Um pouco mais de acentuação (prof. Adalberto Alves de Sousa)

            Um pouco mais de acentuação
             prof. Adalberto Alves de Sousa
Prof. Adalberto

No artigo anterior expliquei por que a palavra “bênção” tem acento. Algumas pessoas não a acentuam e argumentam que uma palavra não pode ter dois acentos. Mas o til é uma das notações léxicas, que são: os acentos agudo ( ´ ), circunflexo ( ^ ) e grave ( ` ); o hífen, a cedilha, o apóstrofo e o hífen (o trema foi extinto na última Reforma Ortográfica). Há também quem confunda o acento grave com a crase, que é um fenômeno que consiste na fusão de um “a” com outro. Quando dizemos “vou ao mercado”, “ao” é a combinação da preposição “a” com o artigo “o”; quando dizemos “vou à igreja”, “à” é a fusão da preposição “a” com o artigo “a”. O acento grave serve para indicar a fusão dos dois “aa”.
De acordo com as minhas observações, a acentuação de alguns grupos de palavra ainda apresenta certa dificuldade. Um desses grupos é aquele em que ocorre o hiato “aí”, que não pode ser confundido com o ditongo “ai”. Veja os exemplos: “E caí por terra, e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? (At 22.7); “Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e muitas vezes na água (Mt 17.15). Percebeu a diferença? No passado: (eu) caí; no presente: (ele) cai. Isso ocorre em nomes como Aías (que não pode ser confundido com “aias” – damas de companhia) e Isaías. Um outro grupo é o das palavras que terminam com o ditongo “io”, que não podem ser confundidas com as formas verbais que terminam com o hiato “i-o”: “o início / eu inicio; o princípio/ eu principio; o negócio / eu negocio.
É bom lembrar também que “pode” é forma do presente e “pôde” é forma do passado, como em “ele pôde até ontem, mas agora não pode mais”; “por” é preposição, como em “eu vou por aqui”, e “pôr” é verbo, como em “eu vou pôr aqui.”.
 

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