RITMO (Richard José Vasques)

 

Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, que tem movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa vida. Temos ritmos biológicos como: o dos batimentos cardíacos, da respiração, do sono, do andar (Wikipédia). Existem também: o ritmo do nosso trabalho, do nosso dia-a-dia, de fazer as coisas (importantes e menos importantes – prioridades), do lazer, do descanso. Parece que podemos relacionar ritmo com velocidade e modo de execução de alguma coisa. Cada ação ou atividade requer um ritmo: lento, rápido, intermitente, sazonal, vibrante, silencioso, em determinado horário, etc.

Como anda o nosso ritmo? No mundo empresarial, esse termo tem também o sentido de estar indo na direção planejada. Exemplo: estamos iniciando um novo ano e temos uma meta de vendas de determinado produto até o final deste ano. Três meses depois estamos analisando o resultado de nossas vendas. O volume vendido até aqui está dentro das metas? Se continuarmos nesse ritmo de vendas, atingiremos a meta final esperada para o ano?

Note que o resultado obtido irá ditar o ritmo das nossas atividades para chegarmos ao alvo almejado. Isso é válido para todas as dimensões de nossa vida. Na dimensão espiritual, para crescer, nós precisamos estudar mais a Palavra de Deus e praticá-la. O oração nos ajudará a atingirmos esse alvo. O Pr. Rick Warren da Igreja Saddleback em Lake Forest – Califórnia (USA), criou o termo “prayergram”, que pode ser traduzido como gráfico ou diagrama de oração. Como está o seu gráfico de oração? Qual é o ritmo que você “vê” estampado nesse gráfico?

Podemos “visualizar” o ritmo de nossas diversas atividades fazendo um “gráfico” da realização delas. Para isso é importante listar as atividades mais importantes, estabelecer suas periodicidades, cumprí-las e observar se os resultados foram os esperados. O ideal é agirmos antecipadamente na correção de eventuais desvios, permitindo que cheguemos onde pretendemos chegar. Voltando ao exemplo empresarial acima, se você chegar no final do ano e verificar que não atingiu a meta, não haverá mais como tomar ações para corrigir o rumo. Às vezes você precisará imprimir mais velocidade ao seu ritmo; às vezes poderá se dar ao luxo de “tirar o pé do acelerador”.

Dentre as coisas que precisamos fazer (atividades e ações), está também o que fazer com nosso tempo “livre”. O sociólogo italiano, Domenico De Masi, criou o termo Ócio Criativo no Ambiente Corporativo, opondo-se ao que vemos normalmente – ritmo cada vez mais acelerado, dedicação total de tempo às atividades da empresa, fazer sempre mais, independente de como anda a sua saúde, o seu relacionamento familiar e o cuidado com sua vida espiritual. O trabalho sempre teve e sempre terá um lugar importante em nossas vidas, porém Isabela Horta, alerta que “os resultados, prazos e metas a cumprir, e noites viradas em um escritório, são exigências que se tornam cada vez mais comuns nas organizações. Devido a isso, o trabalho tem se tornado cada vez mais necessário e cansativo, levando o homem a ficar cada vez mais esgotado, física e mentalmente, e sem tempo e disposição para dedicar-se às atividades consideradas prazerosas.” Devo observar que o trabalho deveria ou deve ser uma atividade prazerosa, onde você considere estar se divertindo o tempo todo. Esse é o ideal.

Roberto Loureiro diz que “para De Masi, a plenitude da atividade humana é alcançada somente quando nós trabalhamos, aprendemos e nos divertimos simultaneamente, por meio de um processo sinérgico e integrado, envolvendo trabalho, conhecimento e lazer (três aspectos fundamentais da existência humana). O resultado do trabalho deveria se constituir na realização da pessoa.” Mariana de Oliveira Fernandes cita que a falta de tempo tornou-se uma grande desculpa para evitar reflexões, e são das reflexões que surgem as grandes soluções ou idéias. Ela menciona que Henry Ford sabiamente alertou que “pensar é o trabalho mais duro que existe, provável razão pela qual, poucos nele se empenham". As organizações devem estimular seus colaboradores a pensar. Mark Twain alertou para o seguinte:

“Daqui a alguns anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra.”

“O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.”

 

Para pensar então:

Como está o seu ritmo: no trabalho (secular e ministério); em relação à aquisição de conhecimento (leitura, estudos, oração); e ao lazer (tempo para descanso, família, amigos, reflexões e direcionamentos, incluindo novas idéias, novas formas de agir e de se comportar). Boa meditação e revisão de seus ritmos para 2011.

 

Richard José Vasques

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