OBEDECER SEMPRE? (Richard José Vasques)


 

No mês de Abril (2011) escrevi sobre Obediência. O foco do meu artigo foi em obedecer, na importância de obedecer, que quem obedece é abençoado, não perde a oportunidade de ser abençoado. Porém, conversando com alguns amigos sobre isso, e dizendo que eu sou obediente, um deles me perguntou o seguinte: “Você pensa que devemos realmente obedecer a todos em todos os momentos? E quando você recebe uma ordem do seu superior que vai trazer prejuízo para a organização? Mesmo assim você obedeceria? Faria o que é errado fazer?”

E aí ele disse, acho que você deveria escrever sobre isso: quando obedecer e quando não obedecer. Penso que para isso temos de pensar em valores. Valor é aquilo que direciona nosso viver, nossa postura. Vamos pensar primeiramente numa empresa. Em geral as empresas possuem suas declarações de Visão e Missão e Valores. Muitas empresas simplesmente citam valores, mas não os praticam, não os divulgam adequadamente. Muitas vezes não são escritos de forma clara, gerando dúvidas para quem os lê. Como então serão praticados?

Em muitas empresas, existem pessoas, que conhecem os valores divulgados, mas não os praticam. Empresas também possuem Códigos de Ética, que também não são seguidos. Temos também o extremo, quando se faz tudo errado e as pessoas pactuam com isso. E aí estamos num ambiente onde a pessoa numa posição superior dá uma ordem, que a princípio temos de obedecer, mas sabemos que não é a atitude correta. O que fazer então: obedecer ou não obedecer.

Volto novamente àquele famoso ditado: “manda quem pode e obedece quem tem juízo.” Será mesmo? Se fizermos algo errado seremos co-participantes, coniventes, também responderemos pelos atos realizados. E aí, obedecemos ou não? Muitos obedecem para não perder o emprego, ficando do lado do chefe. Mas e se o prejuízo for tamanho que o chefe irá pagar pelos atos, perdendo o emprego? Você acha que ficará isento, ou irá junto com ele do mesmo jeito?

Volto aos valores. Qual é o seu valor? Você aceitaria ou não? Pagaria o preço de fazer aquilo que se alinha aos seus valores ou você os deixaria de lado para tomar a decisão errada? Sei que estou fazendo muitas perguntas, mas penso que realmente é dessa forma que poderemos pensar nesse assunto conforme sugerido pelo meu amigo.

A Palavra de Deus diz assim: Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo. Obedeçam-lhes, não apenas para agradá-los quando eles os observam, mas como escravos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. Sirvam aos seus senhores de boa vontade, como servindo ao Senhor, e não aos homens, porque vocês sabem que o Senhor recompensará cada um pelo bem que praticar, seja escravo, seja livre. Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas.” (Efésios 6.5-9 NVI)

Destaquei e sublinhei algumas palavras. A partir daí creio que dá para se meditar no assunto. Analise do seu jeito, mas dê uma “paradinha” para fazer isso. É interessante observar o conjunto de palavras e a importância de cada uma delas no texto e contexto. Penso que a regra transmitida por esses versículos é clara e vale para os dois lados (chefe e subordinado, ou papéis similares em qualquer tipo de organização). Assim o obedecer será realmente ao Senhor e não aos homens. Medite nisso e tire as suas conclusões. Se quiser compartilhar conosco vai ser muito bom. Grande abraço. Boa semana.

(RICHARD JOSÉ VASQUES)

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