Quando nos chega, densa e doida, a inesperada,
A pergunta (por que?) sem resposta suficiente
Se funde com alguma culpa desesperada
Que a razão, agora emudecida, sabe inexistente.
Conjeturamos que o desfecho poderia ser diferente,
Enquanto as lágrimas preenchem uma xícara imaginada
Para drenar toda alegria na face antes registrada
E para indagar como será a jornada daqui para a frente.
Deixamos que o nosso futuro se atrofie sem horizonte.
Ou pedimos que o Eterno cumpra a deliciosa promessa
De recolher nosso cálice transbordado de tristeza
Pela imensa dor que, além de nós, não há quem a meça.
Saibamos que a esperança num Deus que conforta é ponte
Que permite que a vida flua como um rio que não cessa.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO