Li numa biografia a seguinte frase: Esqueça a afirmativa que o poder corrompe: o poder não corrompe: o poder revela.
Tenho pensado nesta frase também em outro contexto. Muitas vezes, vemos o caráter de algumas pessoas idosas e as absolvemos. Na verdade, a velhice não muda as pessoas: a velhice revela as pessoas.
Aplico a mesma ideia às dificuldades (as quais a Bíblia chama de provações) da vida. É diante das dificuldades que nos revelamos. É na bigorna que é o ferro é moldado. É no fogo que o ouro é refinado. É no ambiente corruptor que decido me corromper ou me manter íntegro. Se o ambiente é limpo, sequer sei se sou capaz de rejeitar a sujeira.
Consideremos o rei Salomão (século 9 a.C.). Diz a Bíblia que o homem que recebeu de Deus o dom da sabedoria abandonou-a completamente ao final da vida, ao não ter mais o seu coração completamente íntegro. A pergunta é: qual é o Salomão autêntico: o do início (santo) ou do final (devasso) da vida? Como “tudo está bem quando termina bem” (segundo um ditado francês), Salomão foi reprovado.
E nós? O que o tempo vai revelar a nosso respeito?
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
(Bom dia 306)
(Bom dia 306)
