estarem juntos ou mesmo de telefonarem. Passam semanas se se verem. Os três receberam os mesmos estímulos, mas são diferentes. Não há nenhuma novidade nestes padrões, mas a pergunta que se requer é: por que são tão diferentes? Os pais têm como centro a vida familiar. Ele teve bons exemplos em casa e seguiu a trilha. Ela teve péssimos modelos em casa, mas se tornou diferente. Seus filhos tiveram magníficos padrões em casa, mas só um filho (com sua esposa e seus filhos) herdou o mesmo apreço pelo prazer de estarem juntos com os pais. Não houve herança, na verdade. A nora apegada (ao estilo de Rute) e a nora desapegada tiveram separados os pais. Houve escolha. Este é o ponto. Estímulos são estimulantes, mas não obrigatoriamente determinantes. Nós decidimos dilatar ou apequenar nossos corações, conforme as expressões do apóstolo Paulo. No seu estilo bem pessoal, ele parece que se ajoelha diante dos coríntios, em busca do seu afeto: “Oh coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado! Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos. Ora, em recompensa disto (falo como a filhos), dilatai-vos também vós. Recebei-nos em vossos corações”. (2Coríntios 6.11-13, 7.2a — ARA). “Falamos abertamente a vocês, coríntios, e lhes abrimos todo o nosso coração! Não lhes estamos limitando nosso afeto, mas vocês estão limitando o afeto que têm por nós. Numa justa compensação, falo como a meus filhos, abram também o coração para nós! Concedam-nos lugar no coração de vocês”. (2Coríntios 6.11-13, 7.2a — NVI) Nos termos bíblicos, o filho e sua esposa decidiram ter corações dilatados. Os outros escolheram ter seus afetos limitados a eles mesmos. UMA QUESTÃO DE SABEDORIA Cada um de nós tem um jeito de ser. Cada jeito de ser resulta em conseqüências, positivas ou negativas, para todos os participantes (nós e os outros). Por isto, cada de um nós precisa avaliar o bem/mal que o seu jeito de ser faz, à gente mesma e aos outros. Nem o caramujo se basta a si mesmo. Quem só fala de si, sem ouvir, sem se importar com o outro, sem prestar atenção no outro, um dia não terá quem o ouça e ainda se perguntará por que razão isto lhe acontece. Quem só fala de desgraça vai dispersar os ouvidos, para se proteger, mesmo que com três supersticiosos toques na madeira (à moda celta Acredita-se que, os celtas, por crerem que os espíritos maus podiam habitar nas madeiras, batiam nelas para os afugentar.). Quem se acha vítima do mundo (das pessoas e das circunstâncias) simples, sonora e sabiamente vai ser evitado. Quem é ríspido no seu relacionamento vai gerar medo ao lado e distanciamento quando for possível. Quem sempre tem razão acabará tendo razão na silenciosa solidão de si mesmo. Quem sabe mais que os outros logo não caberá no circulo de amigos. Quem ouve será ouvido. Quem abençoa será abençoado. Quem é maduro diante das dificuldades será procurado. Quem exala perfume na voz e no gesto terá asas que pessoas buscam para se abrigar. Quem não se importa em ter razão se cercará de pessoas que quererão trocar tempo, conhecimentos, recursos e experiências. Quem sabe menos que os outros um dia acabara reconhecido como aquele que sabe pelos outros, que quererão a partilha do seu saber ser. Para olhar bem para fora, precisamos olhar bem para dentro. Precisamos investir na (ré)organização do nosso mundo interior, inclusive buscando ajuda de outros, amigos, irmãos, profissionais da saúde emocional, se as coisas nos estão desorganizadas. (Se todo mundo está errado e só eu estou certo, com certeza eu estou errado.) Emoções são para viver, não para matar. Precisamos nos pastorear a nós mesmos para pastorear os outros. INIMIGOS DA ABERTURA DO CORAÇÃO Temos alguns adversários, que nos apequenam. A IDEOLOGIA DA PRIVACIDADE — O pastor Fausto Vasconcelos, da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, contou que esteve num funeral em