PATERNIDADE: PACIÊNCIA, PAIS

1João 2.13a

João escreveu:
. "Pais, eu lhes escrevo porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio". (1João 2.13a)

Eu digo:
. "Pais, eu lhes prego porque vocês conhecem as instruções da Palavra de Deus.

EXERCÍCIO DE PATERNIDADE
Para lhes falar, dou larga voz à psicóloga Rosely Sayão:

"A idéia de ter filhos hoje é absolutamente sedutora. Tornar-se mãe ou pai é um fato que nunca pareceu tão importante porque é visto como modo de se realizar, de se completar, de cumprir uma missão importante. Não é à toa que tantas mulheres recorrem a procedimentos médicos diversos para conseguir engravidar. Definitivamente, consumimos a idéia de que ter filhos é fundamental.
O período de gestação é cercado de acontecimentos que se parecem com pequenas festas para os futuros pais. Compras dos mais variados tipos, durante meses consecutivos, são consideradas indispensáveis: além do enxoval para o bebê, há as vestimentas para a futura mãe, que, em geral, não vê a hora de exibir sua condição. (…)
Depois do nascimento, a cortina desce progressiva e vagarosamente e o clima de festividade cede espaço à realidade: ter filhos, o que exige cuidar deles e educá-los, dá trabalho. Um trabalhão, por sinal. Nos primeiros anos, são noites maldormidas, trabalho braçal árduo, atenção constante e o contato com um universo radicalmente diferente do nosso: o mundo da imaginação e da fantasia.
Além disso, ensinar a criança a estar com os outros não é tarefa simples porque os pequenos não se controlam e, portanto, por mais que entendam as ordens e orientações dos pais, precisam ser seguidos de perto e contidos sempre.
Na segunda parte da infância, os pais precisam começar a exercitar o desprendimento em relação aos filhos, já que eles precisam crescer e a vida escolar é o campo onde isso ocorre de modo privilegiado. Na adolescência, os pais são testados continuamente e não podem abandonar seu papel até que o filho amadureça, de preferência como uma pessoa de bem, para viver por conta própria.
Todo esse processo exige, mais do que qualquer outra coisa, muita paciência. Aliás, creio que essa seja a virtude mais necessária a quem tem filhos. E, do mesmo modo, a que tem estado mais em falta atualmente. Os pais têm tido pouca paciência com as manifestações próprias da criança pequena, com o crescimento do filho — que tem um ritmo próprio–, com as contestações dos adolescentes. Acreditam que os filhos os fazem insistir demais nas mesmas coisas. Pois os pais precisam saber que, por mais ou menos 18 anos, irão repetir as mesmas coisas. "Ainda não" e "agora chega" condensam as mais importantes repetições; mudam apenas os conteúdos delas, de acordo com a idade dos filhos.
Os pais não podem dizer que não têm paciência no exercício de seu papel. Quem tem filhos precisa desenvolver essa virtude a qualquer preço. Sem ela, os mais novos ficam na situação de órfãos de pais vivos". (SAYÃO, Rosely. Paciência em falta. Disponível em )

Há no Novo Testamento três diretrizes dirigidas diretamente aos pais.

. "Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor". (Efésios 6.4)
. "Pais, não irritem seus filhos, para que eles não desanimem". (Colossenses 3.21)
. "Pais, eu lhes escrevo porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio". (1João 2.13a)

A expressão de João nos lembra que os pais têm o que os filhos não têm. O autor bíblico se refere a um tipo de conhecimento, que podemos duplicar: os pais cristãos têm conhecimento de Jesus como Senhor e Salvador; os pais cristãos, como os não cristãos também, têm conhecimento da vida. Nesta segunda dimensão, não podem esperar que os seus filhos saibam o que eles sabem. Este conhecimento os capacita para conduzirem seus filhos pelas mãos.
Por sua aprendizagem na Bíblia e por suas experiências de vida, os pais precisam ter atitudes que animem os filhos, em lugar de os desanimar. Pais amargos tendem a ser repetidos em filhos amargos. Pais críticos terão filhos críticos. Pais que mostrem as coisas boas da vida terão filhos que acharão que viver vale a pena.

PAIS IMPACIENTES
Não sejamos pais impacientes, para não termos filhos órfãos de nós mesmos.

1. Pais impacientes não percebem os progressos dos seus filhos.
Prestemos atenção nos nossos filhos. Eles estão crescendo. No ritmo deles.
Temos parte neste progresso. Continuemos plantando. Você mesmo é fruto de pais que plantaram e não viram o fruto de tudo o que plantaram, mas sua vida está cheia destes frutos, mesmo que seus pais já estejam ausentes.

2. Pais impacientes não ouvem os filhos em suas pretensões.
Filhos têm desejos próprios. Precisamos criar um clima propício para que eles nos digam quais são estes desejos.
Filhos têm pressões próprias, do seu crescimento e do seu relacionamento com o mundo que o cercam. Isto lhes gera conflitos. Não precisamos pôr pressão sobre eles. "Temos pressionado em demasia nossas crianças e nossos jovens e ouvido e olhado pouco para eles. Precisamos inverter essa equação para que possamos nos tornar pais e mães melhores do que temos sido". (SAYÃO, Roseli. Filho ideal x filho real. Disponível em

3. Pais impacientes fazem exigências que os filhos não podem atender.
Nossos filhos não serão necessariamente o que gostaríamos que fossem. Nossos filhos jamais serão o que nós não fomos.
Para que exigir isto deles? Para que tentar determinar a profissão deles? Por que tentar escolher a namorada (o namorado) para ele ou ela?
Nem sempre nossos filhos vão tirar as notas que tiramos (e tiramos mesmo?) Pode ser que nossos filhos não queiram fazer os concursos que nós fizemos.

4. Pais impacientes descontam nos  filhos suas frustrações, até mesmo com violência.
É muito provável que o apóstolo Paulo pensava nestes pais, quando lhes pediu para não irritarem os filhos.

PACIÊNCIA, PAIS
Sejamos pacientes, compreendemos que nossos filhos têm histórias próprios, corpos propiros, sonhos próprios.

1. Pais pacientes sabem que a sua responsabilidade é intransferível.
Só os pais podem fazer o que os pais devem fazer.
Os professores são apenas cooperadores com os pais, não os verdadeiros mestres, que são os pais.
Os pastores e professores de Bíblia são apenas estimuladores, não os verdadeiros mestres da vida cristã, que são os pais.

2. Pais pacientes amam a paternidade como um projeto para toda a vida.
Lembrem-se que vocês escolheram ser pais. Levem a cabo a sua tarefa. Não a deixem pela metade.
Ser pai é um excelente projeto.

3. Pais pacientes procuram educar seus filhos segundo a instrução e o conselho de Deus.
Valorize a Bíblia — Leia a Bíblia, que seu filho vai ver o que você a valoriza e tenderá a fazer o mesmo. Quando surgir uma dúvida, responda assim: "Vamos ver o que a Bíblia diz a respeito". Não é a sua opinião de pai que deve prevalecer, mas o conselho do Pai.
Valorize a oração — Ore secretamente em casa, sem que ninguém veja. Ore publicamente em casa, para que seu filho veja. Fale do prazer de orar. Compartilhe as respostas que teve. Crie em casa uma atmosfera de oração. Estimule o seu filho a orar, desde cedo.
Valorize a igreja — Não troque a igreja por qualquer outro programa. Seu filho aprenderá que a igreja é o lugar que Deus providenciou para servir de casa para a sua formação. Não diga que a igreja é legal e fale mal dela. seu filho tenderá a acreditar na segunda opção. Na hora do almoço, sublinhe as virtudes da igreja, não os seus defeitos; as qualidades das pessoas da igreja, não suas mazelas.