LIDERANÇA CRISTÃ E CRISE (Oswaldo Jacob)

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Quando tiramos o S da palavra crise lê-se CRIE. A crise é um tempo de turbulência, ventos fortíssimos, tensão, situações adversas, tempestades… A palavra ‘crise’ vem do latim ‘crisis’ quer dizer “conjuntura perigosa; momento perigoso e decisivo”. Todos nós temos nossas crises sejam internas, sejam externas. Os chineses dizem que crise é oportunidade. Certamente oportunidade para buscar novos caminhos, novas formas de enfrenta-la e vencê-la, criar novos rumos, estabelecer novas metas, novos objetivos, ter nova disposição, focar o essencial. A crise é um momento de avaliar desempenho, procedimentos e mecanismos. É a oportunidade de criar, de usar da criatividade, procurando utilizar dons (espirituais) e talentos (naturais) para o crescimento qualitativo e quantitativo seja pessoal ou coletivo. Utilizar dons e talentos para o crescimento pessoal e da comunidade onde estamos inseridos, onde exercemos a liderança. 
Ao fazermos uma leitura dos personagens bíblicos, veremos que todos tiveram crises de fé, confiança, vocação, valores, relacionamento, liderança… Diante das crises ou somos maduros ou imaturos. Revelamos maturidade quando respondemos a crise com fé, confiança, amor, mansidão e trabalho sério. Somos imaturos quando agimos com incredulidade,murmuração, pessimismo, rejeição, justificativas e acomodação. A crise deve sempre nos conduzir a uma intimidade e consequente dependência de Deus, nosso Pai. Moisés não entrou na terra prometida em função da sua impaciência e falta de fé na ‘crise da falta de água’ quando estava no deserto em direção à Canaã. Em vez de falar à rocha, ele a feriu. Diante das pressões, ele preferiu ferir e não falar. Na verdade, é mais fácil ferir, ser impaciente.  Neemias, por outro lado, respondeu à crise social e ao caos estruturalda cidade de Jerusalém com fé, paciência, proatividade, trabalho sério, promoção da unidade do povo, criatividade e dependência de Deus. Venceu os inimigos de dentro e de fora da cidade buscando a solução em Deus, treinando uma equipe de primeira e procurando trabalhar duramente à luz dos valores do Reino de Deus.
Como líderes, aprendemos muito coma crise. Os melhores comandantes de navio são aqueles que enfrentam tempestades como os dos pesqueiros do Mar de Bering (Alasca). Eles enfrentam ondas de oito metros e ventos fortíssimos. Amyr Klink enfrentou muitas crises em suas viagens marítimas. Ele foi muito corajoso ao navegar sozinho. Na sua experiência, aprendeu grandes lições de liderança – autocontrole, perseverança, foco, criatividade, alternativas, correção de rumo… Lembro-me com gratidão da tempestade pela qual Paulo, o comandante, os marinheiros e passageiros daquele barco que levava o apóstolo a Roma (At 27.1 – 28.10). A reação de Paulo era de um líder maduro, experimentado nas crises, que possuía plena confiança no seu Senhor.  Ele me ensina que a crise da liderança se enfrenta com fé, amor, perseverança, criatividade, humildade, dependência de Deus, otimismo, serviço amoroso e dedicação. As suas cartas são um testemunho de uma liderança segura em Deus. Mas o Senhor Jesus deixou muito claro que a vida do cristão neste mundo é de aflições, tribulações, crises, mas nos garantiu a Sua presença vitoriosa (João 16.33). Ele prometeu estar conosco nas circunstâncias mais difíceis.  O líder precisa aprender estar nos pastos verdejantes (bonança)e no vale da sombra da morte (turbulência, perigos). A segurança está na certeza de que“não temerei mal algum porque tu estás comigo” (Sl 23.4). Sejamos líderes cheios do amor do Pai, da graça do Filho e do poder do Espírito no meio da crise inerente ao nosso ministério exercido neste mundo mau e tenebroso.