NATAL: MARCO ZERO NA SUA VIDA TAMBÉM

Encoberto por tantos símbolos e sorrisos, o Natal precisa ser descoberto.

Todos já ouvimos isto: ao nascer, Jesus pôs a história de cabeça para baixo. No entanto, isto seria insuficiente para nos levar a cantar Seu nascimento. Nós o celebramos porque, ao nascer, mais que reposicionar a história universal, Jesus revirou a história de cada um de nós.
No Natal, a história antiga, da qual somos testemunhas distantes, une-se à historia contemporânea, da qual somos testemunhas e atores. O presente se funde com o passado.
Antes de Sua vinda, predominavam as religiões da guerra e do medo. Ele chegou para inaugurar a religião da misericórdia e da graça, que recebeu o nome de Cristianismo. Havia um muro alto, comprido e largo que separava o homem do seu Criador, muro que Ele derrubou como quem rasga uma cortina velha.
Seu nascimento, portanto, tomou parte no projeto de Deus para atrair o homem a si. Enquanto as religiões da guerra e do modo, eram o resultado do esforço humano para se chegar a Deus, o Cristianismo é o resultado das ações de Deus — desde o Natal — em busca do ser humano.
Esta busca não terminou, razão por que o Natal é o começo vitorioso de uma história que ainda está sendo escrita.
Ao Natal, cuja hora e data desconhecemos, seguiu-se uma vida plena de gestos de aproximação. Ele ensinou a todos que se dispuseram a ouvi-lo. Ele proclamou, por palavras e por atos, a Verdade maior do poder de Deus para todos quantos querem ser amados por Ele.
Sua morte, pelas mãos daqueles para quem veio, não foi uma derrota. Antes, abriu-nos completamente o acesso ao coração do Pai.
Se, como diz a Bíblia, a conseqüência do pecado é a morte, Ele não morreu por si, mas por nós. Ao morrer, numa sexta-feira, trouxe-nos a possibilidade de triunfar sobre a morte, à qual estávamos irremediavelmente condenados, num triunfo redigido com todas as letras quando ressuscitou na madrugada de um domingo. Nascimento, morte e ressurreição são os marcos felizes de uma historia coordenada por Deus para a felicidade dos que aceitam a Sua soberania.
Esta história só terá fim quando Ele retornar para a plenitude do abraço do reencontro. Até lá celebraremos o Natal, presente e presença de Deus para conosco.
Ao celebrarmos Aquele que nasceu, fazemos também uma parada de paz em nossas vidas feitas de ansiedade e perplexidade. É como se admitíssemos (e assim deveria ser mesmo) a falência de nossos esforços para que permaneça apenas o esforço dEle para nos trazer a Sua paz, sem a qual não podemos vê-Lo nem viver, por mais que nos esforcemos.
 
Que este Natal seja não apenas a lembrança do marco zero da presença de Jesus na história da humanidade, para ser também o marco zero da chegada de Jesus à sua vida.
Que você se permita ser alcançado por Sua misericórdia e por Sua graça. É por Sua misericórdia que são canceladas unilateralmente todas as dívidas que contraímos para com Ele. A graça para conosco é a Sua bondade imerecida que nos mantém de pé. O Natal torna esta misericórdia e esta graça disponíveis para você.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO