AMOR INCLUSIVO (Richard José Vasques)

Primeiramente vamos à definição de inclusivo: que inclui, compreende, encerra, abrange. Isso nos lembra plural, grupo, equipe. Não está relacionado a algo individual. Quando pensamos em equipe, muitas vezes rejeitamos essa possibilidade, pois somos individualistas. O ser humano, de forma geral, é individualista. Não gostamos de nos submeter a outros. Geralmente são nossas ideias e opiniões que devem prevalecer, as do grupo, na maioria das vezes, não são bem-vindas.

Vamos fazer um pequeno exercício. Admitamos fazer parte de um grupo. Isso parece não ser novidade, pois se trabalhamos, pertencemos a uma organização, a uma equipe; se estudamos, fazemos parte da equipe daquela escola; se pertencemos a qualquer comunidade, também fazemos parte daquele grupo. Talvez equipe possa ser definida como um grupo mais próximo, designado para realizar determinada tarefa ou atividade. Outro ponto importante a observar, é que num grupo, as coisas devem ser feitas da melhor maneira possível, com perfeição, o que denotará o sucesso do mesmo.

Quando alguém destoa, quando não tem o mesmo nível de desempenho (performance) esperado, tendemos rejeitar essa pessoa. Quando fazemos isso, estamos excluindo essa pessoa, não trabalhando na direção de mantê-la em nosso meio, em nosso grupo.

Imagine que você faz parte de um grupo que canta, por exemplo, de um coral. O que você espera do desempenho das pessoas que dele participam? No mínimo que participem dos ensaios, que cantem o que precisa ser cantado, que se relacionem bem com os demais membros do grupo, que gostem do que estão fazendo, que sejam animados, e principalmente, que não desafinem. Qualquer desentrosamento irá prejudicar o resultado final do grupo, você concorda?

Imagine agora, você, membro do coral, em uma apresentação pública, onde será apresentado o resultado de todo o trabalho do grupo, após muitos ensaios. O que você espera? No mínimo uma alta performance, tudo saindo certinho conforme ensaiado. E, se de repente, algum corista começa a cantar mais alto que os outros; desafina sobressaindo-se aos demais; canta o que não é para ser cantado? Qual será a sua reação? Continua cantando tranquilamente ou fica irritado com esse corista?

Pois bem. Assisti a uma apresentação em que isso aconteceu, porém a pessoa que assim procedeu possuía necessidades especiais. O que chamou a minha atenção foi que todos os demais coristas não se importaram com isso. Estavam louvando a Deus e entenderam que o mais importante era aquela pessoa estar ali com eles, também louvando a Deus do seu modo. Seria muito mais fácil para eles não ter essa pessoa no grupo, mas esse grupo entendeu a importância de ser inclusivo, de buscar integrar essa pessoa em vez de tirá-la do grupo, de praticar o amor inclusivo.

Agora analise o seu dia-a-dia. Como você está agindo? Do mesmo modo que esse grupo coral ou de forma oposta a ele? Precisamos nos preocupar em incluir as pessoas. Trazê-las para o nosso meio e mantê-las nele. Vamos ter trabalho? Provavelmente sim, mas o resultado será muito bem visto pelo nosso Senhor. Fiquei emocionado com o que vi. Como músico, minha reação inicial foi contrária ao que estava acontecendo, pois o resultado técnico estava sendo prejudicado. Mas, devido a esse fato, pude observar a outra face da moeda; a prática do verdadeiro amor, do amor inclusivo dos meus irmãos. Parabéns. Mais uma lição para a minha vida.

O amor de Jesus é inclusivo e incondicional. Ele morreu por todos (João 3.16). O Pai também quer que todos se salvem, que ninguém pereça (1 Pedro 3.9 e 1 Timóteo 2.4). Como estamos agindo? Estamos indo na mão ou na contramão do que devemos praticar? Mais um desafio. Boa semana.

 

Richard José Vasques

E-mail   : rjv@rjv.com.br

Website: www.rjv.com.br