BOM DIA: Lições que vêm da cadeira do dentista

Fui à dentista.

Na primeira vez, ela fez uma limpeza geral.
Depois, disse que precisava pesquisar meus dentes na altura da gengiva, porque certamente as bactérias ali estavam, mesmo que invisíveis.
Para tanto, usou uma sonda, na verdade, um bastão como uma espécie de agulha na ponta. Notou que precisava raspar os dentes para remover as bactérias. Mãos a obra.
No meio do caminho, ela me informou.
— A gente não consegue tirar todas as bactérias, mas as desorganiza. Por isto o trabalho tem que ser refeito periodicamente.
E seguiu em frente, raspando dente por dente.
O uso da sonda me remeteu ao Salmo 139 ("Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração"). Como nossos dentes encobertos, nossas vidas precisam ser sondadas.
No entanto, o que aconteceria com os meus dentes, se fossem apenas sondados? As bactérias continuariam a dominá-los, poderosas e destrutivas.
Precisamos dar o passo seguinte. Precisamos desejar e permitir que as bactérias sejam removidas de nossa alma. Se não removidas, precisam ser desorganizadas para que não tenham mais poder sobre nós.
Mãos a obra?

 
ISRAEL BELO DE AZEVEDO

(BOM DIA 448)