O Evangelho de João, no capítulo 20, versos 26 a 30, registra que oito dias após ter aparecido aos discípulos, Jesus retorna à cena da incredulidade.
Agora, ele confronta-se com Tomé, exibindo-lhe as provas materiais para comprovar a sua ressurreição: “Tomé! Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na ao meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”.
Após a bronca do mestre, Tomé responde estupefato: “Senhor meu e Deus meu!” Jesus não perdeu tempo e replicou: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.
O “acontecimento Tomé” aponta para algumas lições importantes. A primeira é que ao fazer esta declaração de bem-aventurança, Jesus não estava se referindo apenas aos “santos” do Antigo Testamento que alimentavam em seus corações a fé e a esperança de contemplar o Cristo, mas também àqueles pelos quais ele mesmo intercedera na oração sacerdotal (João 17. 20).
Desta forma, Jesus se refere a pessoas como Abraão, Isaque, Jacó, Isaías, Jeremias, bem como Timóteo, Silas, Onésimo, Êutico, e os santos da atualidade, entre os quais você e eu estamos incluídos.
A segunda lição revela que somos bem-aventurados, não apenas porque não vimos o Senhor, mas porque nele cremos, mesmo sem tê-lo visto. E isso faz a diferença!
Antoine-Exupery, no clássico “O Pequeno Príncipe”, diz que “só se pode ver com o coração porque o essencial é invisível aos olhos”. Parafraseando Exupéry, diríamos que “para ver a Deus” é necessário mergulhar no próprio coração que é “o lugar da fé e da salvação”.
A terceira lição revela que a fé cristã é sempre um convite à crença naquilo que não tem visibilidade aparente, pois crer em Deus é crer no invisível.
Portanto, alegre-se e regozije-se porque, à exemplo dos santos do Antigo Testamento, você é parte integrante de uma multidão de bem-aventurados “que não viram e creram”.