1Samuel 31 — RECOMEÇAR A VIVER
O início da história de Saul foi glorioso: escolhido para rei sem nada ter feito para ser rei.
O meio da história de Saul deixou que a vaidade e a inveja superassem a graça de Deus que estava nele desde a unção por Samuel.
A noticia do que aconteceu com o corpo de Saul é trágica: morto por inimigos, seu corpo foi encontrado pelos inimigos que, em lugar de lhe dar uma sepultura digna, teve a cabeça decepada e as suas armas de guerra penduradas num templo pagão e o seu corpo exposto. Os cultos aos deuses falsos foram mais eloqüentes naqueles dias.
O salário do pecado é a morte. O arrependimento nos livra do seu peso, porque Jesus, por seu sangue, produz vida. Saul nunca se arrependeu.
O fim da história de Saul é uma advertência forte demais, mas não pode ser ignorada.
SEGUNDA
1 Samuel 21.10-15 — SEM PERDER O MOTIVO
Há países tão fechados para o Evangelho de Jesus Cristo que os missionários precisam entrar como profissionais, mantendo uma dupla atividade. Alguns são descobertos e condenados.
Quando estive na China (em 2005), visitei uma fazenda cuja verdadeira atividade era oferecer comida, e com o arroz a pregação do Evangelho, para norte-coreanos. Oficialmente, no entanto, o negócio é outro.
Estes subterfúgios são válidos?
A história de Davi em Gate nos ajuda na resposta.
Conhecido como guerreiro vigoroso, foi descoberto. Para se livrar, fingiu-se de louco, ao ponto de babar. Foi poupado pelo rei Aquis, que não quis liquidar um “doido”.
Depois, Davi chegou a Jerusalém, numa história que conhecemos.
Os fins não justificam os meios, mas exigem sabedoria. Quando se trata da vida (seja a biológica, seja a espiritual), todos os recursos são válidos.
No entanto, cuidado! A real motivação deve estar sempre sob a supervisão de Deus, para que não nos percamos no caminho, perdendo a motivação real.
TERÇA
1Samuel 24 — UM ESCÂNDALO PARA SER VIVIDO
A regra natural diz. “olho por olho, dente por dente”, que quer dizer que as pessoas devem receber de nós aquilo que merecem.
No entanto, a regra espiritual estabelece: “devemos amar o próximo como a nós mesmos, inclusive os inimigos”, como nos ensinaram Moisés e Jesus Cristo.
Davi vivenciou esta regra, ao poupar a vida de Saul, que se fez seu inimigo. Davi fez com Saul o que Saul não faria com ele. Antes da Graça, Davi manifestou graça.
O ser humano ainda está se rege pela regra do “olho por olho”, pelo princípio do mérito. Como brincava um velho político, para os amigos, tudo; para os inimigos, a lei. Talvez alguns prefeririam: para os amigos, quase tudo; para os inimigos, a vingança.
A regra áurea do Cristianismo é um escândalo, mas somos convidados a viver este escândalo.
QUARTA
1Samuel 25 — UMA MULHER EXTRAORDINÁRIA
Gosto de Abigail. Ela é uma mulher extraordinária.
O que eu mais admiro nela é que ela não se deixou influenciar pelo estilo de vida do seu marido. Convivia com ele, mas permaneceu íntegra.
Por isto, quando Davi e seu bando vêm ao seu encontro, ela pensa na paz, não apenas porque lhe fosse mais conveniente ou porque fosse mais sábio, mas porque o seu coração era de paz.
Ela lançou, na verdade, o seu pão sobre as águas, para, depois de muitos dias, recolhê-lo (Eclesiastes 11).
QUINTA
1Samuel 26 — SENHOR, FAÇA JUSTIÇA
Quando nos sentimos injustiçados, queremos a justiça de Deus, o que é legítimo.
No entanto, sejamos sinceros, quando nós temos a oportunidade de exercitar esta justiça, tendemos a agradecer a Deus pela oportunidade de nos ter dado esta chance. Foi o caso de Davi. Saul merecia morrer pelo que lhe tinha feito, mas Davi não o executou.
Davi era um homem de guerra. No entanto, Davi sabia que quem está no controle da história é Deus. O juízo é dele. A justiça é dele. A ação é dele.
Penso que há algo mais: Davi reconhecia que Saul, mesmo em seus desatinos e ódios, era um filho de Deus, feito à sua imagem e semelhança. Esta visão acerca do ser humano deu a Davi a oportunidade de deixar Deus ser Deus.
