Palavra de esperança: A MURALHA

Isaías 32.1-3 — A MURALHA
 
A leitura da Isaías é um refrigério. É possível que seus primeiros ouvintes não tenham entendido este mensageiro de Deus. Nós temos melhores condições de aproveitar a sua riqueza.
 
Mesmo que deixemos de lado o contexto em que o autor procurava consolar ou repreender sua gente, podemos notar o sofrimento profundo do povo. As mensagens, carregadas de imagens de rara beleza, transitam entre a profecia (pregação) e a poesia (arte), alcançando cada leitura de uma forma penetrante.
 
Nesta mensagem, por exemplo, Isaías nos fala da dura realidade humana para muitas pessoas, cujas vidas parecem assoladas por ventos muito fortes, capaz de derrubá-las; cujas experiências parecem vividas no interior de um aguaceiro, destes capazes de inundar as veias; cujos horizontes parecem absolutamente sombrios, sem a mais remota luz no interminável túnel; cujas fontes de vigor parecem totalmente secas, incapazes de fornecer um gole dágua ou uma colher de comida.
 
Toda esta negação, no entanto, é uma afirmação, afirmação de que Deus é uma muralha resistente contra a ventania, um abrigo seguro contra o vendaval, uma luz radiante no coração das trevas, uma garrafa de água pura e geladinha para a sequidão da garganta.