A ORAÇÃO DE QUEM ESTÁ COM MUITO MEDO
(Gênesis 32.7-12)
Jacó encheu-se de medo e foi tomado de angústia. (…)
Então Jacó orou:
“Ó Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaque, ó Senhor que me disseste:
‘Volte para a sua terra e para os seus parentes e eu o farei prosperar’;
não sou digno de toda a bondade e lealdade com que trataste o teu servo.
Quando atravessei o Jordão eu tinha apenas o meu cajado, mas agora possuo duas caravanas.
Livra-me, rogo-te, das mãos de meu irmão Esaú,
porque tenho medo que ele venha nos atacar, tanto a mim como às mães e às crianças.
Pois tu prometeste: ‘Esteja certo de que eu o farei prosperar e farei os seus descendentes tão numerosos como a areia do mar, que não se pode contar’ ”.
Esta é uma das orações mais atuais que conheço. Recordando os acontecimentos anteriores, este Jacó que atravessou o Jordão apenas com um cajado, quando fugia da presença se seu irmão a quem enganara ajudado por sua mãe. Isto é, ele criou a “bomba” e agora coloca no colo de Deus para que ele “cumpra sua promessa”.
O complemento desta oração, na verdade, é uma luta. Uma luta ferrenha com Deus. Uma luta em que Jacó não se sentiu diminuído e lutou bravamente, tão bravamente que prevaleceu. Recebeu o que pediu. Foi abençoado. Mas, como resultado dessa luta, carregou consigo marcas que o acompanharam pelo resto de sua vida. Sua mobilidade foi reduzida, talvez para que lembrasse sempre quem deveria dirigir seus passos e ainda teve sua identidade mudada (passando a se chamar Israel). Não seria mais “aquele que segura pelo calcanhar” (Jacó). A partir desse encontro passou a ser “aquele que luta com Deus” (Israel). (Colaboração de Amurabe Andrade)