PARA LER O LIVRO DE ESTER (José Mauricio Cunha do Amaral)

Total de capítulos: 10

Total de versículos: 167

Tempo aproximado de leitura: 1 hora

 

AUTOR

 

Não sabemos quem escreveu o livro. Alguns têm sustentado que talvez Mordoqueu tenha sido o autor. Embora não saibamos quem foi o autor do livro, existem provas intrínsecas que possibilitam fazer algumas inferências a respeito do autor e data. Uma das evidências é que o autor era judeu, tanto pelo realce que confere à origem de uma festa judaica quanto pelo nacionalismo judaico que permeia a história. O conhecimento que o autor possui dos costumes persas, os antecedentes históricos na cidade de Susã e a ausência de referências à terra de Judá ou a Jerusalém fazem crer que residia em cidade persa.

 

DATA

 

A data mais provável para o livro seria a dos acontecimentos registrados na capital do Império Persa no início do reinado de Xerxes, ou Assuero (486 – 465 a.C), numa ocasião em que vários milhares de judeus se espalharam por todo o Império Persa, que se estendia desde a Índia até a Etiópia ou Cuxe, até a região que incluía o sul do Egito e do Sudão.

 

TEMA E MENSAGEM

 

O primeiro fato que merece destaque é que trata-se de um livro singular por ser um dos únicos livros da Bíblia que tem como título um nome feminino (o outro é Rute). Outro fato significativo, é que trata-se do único livro da Bíblia em que o nome de Deus não é mencionado, o que leva a crer, que essa omissão pode indicar que Deus não estava falando diretamente aos israelitas durante o exílio.

O livro de Ester narra uma história fascinante que conta todo o drama de um bom romance. O cortesão favorito do rei Assuero, Hamã, que tinha ressentimento contra um judeu chamado Mardoqueu, planeja por vingança, matar todos os judeus que viviam no Império Persa. É nesse contexto, que o livro nos apresenta três personagens: uma linda heroína (Ester) que salva o seu povo; um herói (Mardoqueu ou Mordecai) que salva a vida do rei; e um vilão corrupto até o âmago (Hamã), que paga com a própria vida após a conspiração ser descoberta.

 

ESBOÇO DO LIVRO

 

I. As festas de Xerxes (1.1 – 2.18)

A. Vasti deposta (cap.1)

B. Ester coroada (2.1–18)

II. As festas de Ester (2.19 – 7.10)

A. Mardoqueu desmascara uma conspiração (2.19-23)

B. O complô de Hamã (cap.3)

C. Mardoqueu persuade Ester a ajudar (cap.4)

D. O pedido de Ester ao rei: O primeiro banquete (5.1-8)

E. Uma noite de insônia (5.9 – 6.14)

F. Hamã enforcado: o segundo banquete (cap.7)

III. As festas do Purim (caps. 8 – 10)

A. O decreto do rei a favor dos judeus (cap.8)

B. A instituição do Purim (cap.9)

C. A promoção de Mardoqueu (cap.10)

 

O TEXTO MAIS DIFÍCIL

 

Convencer Ester a interceder junto ao rei pelo seu povo não foi uma tarefa nada fácil para Mardoqueu. Apesar de ser sua sobrinha, ela era também a rainha. Isso tornava a situação bastante delicada. Mas suas sábias palavras foram decisivas para convencer Ester que todos os judeus corriam perigo, inclusive ela: “Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis, e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Ester 4.14). Muitas vezes Deus nos coloca numa posição privilegiada para abençoarmos o seu povo. Cabe-nos entender os seus propósitos e sermos instrumentos em suas mãos.

 

O TEXTO QUE MAIS TOCOU O MEU CORAÇÃO

 

O texto que mais me tocou é aquele que fala da coragem, que é sem dúvida, a grande virtude e o ponto alto de toda a história da rainha Ester. Não fora sua ousadia, todos os judeus seriam dizimados. Ester não confiou apenas no jejum e oração, também meditou qual seria a melhor maneira de abordar o rei para livrar seu povo da morte. Vestiu-se formalmente para a ocasião com todos os trajes reais como se fosse apresentar-se numa função de Estado (5.1). Certamente não dispensou os encantos de uma mulher de rara beleza, enfeitando-se de forma a agradar o rei. Ela sabia que se não alcançasse graça da parte do rei sua vida seria ceifada.

Afinal de contas, o protocolo estabelecia que ninguém, nem mesmo a rainha, poderia se apresentar diante do rei sem ser convidado: “Todos os servos do rei e o povo das províncias do rei sabem que, qualquer homem ou mulher que, sem ser chamado, entrar no pátio interior para avistar-se com o rei, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva, e eu nestes trinta dias não fui chamada para entrar ao rei” (Ester 4.11). Seu plano teve êxito. Sugerindo ao rei que participasse de um banquete que ela lhe ofereceria com a indispensável presença de Hamã, no momento certo, o traidor foi denunciado, desmascarado e morto (7.6,10)

 

Referências bibliograficas:

 

Bíblia de Estudo NVI / organizador geral Kenneth Backer; co-orgnizadores Donald Burking… [et. Al]. – São Paulo: Editora Vida, 2003.

Comentário Bíblico Africano / editor geral Tokunboh Adeyemo. – São Paulo: Mundo Cristão, 2010.

Comentário Bíblico: Vida Nova / D. A Carson … [et. Al]. – São Paulo: Vida Nova, 2009.

 

JOSÉ MAURICIO CUNHA DO AMARAL

 

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