O verbo pôr e seus problemas

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O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa extinguiu os acentos diferenciais. Agora escrevemos “para” (verbo), “pela, pelas, pelo, pelos, polo, polos” (substantivos), todos sem acento. Mas a forma verbal “pôr” permaneceu acentuada, como exceção à regra, para não se confundir com a preposição “por”. Exemplos: “Eu vou por aqui” / “Eu vou pôr aqui”.

O futuro do subjuntivo de “pôr” é “puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem”. Mas é comum ouvirmos frases como “quando você pôr” em vez de “quando você puser”. Esse tipo de comportamento é perfeitamente aceitável em um registro linguístico popular, que não tem compromisso com a norma culta do idioma. Daí a encontrarmos “quando o sol se pôr” em um cântico usado em nossos cultos há uma grande distância. Em nossas igrejas deveríamos primar por uma linguagem que observasse, pelo menos, os princípios gramaticais básicos, como a conjugação verbal. Com os verbos derivados de “pôr” esses equívocos também são registrados com frequência, como acaba de ocorrer na fala de uma personagem (culta!) de novela de grande audiência, ao afirmar: “Todos nós já depomos”, quando deveria afirmar: “Todos nós já depusemos”. 

(ADALBERTO ALVES DE SOUSA)