Mateus 11.7-19 — UMA MENÇÃO NECESSÁRIA (Almir Gonçalves Jr)

COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL
Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR

Mateus 11.7-19 — UMA MENÇÃO NECESSÁRIA

Embora o texto lido ontem possa trazer-nos alguma dúvida sobre a pessoa
de João Batista, em função da pergunta que envia por intermédio de seus
discípulos, o texto de hoje nos dá uma clara resposta da identidade forte e
positiva do profeta que personificou a “voz que clamou no deserto”, segundo
Isaías. O testemunho que o Senhor Jesus nos dá de seu primo carnal é como
que uma confirmação ao que supõem alguns comentaristas: o envio dos seus
discípulos a Cristo com aquela pergunta ambígua era a forma como ele iria
tirá-los de perto dele num cárcere e enviá-los ao Cristo que deveriam seguir a
partir de então. Daí a resposta do Mestre, repetindo-lhes quase por inteiro as
palavras do profeta Isaías, 720 anos antes, a respeito do Messias que viam, o
Cordeiro de Deus que João lhes apontara.

Por esta causa, Cristo vai então falar a respeito de João estabelecendo um
perfil dele que não encontra paralelo na narrativa do NT. Nem Pedro, depois de
seus fracassos, nem mesmo Paulo, após sua conversão, teriam um retrato tão
autêntico e valoroso de suas vidas dedicadas ao evangelho, como o pregoeiro
do Mestre, João, o Batista, recebeu dele mesmo:

“Ao partirem eles, começou Jesus a dizer às multidões
a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? um caniço
agitado pelo vento?”
Mt 11.7

Ele vai continuar fazendo comparações antagônicas, para assim completar
com uma afirmativa, uma menção necessária para exaltar a pessoa extraordinária
que foi o seu primo, João Batista, o filho de Isabel e Zacarias: Sim, saístes a
ver um profeta?… Não, saístes a ver um que é muito mais do que um profeta!

A autenticidade de João deve ser imitada por nós crentes de hoje. Vivemos
tempos em que os relativismos e as tolerâncias com hábitos, atos e palavras
mundanos permitem a invasão de nossos lares e igrejas por esses modismos
inconvenientes. João tinha a coragem de chamar de pecado aquilo que parecia
ser normal para Herodes. Precisamos ser árvores firmes e não caniços a serem
empurrados pelos ventos de doutrina daqui para ali.

Senhor,
dá-me firmeza de caráter
para que possa como crente
testemunhar para o mundo
aquilo que tu esperas de mim.