SOU BRASILEIRO (Richard José Vasques)

Rio de Janeiro, 28 de Fevereiro de 2011, Estação Carioca do Metrô, 13 horas. Tinha acabado de comprar minha passagem para a Tijuca e me dirigia para o embarque. De repente um som de bateria de escola de samba dentro da Estação. Um som contagiante. As pessoas começaram a se agrupar para ver “o bloco passar”. O som chamou a nossa atenção, coisa das nossas raízes. O grupo que produzia esse som começou a aparecer. Logo à frente dele um batalhão de repórteres com suas câmeras poderosas (jornais, revistas e televisões).

O bloco veio conduzido por Carlinhos de Jesus, muito concentrado em seu papel, ao lado de uma porta-bandeira. A bateria era um pequeno extrato da Beija-Flor de Nilópolis. Apesar de pequena, não houve quem não interrompesse a sua trajetória para assisti-los. Muitos não conseguiram ficar parados. Imediatamente pensei: “Isso só acontece no Brasil, é coisa nossa, mas dentro do Metrô, somente no Rio de Janeiro. Nunca tinha visto isso”. Em outros países isso não existe, e quando os “gringos” ouvem esse som, ficam totalmente contagiados e não param de se mexer. Mexe também com a gente daqui da “Terra Brasilis”.

Descobri que sou brasileiro, que minhas raízes estão aqui, e que as coisas da minha terra (boas e más) mexem comigo, me emocionam e também me entristecem. As pessoas que faziam parte deste “bloco” vinham distribuindo um “abanador” de papelão para o público presente, o qual continha os seguintes dizeres: “Tá Na Hora de Doar! – Bloco da Solidariedade – Entre nessa folia – Doe sangue no INCA – Instituto Nacional do Câncer”.

Fiquei novamente emocionado: primeiramente por ter sido contagiado pelo ritmo da minha terra e segundo porque essa apresentação tinha um propósito maior – servir ao próximo, servir ao necessitado, servir ao doente. Jesus disse: “os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento”. (Marcos 2:17)

Aquele bloco buscou atingir todas as pessoas que estavam na Estação do Metrô, não fizeram acepção de pessoas e as convocou para um propósito maior. Disse Jesus: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19); não somente pescadores, mas com o propósito maior de serem pescadores de homens. Fazendo um paralelo com o pessoal do bloco, podemos usar os nossos recursos e capacidades, onde estivermos, para testemunhar e anunciar Jesus.

Com certeza você já ouviu de alguém que as pessoas de outros países, principalmente do chamado Primeiro Mundo, são “frias”. A cultura afeta a forma de agir das pessoas, mas elas continuam sendo pessoas com necessidade de Deus. Podem até assumir que não, mas também já foi dito que o homem tem um buraco em seu peito do tamanho de Deus; só Ele pode preenchê-lo.

Lançar a semente cabe a nós. Outros irão regar e outros irão colher os resultados desse trabalho. Como comentou o Apóstolo Paulo: “eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fazia crescer” (1 Coríntios 3:6) e também: “O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho.”    (1 Coríntios 3:8).

A obra não é nossa, é de Deus. Ele nos permite ser instrumentos nos seus planos e projetos. Ajudar as pessoas também cabe a nós. Criar situações para servir também. E fazer tudo isso com vibração, com emoção. Como então servir sem a existência de voluntários? Seja um voluntário na obra do Senhor, procure oportunidades para participar e servir. Você irá descobrir outras maneiras para compartilhar e testemunhar de Jesus.

Há um ditado público que eu considero muito interessante: “Quem não vive para servir, não serve para viver” (Anônimo). Martin Luther King Jr. disse: “Se um homem não descobriu algo pelo qual ele deva morrer, ele não está preparado para viver”. Pergunta: o que é tão importante para mim que eu gostaria morrer por isso? Pense nisso, boa semana.

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