A SIMPLICIDADE DE JESUS E NÓS (Oswaldo Jacob)

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Mateus 11.29; MT 5.1-12; Lucas 6.38

1.    O Senhor Jesus nos deixou ensinos maravilhosos: amar a Deus e ao nosso próximo como a nós mesmos; perdoar os que nos ofendem; ser mansos e humildes de coração; ser pacificadores, ter fome e sede de justiça, não resistir ao perverso, amar aos que nos odeiam, caminhar a segunda milha, ser misericordiosos, ser prudentes como as serpentes e simples como as pombas… Todos os Seus ensinos revelam a Sua simplicidade. Ensinou-nos a repartir a túnica, o pão, o peixe, o espaço, o coração…

2.    A simplicidade do Mestre se revelou na Sua maneira de ver as coisas – na Sua palavra, Suas atitudes, Seus relacionamentos com os párias da sociedade, Sua exortação veemente aos religiosos, Sua amizade com as crianças, Sua maneira de vestir e Sua relação com o Pai. A sociedade de hoje, inclusive muitas comunidades chamadas cristãs, está na contramão de tudo o que Jesus fez e ensinou. Observamos vidas vazias, vaidosas, que vivem de aparência, que têm vergonha de suas origens, que não têm compromisso com o genuíno evangelho de Cristo, o evangelho da simplicidade. Paulo declarou em Romanos 1.16…
 
3.    O que se tem buscado é uma vida de aparência, sofisticada, de superfície apenas. Vivemos num mundo cuja agenda é a da aparência e não a da transparência. O estético é mais importante do que o coração (esta era a linguagem religiosa dos escribas e fariseus) . A palavra SIMPLICIDADE “vem do latim simplicitate – qualidade do que é simples, do que não apresenta próprio, não modificado por elementos estranhos. Ingenuidade, desafetação. Sinceridade, franqueza” (Aurélio).

4.    Deus nos chamou para uma vida de simplicidade: Olhar para o alto, para dentro, para o outro e para a natureza e cuidar dela como excelente mordomo. Jean Vanier, fundador das Comunidades L’Arche com mais de 100 unidades ao redor do mundo que trabalha com pessoas portadora de deficiência mental, declarou: “ Ao trabalhar com pessoas com deficiência mental, percebi que todos os seres humanos, qualquer que seja sua condição, são chamados à intimidade, à fecundidade e ao êxtase”. É o que Jesus ensina em João 15.4: Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós (intimidade); em João 15.5: Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto (fecundidade); e João 15.11: “Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa”(êxtase). Nouwen declara que estes temas são os fios de ouro tecidos por todo o evangelho de João. 

5.    Em março de 1980, na Inglaterra, houve uma Consulta Internacional Sobre Estilo de Vida Simples. Os nossos irmãos, entre eles, John Stott, chegaram a algumas conclusões muito relevantes:
5.1.    A nova comunidade: Alegramo-nos porque a Igreja é destinada a ser a nova comunidade de Deus, a qual demonstra novos valores, novos padrões e um novo estilo de vida (2 Co 5.17).
5.2.    Estilo de vida pessoal: não estabelecemos regras ou regulamentos. Porém, como cerca de 10 mil pessoas morrem de fome todos os dias, nos determinamos a simplificar nosso estilo de vida…
5.3.    Desenvolvimento Internacional: estamos chocados com a pobreza de milhões e decidimos contribuir mais generosamente com projetos de desenvolvimento humano. Porém, a ação governamental é essencial.
5.4.    Justiça e politica: acreditamos que a situação atual de injustiça social é detestável para Deus  e que mudanças podem e devem acontecer.
5.5.    Evangelismo: estamos profundamente preocupados com os milhões de pessoas não evangelizadas. O desafio de um estilo de vida simples não deve estar separado do desafio de um testemunho responsável.
5.6.    O retorno do Senhor: acreditamos que, quando Jesus retornar, aqueles que O serviram por meio do serviço aos pequeninos serão salvos, pois a realidade da fé salvadora é demonstrada no amor servil.
Vivenciemos a simplicidade de Jesus em nossos relacionamentos para a glória de Deus, nosso Pai!