Lécio Dornas
Se as mais de 2200 pessoas que compraram passagem para a viagem inaugural do navio Titanic tivessem sido avisadas que aquela embarcação se chocaria com um grande iceberg na madrugada de 15 de Abril de 1912 e afundaria, com certeza mais de 1500 pessoas teriam suas vidas poupadas. Se os habitantes da Indonésia, Índia, Siri Lanka, Malásia, Ilhas Maldivas e Bangladesh, tivessem sido avisados uma semana antes sobre a chegada do Tsumani no Oceano Índico em dezembro de 2004, 220.000 pessoas não teria morrido. Se os 228 passageiros do vôo 447 da Air France do último dia 31 de Maio tivessem sido avisados que aquele avião explodiria no ar re cairia no Oceano Atlântico, certamente não teriam embarcado.
No entanto, essas calamidades que aconteceram e marcaram a história não puderam ser previstas.
No entanto, algumas terríveis catástrofes foram devidamente previstas, mas não lograram a ventura da credibilidade das pessoas que receberam o aviso. Este foi seguramente o caso do dilúvio. Deus mandou o aviso e Noé o transmitiu, construiu uma enorme arca, abrigou em seu interior muitos animais e toda sua família. Mas ninguém lhe deu crédito. O resultado foi a dizimação de todo ser vivente de sobre a face da terra, que estava fora da arca.
A Bíblia pode ser considerada, por este viés, como um livro de avisos: O livro dos avisos de Deus. Ainda pode ser vista como o livro do grande aviso de Deus. Em todo o cânon sagrado, ecoa o aviso misericordioso de Deus, o qual ganhou contornos de beleza estética na pena do profeta Isaías: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”. (Isaías 55.6 ). Que aviso! Quantos o estão levando em consideração?
Mas há também avisos de natureza existencial. Deus avisa os homens acerca de condutas e posturas que, se não forem evitadas, os farão pagar preços muito altos. Por exemplo, a Palavra de Deus alerta sobre o perigo da soberba, quando registra: “A soberba precede a ruína.” (Provérbios 16.18a ) e ainda “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado.” (Mateus 23.12a ).
Antes da ruína e da humilhação, afirma a Bíblia vêm sempre a soberba e a autoexaltação. Então, aí está o aviso: Ao perceber estas desvirtudes em sua vida ou ao seu redor, tome cuidado, corrija-se logo, chame depressa a atenção das pessoas à sua volta. Quanto antes o caminho da soberba for abandonado, maiores as chances de se evitar a ruína.
Muitos reclamam na hora da humilhação, querem encontrar culpados, ficam atônitos e fazem de tudo para saírem logo da própria. Mas de fato só vão sair depois de enxergarem que a causa de tudo está na soberba tolamente curtida e nesciamente alimentada no capítulo anterior das suas vidas.
O conselho bíblico é o que aponta o caminho da humildade. “Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo” (Mateus 20.26, 27 ). Assim, fugindo da soberba e da autoexaltação, conseguimos acessar melhor o coração das pessoas e cultivar de forma mais saudável a nossa comunhão com Deus.
Na experiência comunitária, na dinâmica das relações humanas, sigamos na trilha da humildade. É mais prazerosa e bem melhor a vida assim. “A soberba precede a ruína”. É melhor dar atenção a este aviso…
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