Dos diagnósticos, o de câncer é aquele que, recebido, o chão nos foge aos pés, nossas vistas olham para o infinito completamente sem forma, nossa mente vira um turbilhão de movimentos e sons que se repetem.
Logo, vem a natural tendência de procurar culpados, embora não os haja e, se houvesse, só piorariam as coisas. Então, não se culpe; não culpe.
Depois, vem a dúvida, seguida da certeza, destronada pela dúvida, num ciclo que sempre retorna: “Deus me abandonou. A prova é que não evitou que isto me sobreviesse”.
O que é preciso nesta hora, não importa a falsa sentença associada ao diagnóstico, não importa a intensidade e duração do tratamento, é a decisão de aceitar o amor obstinado de Deus por você. Esta é uma confiança que nasce da fé. Esta é uma esperança compartilhada por Jesus Cristo em todo o Novo Testamento, em forma de promessa para nós.
Com a confiança no bolso, você buscará o tratamento. Todos os adjetivos ruins para o câncer não são suficientes. Ele vai dilacerar o seu corpo e minar a sua alma. Se você é frágil, precisará de força. Se você é forte, precisará de mais força. Peça a força que precisa e Deus a jogará nas suas veias.
Virão os protocolos médicos. Vão lhe chamar de um lado para o outro. Exames muitos, doloridos alguns. Cirurgia que produz temor. Convalescença que atesta a limitação humana. Cada etapa tem sua própria noite. A manhã vem.
Não negue o seu câncer. Você tem um. Chame-o pelo nome.
Não negue a sua vida. Você tem uma.
Você não está só.
Das muitas metáforas para o câncer, uma é que o seu enfrentamento transcorre numa luta.
Você não está só. Deus luta com você.
Há muita vida pela frente. Viva-a.
BOM DIA!
(Bom Dia 279)
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
